Toda região atingida pelo estio, com o chuvisco, as raízes brotam, ramas verdes cobrem a terra seca, o homem cava a solo, o perfume espalhado atrai pássaros, e logo os olhares estão sobre todos recantos.
Os caminhos para o Sertão me levaram à Taperoá, onde o zeloso Dorgival Terceiro Neto nasceu, amou e defendeu. Observei v...
Taperoá e Dorgival
Toda região atingida pelo estio, com o chuvisco, as raízes brotam, ramas verdes cobrem a terra seca, o homem cava a solo, o perfume espalhado atrai pássaros, e logo os olhares estão sobre todos recantos.
Na recente viagem pelo Sertão da Paraíba, estive em Catolé do Rocha. Todas as vezes quando passava pela região, depositav...
Apesar da seca
Todas as vezes quando passava pela região, depositava demorado olhar sobre a paisagem cantada pelo poeta Zé Ramalho, mas nunca demorei a contemplá-la. Se a Pedra de Turmalina, observada da soleira da casa-grande, nos encanta e emociona, foi em Riacho dos Cavalos onde completei a visão que alimentou a minha curiosidade e agora recordo com renovada emoção.
Há uma passagem bíblica que faz referência à riqueza e ao desapego do luxo. “Se queres me seguir, vende tudo e doa aos pobres”. ...
De mãos estendidas
No Dia das Crianças, meu pensamento voltou-se ao tempo quando morava no sítio Taquio, santuário de minha infância,...
Cantigas para os netos
Na redação de A União, onde repousei minhas esperanças de repórter, Carlos Aranha se revelou guru para jovens, dando-nos o prazer ...
A ideia é outra
Sábado passado, vindo eu pela Rua Duque de Caxias, ou melhor, a antiga Rua Direita, a caminho da Academia Paraibana de Letras, olhav...
O itinerário do poeta
Em recente viagem à Serraria, grande foi a surpresa ao reencontrar um primo vaqueiro, parente por laços familiares dos Nunes e dos Mend...
Meu primo vaqueiro
Entre os sítios Tapuio dos Nunes e Olho d’Água, em Serraria, há um riacho que os separa. Há muito que não visitava o O...
Os caminhos do padre
Há muito que não visitava o Olho d’Água. Ao observar sua paisagem, a mim chegaram recordações e imagens do tempo de garoto, quando percorria o espaço de uma légua entre os dois sítios e atravessava a pé enxuto o rio Araçagi-mirim.
Quando perguntaram a José Lins do Rego qual o alimento de seus romances, na época no auge do sucesso, com seus livros tendo segu...
Coisa de romance
Contam que Dom Pedro II costumava dizer que, se não fosse Imperador, seria professor. Ainda irei confirmar isso com Lau...
O professor e as crianças
A pequena Serraria, que se esparrama sobre o espinhaço de uma nesga de serra no Brejo paraibano, produziu talentos em diferentes ramos...
Piedade Medeiros, a educadora
Quando o sangue de Margarida Maria Alves embebeu as terras de Alagoa Grande, umedeceu todos os canaviais da Paraíba. Seu ma...
As flores de Margarida
No silêncio da madrugada de Arara, o galo cantou repetidas vezes e recordei tantas ocasiões semelhantes quando morava no sítio. Acorda...
O galo da madrugada
Entro na Igreja da Misericórdia como quem busca o recolhimento em um templo antigo para a renovação da alma que precisa de arrependi...
A mística dos antigos templos
Os velhos templos religiosos, mais do que os de edificação recente, que são amparados na visão da modernidade, recolhem a mística da igreja reunida para a vivência da fé.
A Misericórdia é uma das quatro igrejas mais antigas da Paraíba. Construída em pedra calcárea esculpida pela mão dos tabajaras e potiguaras, sob a inspiração de jesuítas que trouxeram a visão da fé para o mundo novo que se descortinava, ajuda a observar o Deus invisível, que se revela na alma e transforma a rudeza do homem e da mulher.
Quase sempre começo a trabalhar na madrugada coberta com seu véu do amanhecer, para esperar o sol despontar por entre casas e...
Oração e Poesia
A arte nos aproxima de antigas civilizações e com maior efervescência ao período glorioso dos gregos e romanos que moldaram o pen...
Um poeta esquecido
Carrego comigo a cidade onde nasci, junto com seus habitantes e sua paisagem, como alimento para a alma e antídoto para o banzo. ...
Avelima e Roberto Luna
Posso até parecer enfadonho, repetitivo e sem assunto, mas falar do lugar onde observei o mundo pela primeira vez é um tema que nunca se esgota. Mesmo que em Serraria tenha passado momentos de tormenta, que prefiro deixá-los dormindo no recanto da memória, sempre retorno à minha terra com a mesma ânsia de outrora, de quando publiquei meu primeiro texto em 1975, justamente sobre uma visita que acabara de fazer a Tapuio, depois de cinco anos afastado do sítio onde fui criado.
Sempre indago por que uma pessoa reserva parte de seu tempo para vascular os empoeirados arquivos, a percorrer quilômetros em busca d...
Vasculhar arquivos
O historiador Capistrano de Abreu e o nosso Irineu Pinto integram o grupo de pesquisadores que removeram montanhas de papéis para remontar nossa História, a ponto de prejudicar sua saúde.
Chegamos para o reencontro com os mestres Flávio Tavares e Gonzaga Rodrigues, que admiramos na extensão sem medidas, amizade alimentad...
Dois Mestres
Em nosso último encontro, numa tarde com o sol de junho, recolhidos ao ateliê da residência de Flávio, um lugar que respira poesia e arte, rodeados de quadros, diversidade de flores, pés de cajueiros, coqueiros e sapotis que ornam o quintal de sua casa, contemplamos suas novas pinturas e desenhos.
Quando meu pai ficou em Tapuio, eu fui em busca de alguma coisa no mundo distante. Andei, virei e mexi, e quanto mais andei, mexi e vir...