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Ah, viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não para, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é in...

idade velhice maturidade
Ah, viver é tão desconfortável. Tudo aperta: o corpo exige, o espírito não para, viver parece ter sono e não poder dormir – viver é incômodo. Não se pode andar nu nem de corpo nem de espírito.
(Clarice Lispector)

Essa nada mole vida na terceira idade não tem sido fácil! Tema da redação do Enem: “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”. Não sei se os jovens que fizeram a prova tinham o conhecimento necessário para tal desafio, embora muito tenha se falado em etarismo, preconceitos e envelhecimento nos últimos anos. E sempre soube que, para qualquer exame, ler jornal, sites e estar bem-informado conta. Já eu, se fosse fazer a Redação, talvez tirasse dez. Muito o que contar sobre acordar, sair, solidão, invisibilidade, limitações, expectativa de vida, de como somos tratadas no diminutivo, os tantos fins, o ladeira abaixo, alegria de viver, amizades e amores. Ou a falta!

É esse o título do mais novo livro da escritora tão jovem e tão consagrada, Aline Bei . Já havia me encantado com os seus dois romances...

delicada coleção de ausencias aline bei
É esse o título do mais novo livro da escritora tão jovem e tão consagrada, Aline Bei. Já havia me encantado com os seus dois romances anteriores: O peso do pássaro morto e Pequena coreografia do adeus. A capa já tem uma aquarela de duas flores vermelhas e um título que dança. Dança? Mas esse não era o título do segundo livro? Sim. Tudo se interliga de uma certa maneira. Essa coleção. Essa delicadeza. Essas ausências.

Há algo de atroz em alinhar corpos no asfalto, em ter que ir buscar os corpos na mata cerrada, ir puxando um por um até que estejam to...

destino tragedia rio janeiro
Há algo de atroz em alinhar corpos no asfalto, em ter que ir buscar os corpos na mata cerrada, ir puxando um por um até que estejam todos expostos, à luz clara da manhã. Mas a atrocidade não é das famílias, não é dos cronistas: é das forças oficiais que consumaram essa realidade, é do governador que as comandou... (Julián Fúks)

Duas cenas marcaram profundamente as notícias da semana diante da tragédia do Rio de Janeiro no combate ao Comando Vermelho e da chacina na mata. A cena das dezenas de corpos estirados no chão, no meio da rua. E a mais triste: a cena de uma mãe, despedaçada pela tristeza, por cima do caixão do filho assassinado. O luto singular. Um rito de reconhecimento da dor do outro. Mais de 100 mortos e dezenas de feridos. E, no
destino tragedia rio janeiro
Lilia Schwarcz
meio de assassinos, gente da favela e policiais. Rio — uma cidade conflagrada, como li nos comentários de tantos. Uma pena de morte imposta pelo Estado. Como disse a historiadora Lilia Schwarcz: “A necropolítica da fabricação do anonimato e da ausência de informações. Mortes usadas como palanques.” E o governador do Rio, Cláudio Castro, chamando a operação de sucesso. Mas o que se viu, como disse Lilia, “foi barbárie com uniforme, terno e gravata. Uma tragédia com data, rosto e endereço, mas que, para o país, tornou-se apenas mais uma linha nas estatísticas da indiferença.” Um massacre!

E toda vez que me encontro diante das dores das mães, me pego com fotos dos meus filhos pequenos. Sincronicamente, o Facebook me trouxe uma foto com meu filho caçula, Daniel, ainda bebê, sentadinho à beira-mar da praia de Camboinha. Era cedinho de um domingo qualquer, há mais de trinta anos atrás, me peguei a pensar. Que privilégio foi o meu! O amor e a singeleza dessa foto para me abstrair da dor das mães da Favela do Alemão e da Penha.

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João e Elizabeth Jardelino
Meus sogros, Seu Jardelino e D. Tezinha, construíram sua casa à beira-mar, onde tinham terreno e a primeira casa desde os anos 60/70. Naquela época, essas praias tinham espaço para pessoas de classe média, hoje habitadas por ricos. Dessa nova casa, eu já tinha Juca como companheiro e Lucas, meu filho mais velho, com 4 anos. Mas foi depois de algum tempo que surgiu uma casa bonita de primeiro andar, com aquela vista de um mar manso e azul. Todos os carnavais, natais, ano-novo, Semana Santa, feriados e férias, eu podia ocupar uma suíte no primeiro andar, e lá eu era amiga do rei. Digo da rainha, pois, depois da partida de J.J., como meu sogro era chamado na intimidade, D. Tezinha morou longos anos sozinha naquela imensa e acolhedora casa. Era perigoso? Sim. Não como hoje. Mas ela se recusou a sair de lá, pois tinha seu jardim todo seu. Assim como em “Nos jardins de nossas mães”, de Alice Walker.

A casa era enorme, mas decorada simplesmente. Tinha um mesão na sala de jantar para todos da família. Uma mesa farta com feijão verde e galinha de cabidela e, no café da manhã, mamão cortadinho e tapioca. Sim! E cuscuz no molho de coco, que amo. Um biquíni, uma canga na cintura e um par de Havaianas (mas não era Fernanda Torres na publi!).
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Ana Adelaide e Daniel
Assim, eu passava os dias. Tomando banho de mar e, depois, uma ducha no chuveirão do quintal, com o leve perfume das pitangas plantadas rente ao muro. Lá na frente, uma churrasqueira em que Juca se arvorava de gaúcho, e um pé de oliveira que eu vi crescer; daí passarmos os dias de lábios roxos. Eu, que vinha da fúcsia dos jambeiros da Av. Almirante Barroso, só mudava de tom. Lilases! Na beira-mar, nos encontrávamos para chupar caju e fazer castelos de areia com as crianças. Hoje, meus sogros e Juca já voaram mais alto e habitam as estrelas.

Quando tinha feijoada, a família toda vinha sentar-se à mesa gigante da sala. Antes, porém, tinha uma cervejinha. E, após essa iguaria, todos se recolhiam às redes para o cochilo costumeiro. E eu, dormindo só por um olho, ficava brincando com Daniel no mormaço enfadonho dos domingos à tarde. Não sem antes ver o sol e a lua, com um caranguejo em cada mão, uma cerveja na outra, mangabas e manga-espada das pintinhas pretas. Noites silenciosas. Crianças que dormiam o sono dos justos. A Rua Max Zagel era calma, crianças nas ruas e vizinhos sentados nas calçadas proseando.

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Júlio Jardelino e o filho Daniel (Praia de Camponha-PB) Acervo da autora
Nas férias de janeiro, meus cunhados que moram fora chegavam de Brasília, Recife e Salvador, e a festa crescia. J.J., com sua bermuda, seu ar bonachão, sempre embevecido com a casa cheia. D. Tezinha, atrás de mimos para todos. Sempre que chega o verão, lembro-me dos tantos amanheceres e anoiteceres da minha vida. Marcantes. Mas esses de Camboinha me levam para um lugar para além de Areia Vermelha e dos navios passantes. Me levam ao infinito. Saudades daquela casa. E de tantas outras casas da minha vida que permearam meus jardins e quintais.

E, quando penso nessas memórias tranquilas e serenas do meu bebê conhecendo o mar, reverencio aquela mãe debruçada no caixão do filho morto, em nome de todas as outras.

Foi por esses dias! Meu abraço a esses profissionais que lidam com as dores das pessoas. Sempre fui admiradora dos médicos. Tinha medo ...

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Foi por esses dias! Meu abraço a esses profissionais que lidam com as dores das pessoas. Sempre fui admiradora dos médicos. Tinha medo quando menina. Mas como precisei deles! Com a minha garganta frágil (operei as amígdalas aos sete anos); gripe toda hora. Aff! Não podia ver um pingo de chuva nem um sorvete. Isso, para uma criança, é o terror.

Por esses dias, fui surpreendida com a notícia da partida do ator e diretor americano Robert Redford. Confesso que chorei. Ando chorand...

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Por esses dias, fui surpreendida com a notícia da partida do ator e diretor americano Robert Redford. Confesso que chorei. Ando chorando à toa pela partida dos meus amores do cinema. Foi assim com Belmondo, Delon, Mastroianni, Brando, Fellini, Domingos Montagner, e agora com Redford.

Domingo, 12, foi Dia das Crianças. Dia de brincar, celebrar, pensar na infância, em como andam as nossas crianças. Pensar em educação, ...

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Domingo, 12, foi Dia das Crianças. Dia de brincar, celebrar, pensar na infância, em como andam as nossas crianças. Pensar em educação, parentalidade, comportamento e tantos temas que permeiam as nossas vidas. O futuro!

O Clube de Leitura “Narradores do Tempo” é um projeto de extensão contemplado pelo edital “UFPB, seu município e responsabilidade socia...

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O Clube de Leitura “Narradores do Tempo” é um projeto de extensão contemplado pelo edital “UFPB, seu município e responsabilidade social”. Uma ideia de que as ações da Universidade possam ser interiorizadas e realizadas em parcerias. Uma ação voltada ao fortalecimento da competência de leitura e escrita entre estudantes de Jornalismo, centrada na produção editorial das mulheres — cronistas e jornalistas — que escrevem reportagens e/ou quadrinhos, garantindo assim a circularidade das obras lidas e discutidas, e de forma itinerante, para que outros espaços também sejam palco dessa troca de conhecimentos.

“Ah! E eu me chamo Gregório, que é um nome da época da gola rufo. Eu não escolhi esse nome. Eu nunca escolheria esse nome. Eu não escol...

“Ah! E eu me chamo Gregório, que é um nome da época da gola rufo. Eu não escolhi esse nome. Eu nunca escolheria esse nome. Eu não escolhi o nome de nada ao meu redor.”

Gregório Duvivier é genial. Escritor, humorista, stand-up, roteirista e ator. Fundador do canal Porta dos Fundos, hoje fala no Calma, Aí e no videocast Não Importa. Já fez sucesso no talk show Greg News, por onde acompanhávamos a política e os descalabros do governo anterior. Esperei muito pelo seu espetáculo O Céu da Língua. Finalmente, no último dia 18/09, tivemos a alegria de assistir e nos deleitar com esse texto/roteiro genial — com sua irmã Theodora nas projeções e cenário, o músico Pedro Aune no contrabaixo e a direção da também hilária Luciana Paes.

Fui visitar, junto a um grupo de amigas, a exposição do professor, poeta e artista plástico Amador Ribeiro. A entrada da antiga casa d...

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Fui visitar, junto a um grupo de amigas, a exposição do professor, poeta e artista plástico Amador Ribeiro. A entrada da antiga casa do artista plástico Hermano José (in memoriam) virou festa e encontros. Amador achou pouco a sua carreira de exímio professor de Literatura, poeta e crítico literário, e agora experimenta a pintura com maestria. Como bem disse Flávio Tavares em sua visita à exposição: “admirável, forte, louvável, uma obra marcante... sua obra entra em sintonia com os grandes mestres: o artista uruguaio construtivista Joaquín Torres García e o cubista francês Fernand Léger.”

O sábado é a rosa da semana. As cortinas esvoaçam. Há formigas pela pedra, abelhas no quintal, o vento, a chuva. O sábado é feito para ...

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O sábado é a rosa da semana. As cortinas esvoaçam. Há formigas pela pedra, abelhas no quintal, o vento, a chuva. O sábado é feito para não se pensar nele, e nele, e nele está contida toda a promessa de alegria. (Clarice Lispector, crônica publicada nos anos 70).

Porque hoje é sábado, já dizia Vinicius de Moraes no seu célebre poema. O sábado é o tempo do romance. Não fossem As Sílabas do Sábado, de Mariana Salomão Carrara, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2023. Fui seduzida pelo belíssimo título, ainda mais quando se sabe que sílabas serão essas. Sílabas que têm ritmo, velocidade e que podem, sim, traçar o destino de alguém, a fronteira entre vida e morte. Sílabas que sibilam, que se aliteram. Quanta poesia!

Brincadeiras, brincar, imaginar, fazer de conta. Como é que se brinca? Por vezes achei que não era boa nisso. Mas, ao mesmo tempo, ado...

brincar avo netos brincadeira
Brincadeiras, brincar, imaginar, fazer de conta. Como é que se brinca? Por vezes achei que não era boa nisso. Mas, ao mesmo tempo, adorava brincar sozinha com a minha imaginação. E das brincadeiras em movimento: esconde-esconde, pega-pega, pular corda, bambolê (era boa no gingado), amarelinha (academia), ossinho (era mestre em manusear as pedrinhas por entre os dedos, ou carretéis, no chão frio das minhas casas em tantas ruas), cozinhar no quintal ou jogar “31, libertei”. De jogos, era o Banco Imobiliário. Ou as cartas:
brincar avo netos brincadeira
Lucas e Ana Adelaide
buraco e sueca, nas tardes frias de julho. Gostava mesmo era de ler gibis e ouvir rádio. Ou ir à casa das amigas, dar risadas (mas aí já adolescente). Andar de bicicleta foi um grande amor, exercício de vento na cara e de liberdade. A rua sempre me fascinou.

Uma crônica começa a se desenrolar meio preguiçosamente. Precisa apenas de um fio de assunto, que pode ser encontrado num olhar pela ja...

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Uma crônica começa a se desenrolar meio preguiçosamente. Precisa apenas de um fio de assunto, que pode ser encontrado num olhar pela janela, numa consulta à estante, na lembrança de um episódio da véspera ou mesmo no mergulho vagaroso em busca da raiz de um sentimento... A crônica deve ter esse nome porque depende do Tempo, é um jogo de búzios verbais lançados pelo Tempo.
(Bráulio Tavares, em “Uma Crônica”)

De repente, vejo o meu Instagram repleto de seguidores e, na hora, fiquei surpresa, sem entender muito aquelas pessoas aparecendo no meu feed. Quando foi que a professora querida, Patrícia Rosas — com quem tive a honra de dividir mesa num evento para as mulheres no Ministério Público, em 2024 — me convida para participar de uma Roda de Leitura com os seus alunos do 6º período de Pedagogia (UFPB), que estão a estudar o gênero da crônica.

Ela se define como casa, ateliê, hospedagem, experiências. Um refúgio urbano. Conheci a loja há anos, com coisas dos Orientes, peças d...

casa furtacor juze
Ela se define como casa, ateliê, hospedagem, experiências. Um refúgio urbano. Conheci a loja há anos, com coisas dos Orientes, peças de moda, decoração e os tais espelhinhos que amo desde a década de 70. Loja no Mag Shopping, no Sebrae, no Shopping Bancários e no Mercado de Artesanato. Sempre dava uma olhadinha nas vitrines. Anos depois, abriram a Casa no Manaíra, que teve saraus, brechós e até um café. E hoje funciona na casa dos donos, Rita e Ramon, com os filhos e familiares envolvidos. Rita e Ramon, como se apresentam: “viajantes, sonhadores, realizadores, artistas e anfitriões da Casa Furtacor”.

Durante a pandemia, virei plateia de podcasts. Muitos. Maravilhosos. E os de psicanálise então... Christian Dunker, meu travesseiro em...

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Durante a pandemia, virei plateia de podcasts. Muitos. Maravilhosos. E os de psicanálise então... Christian Dunker, meu travesseiro em noites longas. Os de literatura também. Recentemente ouvi Marcelo Rubens Paiva e Martha Nowill (atriz que conheci há algum tempo nas Séries, Felizes para Sempre (TV Globo) e Pedaço de Mim (Globoplay), e no podcast da psicanalista Vera Iaconelli, “O Estranho Familiar”, dos meus favoritos), no podcast 451MHz, Feira do Livro 2025. Os dois falando dos seus livros sobre parto e filhos pequenos.

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Martha Nowill e Marcelo Rubens Paiva Apple Podcaasts
Marcelo do ponto de vista do pai, claro, e Martha, mãe de gêmeos. Esses dois escreveram livros sobre o tema e participaram da última Bienal do Livro, São Paulo. Martha, a partir de trechos de seu diário, publicado antes na Revista “Piauí”, e depois no livro: Coisas importantes depois serão esquecidas, 2025, e Marcelo, no seu livro O novo agora, 2025, completando a trilogia com, Feliz Ano Velho, Ainda Estou aqui.

Já não é segredo nas minhas crônicas de viagem que London London ocupa um primeiro lugar especial. Sou louca pela cidade, que conheci ...

londres cardiff inglaterra
Já não é segredo nas minhas crônicas de viagem que London London ocupa um primeiro lugar especial. Sou louca pela cidade, que conheci nos longínquos 1975, e nesse momento, me esbaldei nos pontos turísticos, nas artes, no mundo das feiras (Notting Hill), e nas túnicas indianas de espelhinho.

“Miranda July escreve com honestidade brutal e faro para o insólito. Isso torna este romance uma narrativa selvática e tragicômica so...

“Miranda July escreve com honestidade brutal e faro para o insólito. Isso torna este romance uma narrativa selvática e tragicômica sobre crescer depois dos quarenta anos. Com ecos de autoficção e expondo uma vulnerabilidade sedutora. De quatro faz com que nos apaixonemos diante da possibilidade de novos e belos destinos”
(da orelha do livro)


Assim se chama o segundo romance da escritora, roteirista, cineasta e performer americana Miranda July. Livro que causou rebuliço nos meios literários e feministas. E o porquê desse reboliço? tentamos falar disso no nosso Clube de Leitura – Frederica, neste mês de julho.

"aventura não é escalar montanhas// não é atravessar desertos// não é preciso bravura// aventura não é saltar de avião// não é d...

juliana marins aventura tragedia
"aventura não é escalar montanhas// não é atravessar desertos// não é preciso bravura// aventura não é saltar de avião// não é descer cachoeira// não é preciso tontura// aventura não é comer bicho vivo// não é beber aguardente// não é preciso angustura// aventura não é morar em castelo// não é correr de Ferrari// não é preciso frescura// aventura é tudo o que faz// uma pessoa tornar-se capaz// de abrir mão da loucura// aventura é ser mãe e pai"
(Martha Medeiros)

Nunca fez parte do meu temperamento gostar de frio na barriga. Só um pouquinho. Bem pouquinho. Quando jovem, nunca gostei, nem nunca tive oportunidade de maiores riscos. Sei que isso depende do lugar onde nascemos, dos acidentes geográficos, mas mesmo aqui, sempre tive cautela com o mar, passeio de barco, fui poucos; trilhas? nunca. Tenho medo de todos os bichos. Mas confesso que a montanha me fascina. De longe. Já tive oportunidade de vê-la de perto nos anos 80, cheia de neve, e me sentir uma estrangeira de todas as formas, por entre as marmotas felpudas. Me encantei com a paisagem, mas jamais com os precipícios. Tenho todas as vertigens.

Sempre fui uma pessoa mais do Carnaval e das suas loucuras e batuques. Mas também gostava do São João. E na minha meninice, soltava fo...

sao joao festa junina comodismo nostalgia
Sempre fui uma pessoa mais do Carnaval e das suas loucuras e batuques. Mas também gostava do São João. E na minha meninice, soltava fogos e depois dançava quadrilha. Com os filhos pequenos, vinha festinha de colégio, fogueira em casa e meninos gostam de bombas. Eu não. Mas até hoje, quando ouço Dominguinhos e Flávio José, me enterneço e aqueles forrós de sanfona boa, já dá vontade de dançar. Mas nunca tive namorado nem marido dançador (A vida está em falta comigo nesse quesito). E forró é dança de parelha. E acho muito lindo ver um casal encaixado a surrupiar pelo salão. Dança sensual e lúdica. Molejo que arrepia.

Sempre quis conhecer os Campos de Lavanda na Provence/França, mas para isso tem-se que enfrentar o verão francês. E não gosto de calor....

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Sempre quis conhecer os Campos de Lavanda na Provence/França, mas para isso tem-se que enfrentar o verão francês. E não gosto de calor. Só na praia com água de coco ou cerveja gelada. Em 2023, realizei o sonho da Provence, mas com os campos a florir ainda, mas me esbaldei nos Impressionistas e nas casas de Van Gogh e Paul Cézanne. Faltava as tulipas na Holanda.

Meu amor pelos meus filhos amados: Lucas e Daniel Hoje é Dia das Mães. Perdi a conta de quantas crônicas já escrevi sobre o tema. E...

dai maes ser mae maternidade
Meu amor pelos meus filhos amados: Lucas e Daniel

Hoje é Dia das Mães. Perdi a conta de quantas crônicas já escrevi sobre o tema. E a cada vez que escrevo, penso na minha própria maternidade. Lá atrás, quando tão jovem me casei a primeira vez e adiava o projeto, por querer estudar e correr o mundo primeiro. Não deu tempo. A vida não espera. Tem outros planos.