Fui reencontrar a cidade das minhas relações, amizades, camaradagens ou dos meus respeitos, a cidade por dentro, na releitura de um livro da minha estante paraibana, memórias de Haroldo Escorel Borges. E voltei a me ver no que sempre fui sem forçar a natureza: justamente aquilo que na cultura do meu interior brejeiro as comadres e compadres chamam de “uma pessoa dada”, que se dá com todos. Suponho-me entre elas até porque comecei dado a uma família que me acolheu de corpo inteiro.
Haroldo Escorel Borges
Num livro de 350 páginas (Ideia editora) há leitura para os remanescentes do seu e do meu tempo e fonte de pesquisa sobre a educação em todos os níveis, da escola primária à Universidade, onde o autor teve papel destacado como professor e diretor do Instituto Central de Ciências Biológicas. Vultos de todos os círculos vêm se juntar ao perfil biográfico de um pessoense que assistiu, participou e viveu o crescimento da cidade dilatada em espigões a partir dos anos 1970, em demanda do mar.
Celso Mariz
Haroldo, um troncão de homem, trigueiro de sol e sal das nossas praias, das quadras esportivas, das pescarias, das urtigas e cajuais da restinga, e que chegava todo dia no mesmo horário de minha descida do jornal, quase em frente, para me sentir gente no café representativo de todas as nossas elites. Mesmo que esse portal do clube simbolizasse o espírito pouco eufórico do pessoense. Na primeira oportunidade, quando me foi dado colaborar na belíssima edição do álbum “Paraíba, a cidade, o rio e o mar” levei o japonês da Manchete a gravar esse hall do clube e fazer dele uma página duradoura. Um dia... esse álbum será reeditado. O portal ainda resiste fechado, sujeito a incêndio, mas as gravuras, se bem fixadas, sempre renascem.
Clube Cabo Branco