Naquela tarde Uma tarde como aquela... Lembras? Como esquecer o gemido por horas? Insensato, insano, insaciável. A d...

Ah, uma tarde como aquela...

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Naquela tarde
Uma tarde como aquela... Lembras? Como esquecer o gemido por horas? Insensato, insano, insaciável. A descoberta, a fonte do prazer, E o murmúrio tão clandestino. Amor e o limite da dor Que vem sempre após bater a porta. Uma tarde como aquela... Ah, uma tarde como aquela... Descobrir teus abismos, Morrer em teus mistérios mais abissais. Lançar-me em teu sangue. Beber do teu sangue. Quedar-me em tuas encruzilhadas E procurar decifrar o Que mais mata na paixão. Ah, uma tarde como aquela... O olhar perdido com o vagar das horas.


Tu gosta das sombras
Gozas quando me feres. É próprio da tua natureza. Se é bom, se é mau? Direi que agrides o que te venera. Gostas das sombras. Eis do que gostas. É sempre assim. Gostas das sombras, Adoras o que ali habita. És tu que grunhes na noite, Espectro de medo e paixão. O espelho te revelas assim. É como uma provação, Algo como matar ou morrer. Mas, eis que eu gosto...


Vertigem do corpo
Ontem, quando todos tricotavam Os mosaicos nauseabundos do Dia que se ia findar, Era em ti que eu pensava! Viestes me acudir Com tua imagem de musa E teu perfume de amante. Mais que o eterno brincar Com as palavras, De todos os dias, Era a ti que eu buscava No pensamento e em toda a Vertigem do meu corpo. Mas não! Notícias factuais, Más novas, É tudo que vejo pela frente. Panos quentes nessa história! É doloroso escrever também Sobre a morte do mundo, Enquanto a vida pulula Lá por fora. E tu vieste me acudir Com tua lembrança E tua luz! Ontem, era em ti que eu pensava!


Mergulho
Amo o gozo que está em tuas profundezas. Ali, onde me perco e encontro paz e guerra. Entregar-me ao teu abandono é meu sentido. Vício de minhas horas perdidas, sina. Mergulhar em teus enigmas me traz vida, E morrer em ti é minha inspiração dos dias. Fugir é meu deleito patológico, Só me encontro quando encontro teu prazer. Sei que minhas emoções perseguem a dor, Como parte de minha existência de demente, Mas, só vislumbro luz, daquela que cega, Onde estão as tuas desejosas sombras de paixão. Perder-me é pouco. É muito pouco. Estou entregue à danação, E estarei sempre.

Poemas do livro Breves relatos da paixão disponível na Livraria do Luiz


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  1. Hélder Moura28/5/25 20:05

    Você sempre me cumula de gentilezas, caro amigo Germano. Grato pela publicação

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