Noite maior
Uma noite como aquela, Uma entre tantas, mas eterna, Única em sua plenitude, Plural em suas consequências. Hoje, na imensidão do tempo E longitude dos mares ao norte, Sinto que a distância altera o sentido. Serei eu o mesmo que fui ontem? Serás tu em que penso todos os dias? Seremos nós o que sentíamos ser? Quem saberá todas as respostas? Se aquela noite existiu, Foi a noite maior, Uma noite entre tantas mais, Tão eterna que continua viva, Única em sua mensagem de paixão.
Uma noite como aquela, Uma entre tantas, mas eterna, Única em sua plenitude, Plural em suas consequências. Hoje, na imensidão do tempo E longitude dos mares ao norte, Sinto que a distância altera o sentido. Serei eu o mesmo que fui ontem? Serás tu em que penso todos os dias? Seremos nós o que sentíamos ser? Quem saberá todas as respostas? Se aquela noite existiu, Foi a noite maior, Uma noite entre tantas mais, Tão eterna que continua viva, Única em sua mensagem de paixão.
Dia de angústia
De todas as dores que sofri Esta foi a mais impiedosa. Se de início me parecia um alívio, Depois sucumbi sob o seu peso. De todas as fraquezas que tive, Esta assumo como a maior. Se me imaginava forte o bastante, Depois me descobri tíbio e triste. De todas as tristezas que tive, Esta foi a que mais me feriu. Se me sentia deus e eterno, Me descobri frágil e dependente. De todas as amarguras que tive, Esta foi a que mais me marcou. Se me imaginava impávido, Me vi apenas como humano, Imperfeito, falho e fátuo. E tão tarde para entender, Como tão cedo pra descortinar As travessuras da vida, As irresponsabilidades do sentir, As angústias que chegam e Simplesmente não mais se vão. Ah, essa amarga companhia, Renitente, impiedosa, irredutível.
De todas as dores que sofri Esta foi a mais impiedosa. Se de início me parecia um alívio, Depois sucumbi sob o seu peso. De todas as fraquezas que tive, Esta assumo como a maior. Se me imaginava forte o bastante, Depois me descobri tíbio e triste. De todas as tristezas que tive, Esta foi a que mais me feriu. Se me sentia deus e eterno, Me descobri frágil e dependente. De todas as amarguras que tive, Esta foi a que mais me marcou. Se me imaginava impávido, Me vi apenas como humano, Imperfeito, falho e fátuo. E tão tarde para entender, Como tão cedo pra descortinar As travessuras da vida, As irresponsabilidades do sentir, As angústias que chegam e Simplesmente não mais se vão. Ah, essa amarga companhia, Renitente, impiedosa, irredutível.
Dia de sentir saudade
A maior de minhas angústias, E elas são muitas e tantas, A maior foi a sua ausência. A sua presença era meu unguento Que me dava essência à vida, Se hoje sei, antes não sabia. A descoberta das coisas simples Me trouxe a certeza do que perdi. E há uma enorme incerteza pela frente. Ah, quanto me lastimo, Quanto mais tempo passa. Hoje foi um dia de sentir saudades. E as saudades vêm como água: Cristalina, escorregadia, impalpável. Deixa para trás a erosão dessas Doloridas feridas na memória, E seguem escorrendo as reminiscências, Ah, tantas reminiscências. Seguem no rumo do inesquecível, E lá se desaguam para meu tormento. Hoje foi um dia de sentir saudades.
A maior de minhas angústias, E elas são muitas e tantas, A maior foi a sua ausência. A sua presença era meu unguento Que me dava essência à vida, Se hoje sei, antes não sabia. A descoberta das coisas simples Me trouxe a certeza do que perdi. E há uma enorme incerteza pela frente. Ah, quanto me lastimo, Quanto mais tempo passa. Hoje foi um dia de sentir saudades. E as saudades vêm como água: Cristalina, escorregadia, impalpável. Deixa para trás a erosão dessas Doloridas feridas na memória, E seguem escorrendo as reminiscências, Ah, tantas reminiscências. Seguem no rumo do inesquecível, E lá se desaguam para meu tormento. Hoje foi um dia de sentir saudades.
Um certo mar de novembro
E então, vertigem se fez, Dentro dos seus lindos olhos me vi, Eu estava ali, inteiro, uno. Era parte de sua íris, Como fora sempre. E me perdi profundeza adentro, Náufrago insone, Encanto do qual não se desperta, Luta inglória contra as vagas. E então a percepção de estar sentindo A soma de tudo que se sente, Às vezes, pedaços de nada, Completude permeada de vazio, Íntegra, voraz, abrupta, Noutras, frio e indolente entrega. Abismo sem fim, Caos, medo, desespero. Dolorosa é a descoberta da paixão.
E então, vertigem se fez, Dentro dos seus lindos olhos me vi, Eu estava ali, inteiro, uno. Era parte de sua íris, Como fora sempre. E me perdi profundeza adentro, Náufrago insone, Encanto do qual não se desperta, Luta inglória contra as vagas. E então a percepção de estar sentindo A soma de tudo que se sente, Às vezes, pedaços de nada, Completude permeada de vazio, Íntegra, voraz, abrupta, Noutras, frio e indolente entrega. Abismo sem fim, Caos, medo, desespero. Dolorosa é a descoberta da paixão.
Poemas do livro Breves relatos da paixão, disponível na Livraria do Luiz.
"Esses breves apontamentos não têm a afetação de circunscrever os mistérios da paixão num ensaio definitivo. Muito longe disso. Até faço um alerta: rogo que o leitor não imagine que os versos deste livro são todos forjados apenas por relatos de paixão e morte. Na verdade, são versos, simples versos, que buscam, sem qualquer presunção, certa pretensão de imortalidade, não do autor, mas da magia que só as palavras têm." (Helder Moura)"
"Esses breves apontamentos não têm a afetação de circunscrever os mistérios da paixão num ensaio definitivo. Muito longe disso. Até faço um alerta: rogo que o leitor não imagine que os versos deste livro são todos forjados apenas por relatos de paixão e morte. Na verdade, são versos, simples versos, que buscam, sem qualquer presunção, certa pretensão de imortalidade, não do autor, mas da magia que só as palavras têm." (Helder Moura)"