Todos que militam sabem que uma audiência para ouvir testemunhas é um dos atos mais desnecessários que um Juiz pode praticar. No entanto perde-se muito tempo e o mais das vezes não há qualquer contribuição para o processo. Primeiramente porque se uma parte indica uma testemunha é de se esperar que, mesmo não mentindo, essa testemunha nada diga de esclarecedor que possa prejudicar quem o convidou a depor.
Entre tantas ideias sobre a O.A.B., sempre pensei que o Presidente nacional da Ordem deveria ser eleito diretamente por todos os Advogad...
Eleição na OAB
Todos que militam sabem que uma audiência para ouvir testemunhas é um dos atos mais desnecessários que um Juiz pode praticar. No entanto perde-se muito tempo e o mais das vezes não há qualquer contribuição para o processo. Primeiramente porque se uma parte indica uma testemunha é de se esperar que, mesmo não mentindo, essa testemunha nada diga de esclarecedor que possa prejudicar quem o convidou a depor.
Inaugurado a 30 de março de 1919, o novo edifício se constitui na grande atração da cidade. Plenamente adequado aos fins a que o esteta-Pr...
O traço do drama
Beleza a que não podia faltar, como na vida mesma, o seu contraponto de tragédia. A de Sady Castor e Ágaba, trazida à luz por Deusdedit Leitão.
Tempos difíceis neste presente, que nos conduz a revisitar o presente passado, e, se possível, mergulhar no presente futuro, como nos en...
Olhos no exílio
Quando publiquei o livro de crônicas “Recado do meu sítio”, em 2007, com prefácio de Carlos Romero , o poeta Luiz Augusto Crispim fez um c...
'Pequeno sertão: veredas', o recado de Crispim
Desejo partilhar com os leitores deste privilegiado espaço de divulgação das artes e de saberes, o depoimento do cronista que, mesmo ausente, sua voz chega aos ouvidos com estímulo para continuar escrevendo.
Meus amigos Germano Romero e João Batista de Brito se queixaram, quase simultaneamente, expressando o seu descontentamento a respeito da ...
O que queremos?
de meu livro HISTÓRIA UNIVERSAL DA ANGÚSTIA , ed. Bertrand Brasil, 2005. Finalista do Jabuti em 2006, Prêmio Graciliano Ramos, da UBE – ...
Os contos mais curtos da História Universal da Angústia
Viajando para São Paulo em seu próprio carro - dez minutos depois de deixar a casa de uma tia em Moji das Cruzes, numa noite chuvosa de domingo - o equilibrado Luiz Augusto Andrade Keller, 21 anos, bancário, estudante de direito, começa a sentir uma ansiedade injustificável, uma estranha sensação no estômago e que evolui para a taquicardia, o sufocamento, a sede incontrolável, o desespero. A coisa é tão forte, que ele abandona o carro e sai correndo pelo acostamento da estrada. Resgatado por amigos, submete-se a uma bateria de exames clínicos que nada revela de anormal. Mas o fenômeno o afeta muito. E passa a se repetir. Só dois anos depois da crise inicial, entretanto - quando já não consegue mais sair de casa - descobre que aquilo tem um nome: Síndrome do Pânico.
- Ele era o único orgulho que eu tinha - revela - A minha vida não é para se orgulhar - acrescenta - A minha vida é muito dura.
Deitado em seu leito de hospital, o psiquiatra canceroso Richard Faw - 71 anos - em estado terminal - tem três agulhas espetadas no braço, ligadas a três garrafas de soro contendo substâncias mortíferas. Em seu colo, a tela de matriz ativa de um laptop exibe a mensagem:
“Se você teclar o botão com o SIM, uma injeção letal o matará em 30 segundos.
Quer prosseguir?”
É o vacorado.
O vulcão Ruapehu, numa das ilhas do norte da Nova Zelândia (entre as cidades de Auckland e Wellington) já há quatro dias arremessa rochas incandescentes, lava e vapor a até 3.000 metros de altura, com ameaçadoras colunas de cinza tingindo o céu de tons catastróficos, depois caindo em forma de chuva negra sobre um terremoto de 4.9 na escala Richter. Por isso os vôos estão suspensos, as estradas fechadas, decretado estado de alerta numa área de 100 quilômetros ao redor. Mas quando o Ministro da Defesa fica sabendo que a previsão é de que a erupção pode durar meses, ordena o fim das interdições:
- Temos de aprender a conviver com isso!
A radioterapia debilita Pedro Collor, em Nova York. Quatro tumores malignos no cérebro, um coágulo no pulmão. Ele emagrece, os seus cabelos caem, sua cabeça cobre-se de feridas, o lado esquerdo do corpo paralisa-se, ele usa um fraldão para evitar que se suje.
Quando lhe contam, por telefone, que Fernando foi absolvido pelo Supremo, repete, com voz pastosa:
- Ótimo... Ótimo... Ótimo... Ótimo...
O veterano da Segunda Guerra espancava os filhos. Sua mulher era viciada em remédios pra dormir. O menino mais velho tinha surtos psicóticos, era dependente de remédios e - depois de ver que tinha passado os 50 anos de sua vida trancafiado em casa sem sexo - suicidou-se. O mais novo gostava de molestar sexualmente as mulheres nas ruas de São Francisco e - quando estava em casa - meditava numa cama de pregos. O filho do meio - Robert Crumb - foi pra França, tornou-se o desenhista guru da contracultura, famoso nos anos 60 e 70 por suas histórias em quadrinhos de traços sujos, humor corrosivo, roteiros que falavam de sexo, drogas e incesto.
Levado ao cemitério de North Lauderdale, Flórida, pelo programa “Aconteceu Assim”, da Rede Telemundo - para um depoimento diante do túmulo de sua filha que se suicidara grávida aos 15 anos - Emílio Nuñez é surpreendido pela aparição da mãe da menina - Maritza Muñoz - de quem está separado. Aos gritos, ele corre para o carro, apanha a pistola, dispara 12 tiros na ex-mulher e foge. Tudo diante da câmara da TV.
- Não tenho.
Janeiro de 1994. A maioria dos americanos acompanha o julgamento de Lorena Bobbit - a manicure equatoriana que cortara o pênis do marido - transmitido ao vivo pela CNN . A certa altura, entretanto, suspende-se a reportagem para mostrar imagens - também ao vivo - do Presidente Clinton com o chefe de governo ucraniano Leonid Kravchuk, para uma notícia importante: a terceira potência nuclear do planeta concorda em abrir mão de seu arsenal atômico. Quase 600 telespectadores ligam para a emissora, protestando contra a interrupção.
O carpinteiro espanhol Albert Contijoch - testemunha de Jeová - nega-se a prestar serviço militar no regime de Franco e é condenado a um ano de prisão, com reapresentação obrigatória no próximo período. Aí ele repete a recusa e é condenado novamente, coisa que acontece outra vez no ano seguinte, pelo que acaba amargando um total de 11 anos atrás das grades, só sendo deixado em paz quando passa para a reserva.
Bosko Brckic - sérvio - e Admira Ismic - muçulmana - vivem juntos há 9 meses, em Sarajevo - capital da Bósnia. Com a eclosão da guerra entre seus clãs, decidem fugir. São derrubados por uma rajada de balas ao cruzarem a Ponte Vrbana - entre a área sérvia e a muçulmana. Bosko morre na hora, Admira arrasta-se até ele, abraça-o, falece logo depois. Os corpos ficam ali, enlaçados, durante 6 dias.
- Se estiver com meu aparelho de surdez, eu tiro.
O estudante Roberto Peukert, 25 anos, ao ser advertido pela mãe por ouvir música em alto volume, mata-a, mata o pai, os três irmãos, enfia os corpos num automóvel, cobre-os com um cobertor e abandona o veículo a dois quilômetros de sua casa.
Na manhã seguinte, naquele mesmo lugar, seu corpo é encontrado parcialmente coberto de terra, os cabelos cortados irregularmente, marcas de gilete e de unhas nas costas, mordidas no peito, manchas roxas no rosto.
Causas da morte, segundo o laudo do exame cadavérico: “Asfixia por sufocação, lesões vulvovaginais e retais causada por um objeto de borracha, e sevícias posteriores”.
No corpo da menina e nas imediações, três tipos de espermatozóides.
1995. Cresce a chuva ácida na Europa, mesmo depois de as emissões de enxofre pelas fábricas do continente caírem 30% desde 1980. As imagens captadas pelo sistema Lidar - um radar que lê ecos de raios laser em vez de ondas de rádio - revelam: há uma gigantesca nuvem de compostos de enxofre - de 2.400 quilômetros de extensão - espalhando-se sobre o Atlântico a partir da costa dos Estados Unidos, rumo ao Velho Mundo.
Noite de domingo, 1994, num sobrado do bairro do Tatuapé, São Paulo. O bancário Anderson Suganuma, 17 anos, mostra o Taurus 38 ao amigo Antonio Carlos Alves Iaquinto, e diz: - Veja como eu costumava assustar meu primo.
Descarrega cinco balas no outro, deixando a sexta na arma, que leva à cabeça, apertando o gatilho.
Fernanda, 12 anos, está indo para a escola da Fazenda Serrinha, a 38 quilômetros de Goiânia, Goiás, quando é atacada por Vicente e João Maria - dois conhecidos da família dela. Arrastada para o matagal, é estuprada, degolada, o sangue recolhido de seu pescoço conservado durante quatro dias numa geladeira e depois bebido com farinha, azeite-de-dendê e cachaça, num ritual realizado no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília, comandado pelo pai-de-santo Edmilson Barbosa da Silva, para livrar João Maria da impotência sexual.
Meus amigos seguiram caminho e eu me detive apoiando-me no corrimão, tremendo de medo”
Levou dois anos para conseguir transformá-lo no quadro “O Grito”.
15 anos, moreno, franzino, cabelos encaracolados, ele aperta a campainha da casa de Paulina Biernack - de 74 - em Curitiba. Ela atende, leva alguns tiros de calibre 22 e morre.
O rapaz é preso pela qüinquagésima-sexta vez quando, sem acompanhamento musical, dança freneticamente, sozinho, numa rua da turbulenta favela do Valetão.
Daniela Teixeira, 19 anos, estudante de publicidade, assiste ao documentário “Faces da Morte I” e se encanta tanto com a cena da cadeira elétrica, que a vê três vezes. O condenado tenta livrar-se das amarras quando lhe danam a descarga de 2.000 volts, uma secreção gelatinosa lhe escapa da boca e escorre um filete de sangue de seus olhos vendados.
- É nessa hora que vibro - diz Daniela - Quando jorra sangue é demais!
Radovan Karadzic - líder sérvio responsabilizado pela execução de milhares de croatas e pelo estupro utilizado como arma de guerra e pela expulsão de milhões de cidadãos de suas casas, na Guerra da Bósnia - leva um convidado até um posto de artilharia, numa colina acima de Sarajevo, e lhe oferece a oportunidade de dar alguns cachonaços na cidade.
O convidado atira até se fartar.
As primeiras vítimas do pistoleiro pernambucano Mário Pereira de Almeida, de 15 anos, são três rapazes que estupraram e assassinaram sua namorada Adriana, de 16 anos. Quando atira no primeiro, chega a se perguntar se isso está certo. Com os outros dois, é diferente: coloca um pneu na cintura de cada um, despeja um litro de gasolina na cabeça deles, toca fogo e fica olhando.
- Eles merecem.
Em certa madrugada de 1977, Maria Helena Ferreira dos Santos estrangula com um cinto duas outras internas do pronto-socorro psiquiátrico do Hospital Pinel, no Rio. Vai matar mais uma quando é surpreendida pela enfermeira.
O diretor da Divisão Nacional de Saúde Mental - o médico Roberto Guimarães - pergunta-lhe o que a levara a isso.
- Tenho uma missão na Terra - disse-lhe ela - matar 97 comunistas que querem destruir o Brasil.
Referia-se à lista atribuída ao ex-ministro Sylvio Frota com os nomes de 97 supostos subversivos infiltrados no governo.
- Agora só faltam 95 - contabiliza.
Haveria uma saída. Era obrigatório haver. Estava nos últimos tempos distante, muito mais distante do que deveria de coisas que o faziam be...
Sem olhar para trás
O azul foi se tornando cinza e algumas pessoas outrora queridas perderam o encanto e a sutileza em ser grácil, mas nunca simplório, que o tocava e promovia o bem ampliando e prometendo vida.
Sempre que ouço Avôrai, uma das mais belas canções de Zé Ramalho, que fala do seu avô, um tipo bonachão e ao mesmo tempo árido como a terr...
Horácio não era Jesus
Juarez Félix, repórter, redator e editor da Página Policial do saudoso jornal O NORTE, de João Pessoa, às vezes gostava de inventar "...
A Mulher de Branco da Lagoa
Dizem que a paixão cega, por isso os apaixonados não percebem os defeitos dos parceiros. Uma tradução aproximada dessa verdade se encontra...
Paixão e escrita
É a lei da natureza. O leão come o antílope, o lobo come a ovelha, a raposa come a lebre, e assim por diante. É a lei da selva, mas também...
A lei do mais forte
Gostaria muito de saber quem inventou essa história de melhor idade. Foi garimpar na imensidão de sua insensatez um eufemismo ridículo pa...
Melhor idade?
Como pode alguém em sã consciência apelidar o outono de nossas vidas de “melhor idade”? Ao que me consta, melhor idade é a da adolescência quando nossa saúde está em sua plenitude e nossos sonhos só aguardando a vez de serem realizados. Estou dizendo dos possíveis e dos que não são. Mas nessa fase da vida, tudo para nós é factível: para a rapaziada,
A angústia acompanha a história do homem desde a antiguidade. Impossível separar sua presença a partir da certeza da morte, e, a perspecti...
Serenidade
Para atingir a sabedoria de mesclar a dor existencial com um pouco de alegria, surge a pressa de viver intensamente cada segundo, de nada perder, de consumir emoções como se não houvesse um só amanhã. As viagens são as opções comuns, pois transportam o indivíduo para “outro” lugar diferente do lugar da questão, e fora do seu mísero controle. Nas malas maiores seguem os sonhos de idealização e nas menores, as fantasias do que será minimamente necessário para esquecer.
Vi, tempo atrás, num canal da tevê a cabo, um desses filmes em que a personagem central ganha vida quase eterna. A história tem seu começo...
Pé no saco
Conta a saga de uma moça envolvida num acidente de carro, em noite de tempestade. Caíra, ao volante, num lago extremamente frio e, como se isso já não bastasse, veio-lhe um raio na cabeça. Alguém que passava por perto acionou o socorro médico.
A vida começa a sair do quebranto, a bater asas e recobrar o pio dos humanos. Deixo a Casa da Cidadania, no Tambiá, uma invenção do tempo ...
Seu Frederico!
O movimento romântico nas artes com frequência nos inclina a apuradas reflexões, principalmente no mundo da Música. Não que a delicadeza b...
O Poema do Êxtase
Tal ruptura de formas e padrões da estrutura harmônica dominante nos períodos anteriores também ocorreu na literatura, poesia e artes plásticas, quase concomitantemente. A efervescência dos sentidos exacerbou-se rumo à liberdade de expressão, a desatar tudo o que havia preso nos recônditos do consciente e do inconsciente emocional. O sensitivo irmanava-se
Os dramas épicos e nacionalistas aliavam-se à impetuosidade da paixão, trágica ou lírica. Uma tendência de total flexibilidade das formas pré-estabelecidas potencializava arroubos poéticos comuns a afeições inerentes à saudade, à alegria, ao amor, à angústia, à tristeza e à desilusão. A protagonização romanesca traduzia e relatava, enfim, tudo o que ocorria no âmago do ser.
A revolução francesa contribuiu para que a reconfiguração da arte eclodisse contagiada com o espírito de independência transformadora de tudo convencionado até então. Embora outras rebeldias, íntimas ou não, próprias da evolução e da história da humanidade tenham contribuído para a epopeia da fantasia. E tal influência foi assim estendida às demais manifestações artístico-culturais.
Altas doses de egocentrismo temperaram textos, poemas, sinfonias, pinturas e até mesmo a filosofia, destacando impulsos individuais acima de tudo, por vezes sob exagerado subjetivismo. E o esplendor da estrondosa e instigante beleza da Natureza e seus fenômenos atemorizantes fez o homem interagir com o eu lírico, exprimindo com toda força o que vivenciava no momento narrado. A criação divina influenciava e se retratava no estado de espírito do artista, do qual emergiam inspirações que advinham do grotesco ao medievalismo, do bélico ao pacífico, do trágico ao suavemente poético.
O compositor russo Alexander Scriabin (1872-1915) é autor de uma obra profundamente romântica, na qual a dramaticidade não se restringe aos aspectos voluptuosos da paixão ou da tragédia. Há nos seus poemas sinfônicos e sinfonias um contexto de densidade transcendental arrebatador. Pois ele próprio dizia ser o artista “fruto de uma designação divina”.
Um exemplo “clássico não clássico” dos rompantes modernistas é o seu “Poema do Êxtase” (opus 64), original e intencionalmente literário para se transformar posteriormente em música sinfônica. Sua mensagem em busca do nirvana já se revela em um dos 369 versos, do próprio Scriabin, também poeta, que serviria de base para a obra:
Tão entusiasmado estava com o novo trabalho que disse, em carta, à sua (segunda) esposa, Tatiana de Schlözer:
Passaram-se 3 anos, de 1904 a 1907, para que o Poema do Êxtase fosse concluído, após várias transformações, todas livres de quaisquer limites formais, estreando em dezembro de 1908, em Nova York. O desejo do autor era realmente esse, transcender, extrapolar, descrever a jornada da alma às esferas superiores, no ondulado ritmo da evolução humana. A música assim cresce, indo e vindo se robustece, para atingir um auge de sonoridade de extasiante luminescência.
Imbuído de total desprendimento, sempre associado à plenitude, Scriabin consegue, em pouco mais de vinte minutos, condensar a nítida imagem da ascensão à espiritualidade. No início a música sugere o tatear da pureza, da ignorância, da simplicidade, e, aos poucos, ao longo do poema, faz a alma expandir a consciência, iluminar-se.
O início é suave como um despertar e se consolida aos poucos à vigília. O tema composto por três intervalos ascendentes e consecutivos de duas notas, inúmeras vezes tocados pelos trompetes, estão presentes em toda a partitura. Os metais têm uma participação enfática ao executá-lo conferindo o caráter solene de anunciação de uma meta, de um objetivo: o êxtase místico, a grandiosa ponte que Scriabin edificou entre o humano e o divino.
Ao final, descortina-se então a visão panorâmica contagiante capaz de nos conduzir às cintilantes órbitas celestiais. É quando os ouvidos transmitem intensa comoção aos olhos que, mesmo cerrados, lançam-se na exuberância do cosmo irradiando-se em direções antagônicas, do infinito imaginário à realização do ser interior.
Ao ouvir o Poema do Êxtase, conclui-se que os efeitos da arte que extrapola, que ousa, que se desgarra do que é óbvio, das convenções contextuais, invariavelmente fortalece a convicção de que a liberdade é extasiante. Aprendamos então com os românticos. Vivamos nossos sonhos. Inovemos, criemos o incomum, abracemos aquilo que nos compraz, deixando explodir aos céus tudo o que é intimamente belo, sem medo de ser livres. Completamente livres.