SAUDADE Poetas versejam ela, doce tema recorrente; tá no coração da gente, protegida em cidadela. Não tem como escapar d...

Do sertão que mora em mim

poesia paraibana raniery abrantes

 
 
 
SAUDADE
Poetas versejam ela, doce tema recorrente; tá no coração da gente, protegida em cidadela. Não tem como escapar dela, já tentei e não tem jeito; é posseira no meu leito, é poesia que medita: ‘Saudade é coisa que habita, Silente dentro do peito.’
NO PORTO DA SOLIDÃO
Mil pensamentos me envolvem: envelheci no caminho... Achei-me num pergaminho, recordações me absorvem. Poemas em mim se movem por labirintos em vão; e se canto esta canção, é pra dizer a verdade: ‘Ancorei minha saudade, No porto da solidão.’
AS PELEJAS COM VIOLAS
As pelejas com violas, pelas bandas do sertão, são marcas da região, sons que calam as pistolas. Rimam trolas com piolas, devaneios com passeios, clamam pelos rios cheios, cantam voo da avoante, ‘No seu trajeto migrante, A morte sem arrudeios.’
MORO NO CAOS DO SERTÃO
Moro no caos do sertão, do sertão que mora em mim; moro no sertão sem fim, perdido na amplidão. Me escondo na solidão, o poema é o escaninho, a poesia, torvelinho, não sou sozinho, sou só, ‘Meu universo é o pó, Escrevo num pergaminho.’
ABANDONO
Pelos asilos da vida, um domingo é muito triste; saudade é coisa que insiste em mexer numa ferida. A noite é muito dorida, as folhas caem no outono; leio o ‘filho do carbono’ e uma lágrima me acolhe: “Solidão que não se escolhe Tem um nome é abandono.”
Glosa: Poeta Raniery Abrantes Mote: Professor Chico Viana
PESCADOR DE SAUDADES
Caminhei pelas areias infinitas deste mundo; escutei canto profundo enviado por sereias. Naveguei com as baleias e senti muita afeição; cada porto uma lição, _criamos afinidades_, “Fui pescador de saudades Nas praias do coração.”
Glosa: Poeta Raniery Abrantes Mote: Poeta Raimundo Asfora

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