Nos anos 50 e 60, havia muitas livrarias em Campina Grande. A Livraria Nova, em frente ao Colégio Alfredo Dantas; uma pequena livraria, ao lado do Cine Capitólio, especializada nos livrinhos das Edições de Ouro; a Livraria Modelo (especializada em livros sobre música e partituras musicais), no Beco 31; a Livraria Universal, no Edifício Palomo, e a Livraria Cruzeiro, na Maciel Pinheiro, quase ao lado da Pedrosa. Mas nenhuma dessas livrarias tinha o espírito de livraria, se comparadas à Livraria Pedrosa, na esquina da Maciel Pinheiro com o Beco 31.
Livraria Pedrosa (Campina Grande-PB) Fernando Pires da Costa / UFCG
Livraria Pedrosa
Fernanda Pires da Costa / UFCG
Fernanda Pires da Costa / UFCG
Antes mesmo de a Livraria Pedrosa fechar suas portas, as figuras que deram contorno humano e cultural àquela casa foram gradativamente se despedindo da casa, da cidade, do mundo. Nos seus últimos tempos, um pouco por conta do declínio da livraria, um pouco por conta do declínio ou da despedida de seus antigos freqüentadores, a Pedrosa, mantendo embora aquela aura de livraria tradicional que outra certamente jamais alcançará em Campina Grande, tinha um ar de retrato antigo, cuja imagem originária vinha esmaecendo no tempo, mas resistia, indelével, como espaço simbólico.
Flashes históricos da Livraria Pedrosa / João Pedrosa
Fonte: Fernanda Pires da Costa / UFCG
Nos últimos tempos de resistência da Livraria Pedrosa, já não havia nenhuma outra no Nordeste dentro dos moldes antigos de livraria. Mesmo a saudosa Livro 7, de Recife, de tantos serviços prestados à cultura regional e que certamente foi a maior livraria da região, não se enquadrava naquele modelo de livraria, parecendo mais um supermercado de livros. A Pedrosa não era um prédio qualquer que passou a ser utilizado como livraria – era o Edifício do Livro, uma edificação projetada e construída para ser livraria. Quem gosta de livros, de ambiente de livraria e conheceu a Pedrosa em seus bons tempos, sem precisar ter passado pelas antológicas José Olympio ou São José, tem uma idéia do que era uma livraria tradicional: um ambiente em que freqüentadores e livros compunham uma mitologia.
Fonte: Fernanda Pires da Costa / UFCG
@engexpor
Quando a Livraria Pedrosa começava a evanescer, uma livraria começava a aglutinar alguns ratos de livraria: a Livraria Cultura, do velho Juarez.
Conheci Juarez através de Carlinhos, à época jogador do Campinense, ambos quase adolescentes – Juarez disputando uma vaga no meu inolvidável rubro-negro de Dão, Vavá e Erasmo (o fabuloso “time do Zepa”). Por mais que eu admire Juarez, por mais que tenha freqüentado a sua livraria, não posso dizer que a Cultura se aproxima da aura da
Danielly Inô