O que me basta Na dura história De viver? Se um Céu De brigadeiro Ou a tormenta das águas? Os ocasos E o Sol rompendo ...

O vendaval é a melodia de Yemanjá

poesia paraibana antonio aurelio cassiano
 
O que me basta Na dura história De viver? Se um Céu De brigadeiro Ou a tormenta das águas? Os ocasos E o Sol rompendo O horizonte do Atlântico Viver é belo Um traço colorido A cada instante mm E a dormência Das coisas na saudade Nos diz da eternidade de nós




Existem memórias Que não prescrevem Como uma certa noite de luar Um acorde único Um beijo desejado Existe somente O que há Como prova Do povo que é E ama Das dores Dos gozos Das incongruências Dos dorso nús E das chicotadas O vendaval Arqueia o coqueiro Na beira do mar Ele, o vendaval é A melodia de Yemanjá




Não me rouba a paz A balbúrdia Dos infantes Não me tira o sono O som estridente Que vem das baladas noturnas Não me aflige O cantarolar dos galos Na madorna das madrugadas Mas me desgastam Os nervos os estampidos Das armas de fogo Me aterrorizam As imagens das guerras E o genocídio Me angustiam As perguntas: Humanos? Que humanos?...




Ao rés Do chão A taça caída Trincada Rastro vinho De vidro Moído e Derramado E no horizonte O cristal Das estrelas Tem a lua prata luz Já no mar Estradas de ouro Nascer de sol ou da lua Luz em espectro Ao rés Do chão O cristal partido Reflete as cores Do que dói em quebrar-se Espectro




Chegou a velhice E me sinto Alquebrado Minhas ideologias Destruídas Meu sonho de mundo apagado Não amealhei Depois de tanta luta Nem o necessário... Armazenei Bibliotecas na mente Todas inúteis Mas se Hércules Venceu seus 12 trabalhos Eu também posso Que a cada pulso Segundo contado a menos Se me revele muitos universos Afinal doer não é privilégio De uns É direito de todos

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