Para Suênia Bandeira “Olha p’ro céu meu amor, vê como ele está lindo...”, me arrepio todo. Começou a tocar o clássico de Luiz Gonz...

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Para Suênia Bandeira

“Olha p’ro céu meu amor, vê como ele está lindo...”, me arrepio todo. Começou a tocar o clássico de Luiz Gonzaga , a máxima expressão de nosso forró e festa de São João. Vejo o carro de som, uma Kombi montada com vários fones em cima e luzes fluorescentes davam o destaque, iluminando o final do arraial que também era alumiado com uma gambiarra de bicos de luz amarelas e o céu enfeitado de bandeirolas, um colorido que emocionava. Cada passo dado, o arrepio se acentuava. O medo de errar a coreografia e a ansiedade de ver a família causava um friozão na barriga. Para um garoto de 13 ou 14 anos, esse espetáculo é marcante. Naquele instante vamos entrar no arraial e exibir o que foi ensaiado desde finalzinho de março.

O pequeno grupo já estava formado e, como sempre, bem atento. Sem interromper o trabalho Seu Macedo, sapateiro dos bons, deu sequência ...

nostalgia cronica sapateiro
O pequeno grupo já estava formado e, como sempre, bem atento. Sem interromper o trabalho Seu Macedo, sapateiro dos bons, deu sequência à conversa. Havia acabado de lembrar do que se passara com Antonio, o vizinho, nos idos de 1944. Precisamente, em 6 de junho, o Dia D do ataque aliado às tropas de Hitler, na França ocupada.

Pobre do Herodes ingênuo Pobre do ingênuo Caifás, Pobre do ingênuo Sinédrio, Pobre do ingênuo Anás, Pobre do povo gritando Fazendo esco...

via sacra musica popular erudita ilza nogueira
Pobre do Herodes ingênuo Pobre do ingênuo Caifás, Pobre do ingênuo Sinédrio, Pobre do ingênuo Anás, Pobre do povo gritando Fazendo escolha, pensando saber de tudo que faz.

Quando o “Oratório Via–Sacra” terminou, em suas três apresentações na Semana Santa de 2005 (sob o maravilhoso teto da igreja de São Francisco), o público delirava. Na derradeira apresentação, lágrimas em alguns coralistas, lágrimas em alguns músicos, a mesma emoção, certamente, que fez Cida Lobo me dar aquele abraço e dizer-me, com voz embargada, que cada centavo investido ali pelo FIC fora muito bem empregado. Eu mesmo, autor do texto, estava embasbacado. Porque sequer imaginava

Ao longo do tempo o mundo assistiu a degradantes exemplos de como o ser humano pode se humilhar para estar junto ao poder e até event...

Ao longo do tempo o mundo assistiu a degradantes exemplos de como o ser humano pode se humilhar para estar junto ao poder e até eventualmente beneficiar-se desse poder.

Já contei aqui sobre a cena do Fula de Bauma, magistralmente retratada no belíssimo filme “Amistad”, do meu colega diretor Spielberg. Em uma cena os escravos vindos da África e que foram capturados a bordo do tal navio em alto mar, estão acorrentados em celas infectas e entra o advogado com suas caras roupas e um enorme chapéu. Um dos escravos pergunta ao outro quem era aquele. Pela importância, o outro responde que deve ser o ‘Fula de Bauma’, referindo-se à mais alta autoridade da região africana de Bauma, cuja função era recolher esterco para adubar o roseiral do Rei, o que lhe dava enorme distinção no reino. Um terceiro cativo pergunta ao que recebera a informação quem era o personagem e ele resume; “- É o catador de bosta”.

Intranscendencia virtuosa – enquanto adjetivação – soa estranhamente, já que a primeira palavra do termo não figura em dicionários, ten...

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Intranscendencia virtuosa – enquanto adjetivação – soa estranhamente, já que a primeira palavra do termo não figura em dicionários, tendo apenas resultado da canhestra tentativa em definir o que no mundo das Artes chega a ser uma recorrência que pode, tranquilamente ser vista como mundana: a capacidade ou estágio produtivo de alguém de reconhecível talento para o grafite ou para as paletas, mas cuja pratica profissional evidenciou um modo de paralisia conceptual, traduzida num contínuo “repeteco”, “sem graça”, de recursos, sem disposição ou estímulo para abordagens linguísticas que suplantem marcos anteriormente atingidos, ficando assim, comodamente assentado pelos arredores de sua pratica (técnica) razoavelmente bem aceite.

Leio, nas páginas do Abelardo Jurema, nota registrando a realização do festival do Bode Rei, nas terras do Roliúde Nordestino, criaçõ...

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Leio, nas páginas do Abelardo Jurema, nota registrando a realização do festival do Bode Rei, nas terras do Roliúde Nordestino, criações do espírito irrequieto do amigo que já se foi do nosso convívio, criações essas que nas mãos de quem verdadeiramente sabe o que é turismo canalizaria alentados grupos, no mínimo, para se deliciar das delícias culinárias produzidas com partes dos súditos desse monarca, cuja realeza, quem sabe, logo também será transformada, no gostoso picado, que o pernambucano chama de sarapatel, que tanto nos delicia.

"Mestre, meu mestre querido! Coração do meu corpo intelectual e inteiro!”, estes versos são de um poema antológico do português F...

gonzaga rodrigues aniversario cronica literatura paraibana
"Mestre, meu mestre querido! Coração do meu corpo intelectual e inteiro!”, estes versos são de um poema antológico do português Fernando Pessoa, passando-se por Álvaro de Campos. Não sabemos quem é o mestre, mas o poeta revela dedicação que ultrapassa os limites do amor de pai, de tão grande que é essa veneração.

Ainda bem que restam uns dois ou três canais de TV franqueados ao filme documentário. Fraco das ouças, derreei sem graça na cadeira m...

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Ainda bem que restam uns dois ou três canais de TV franqueados ao filme documentário. Fraco das ouças, derreei sem graça na cadeira mais próxima, nesta segunda-feira, por não ouvir com a clareza desejável o telefonema de Guilherme Cabral — página em pessoa da pauta cultural de A União — a perguntar-me sobre os anos, esse amontoado já confuso de anos e de situações. Certamente como me sentia. Disse-lhe que me sentia sem culpa.

Não há como tapar o Sol com a peneira. A velhice nos empurra para a síntese, para o essencial. Viver, simplesmente viver, respirar, é o...

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Não há como tapar o Sol com a peneira. A velhice nos empurra para a síntese, para o essencial. Viver, simplesmente viver, respirar, é o que importa. Alguns velhos acham que tudo já foi visto, que tudo já foi dito, e que não se deve perder mais tempo com as coisas do mundo. É o momento do “silêncio das línguas cansadas”, na expressão do compositor Zé Rodrix, em uma de suas belas canções – Casa no campo.

Lá fora um sol abrasador das 17 horas. Sol alto, tardes longas. Pausa para o momento repousante e avaliativo. Escrevo em um café. So...

Lá fora um sol abrasador das 17 horas. Sol alto, tardes longas. Pausa para o momento repousante e avaliativo.

Escrevo em um café. Sozinha.

A moça me recebe com um sorriso pendurado nos lábios.Nos entendemos bem - peço um cono de pistacchio e café.

Em levantamento estatístico realizado pelo respeitado Instituto de Pesquisa Suíço IMD (International Institute for Management Developme...

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Em levantamento estatístico realizado pelo respeitado Instituto de Pesquisa Suíço IMD (International Institute for Management Development), em 1997 — portanto há mais de vinte anos —, constatou-se que 80% dos 1.312 executivos entrevistados, em nove países, admitiram que a intuição é importante ferramenta que deveria ser usualmente utilizada na formulação de estratégias e planejamentos empresariais. A maioria dos respondentes (53%) afirmou que recorria à intuição e ao raciocínio lógico em igual proporção, a fim de executar as suas atividades diárias. Em outras palavras, o “que eles estão dizendo é que administrar é mais do que contar, pesar e medir”.1

Se me fosse dado voltar no tempo, eu queria reviver um daqueles São-Joões da minha infância, em Campina, quando b...

Se me fosse dado voltar no tempo, eu queria reviver um daqueles São-Joões da minha infância, em Campina, quando bastavam a fogueira e alguns traques e bombas chilenas para me fazer feliz. Naquele tempo não havia Parque do Povo nem se falava em “maior São-João do mundo”. A festa tinha a dimensão de nossos humildes desejos; mesmo discreta, ardia imensa em nossos corações.

A guerra e seus absurdos. Não bastam as incontáveis vidas perdidas nem os incalculáveis prejuízos materiais. A guerra e a violência q...

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A guerra e seus absurdos. Não bastam as incontáveis vidas perdidas nem os incalculáveis prejuízos materiais. A guerra e a violência que lhe é inerente terminam por afetar as pessoas das mais diversas formas, todas negativas. E, no entanto, os homens continuam a guerrear, como se ainda vivessem na mais remota antiguidade e não em pleno século XXI. Onde estão as Luzes, onde está a Razão, é de se perguntar qualquer um mais atento a tanto desvario.

Paraíba, 19 de junho de 2022

Paraíba, 19 de junho de 2022

MULHER AMARGA-VIDA Esse olhar suspeito em meus peitos ― maravilhas americanas ― sob listras nacionalistas se confunde ...

poesia capixaba jorge elias neto super herois
MULHER AMARGA-VIDA
Esse olhar suspeito em meus peitos ― maravilhas americanas ― sob listras nacionalistas se confunde enquanto, alucinada, rodopio e visto minha tiara não sou sexo, não sou foda sou a sádica do chicote por fora dourada e dentro uma TPM do cacete.

Chegando o São João e minhas memórias retrocedem para 2013. Oh vida!! Cortes, ciclos, mudanças, guinadas, mas sobretudo aprendizados......

saudade fatalidade sao joao
Chegando o São João e minhas memórias retrocedem para 2013. Oh vida!! Cortes, ciclos, mudanças, guinadas, mas sobretudo aprendizados... Daqueles dias juninos, há a foto de um quarteto de mulheres, como marco de vida, que testemunha o bem-estar vivido e compartilhado em três dias. As personagens: minhas sobrinhas Adriana, Maria Eugênia, Carolina e eu. O cenário: Campina Grande (Maior São João do Mundo) e cidades adjacentes.
Arq. da autora
Foram dias intensos, juntas, aproveitando cada momento, no "aqui, agora" daqueles instantes. Como curtimos e nos divertimos, longe de imaginarmos que toda apoteose da felicidade era, sobretudo, uma despedida.