A OUTRA RUA Não é que não tenha mais a rua A outra rua, que agora um nevoeiro Oculta. E sempre por onde o antigo Céu s...

De toda exuberância, não restou senão um eco

alberto lacet poesia paraibana
 
 
A OUTRA RUA
Não é que não tenha mais a rua A outra rua, que agora um nevoeiro Oculta. E sempre por onde o antigo Céu se abaixava E vinha se abaixando Quando então a enorme Cabeleira de nuvens A tudo umedecia Não é que não se tenha mais Essa rua Sempre tão submarina Que esteve em outro lado Do meu tempo É que já não a encontro Nem sequer sua montanha Renascida sempre para o vento Ele que vinha dispersar o bando de crianças apedrejadas de chuva No lugar onde a tarde era Por vocação ingovernável Os sons eram o da remota Fúria, as palavras estalavam No chicote do vento E não é que à ela (à rua) Já não mais me atenha Aconteceu de vir morar em outra completamente transversa rua Àquela que hoje Num obstinado silêncio Me habita Faz de mim travessa sua.
 
A CONQUISTA
E assim, após longo cerco Caiu a cidadela Penetramos sob olhar Cabisbaixo de ruínas Um silencio Se nos depara De toda exuberância que havia Não restou senão um eco E nem assim ecoa Na acrópole vazia Vem das artérias Do nosso anterior estádio Tumultuoso que trazíamos Porem entre os destroços Escutar: Breve trinado de pássaro Solitário rumor de água

De Explicações do Fogo
(livro de Poesias do autor disponível em Estante Virtual)  

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