Recentemente, concluí a leitura da obra "30 Anos de Paraíba" escrita pelo engenheiro, etnólogo e arqueólogo francês Leon Clerot, que, desde os anos 1930, prestou inúmeros trabalhos e pesquisas importantes na área de geologia, mineralogia, paleontologia e etnologia em terras paraibanas.
Suas atividades resultaram na referida obra, escrita em fins da década de 1960, e também na denúncia do descaso das autoridades governamentais com a
Os Cariris, segundo as pesquisas arqueológicas, tinham costumes semelhantes aos povos originários amazônidas, como a cerâmica em mesmo estilo, produção de muiraquitã, o modo de enterrar suas múmias em urnas (tudo destruído por proprietários rurais) e a forma de emparedamento dos seus mortos. Há uma comparação por meio de fotos dos instrumentos de pedra utilizados por Potiguaras e Cariris, além de outras informações relevantes.
O autor dedica parte da obra aos litógrafos, como a Itacoatiara do Ingá, e explica geologicamente as cavernas de sílex que deram origem ao nomes dos municípios de Pedras de Fogo e Itambé, de onde Potiguaras e Cariris extraiam material para fabricação de instrumentos e armas.
Rugendas, 1835
A luta entre Cariris e não-indígenas pela posse do território deu origem ao que ficou conhecido como a Confederação dos Cariris/Guerra dos Bárbaros e foi a tragédia mais longa e sangrenta em terras nordestinas.