Fiodor DostoievskiCC0
Os livros de Dostoiévski expõem as regiões mais brutais da natureza humana. Eles apresentam a constituição da maldade das pessoas. Embora tenha exposto o inacessível, o insuportável e o indizível do inconsciente humano, ele também poetizou o amor ao humanizar a dor compartilhada. Em suas obras, é possível perceber um pouco de solidariedade nos personagens cruéis, além daqueles que sucumbiram à loucura do sofrimento. Para Dostoiévski, o oposto da beleza é o individualismo — é o ódio contra o outro — que busca roubar-lhe a dignidade. As suas obras exploram os transtornos psíquicos de seus personagens, que estão imersos em tragédias, entre elas, em situações sociais,
Em O Idiota, Dostoiévski desenvolve a tese de que “a beleza da compaixão salvará o mundo”. Ele se refere ao ato de fazer o bem a si mesmo e ao outro. A obra narra a história do príncipe Míchkin, que busca um significado na vida e cuja índole é dominada pelo amor, perdão e bondade. Essas virtudes o levam a perdoar excessivamente, a ponto de se deixar maltratar pelos outros. O protagonista gravita em torno da pureza, do sofrimento humano e da alienação social, tornando-se uma meditação sobre o que significa ser "bom" em um mundo corrompido.
Ao longo da obra, Míchkin se envolve com duas mulheres: Nastasya Filippovna, uma mulher bela, mas traumatizada, e Aglaya Epanchin, uma jovem de boa família, mas também imersa em complexidades emocionais. Ele se vê inserido em conflitos sociais, familiares e pessoais. A trama se desenrola à medida que o protagonista tenta lidar com essas relações complexas, nas quais busca resolver o drama das pessoas
Yulia Borisova /
Nastasya Filippovna (O Idiota)
Ivan Pyryev/Mosfilm
Nastasya Filippovna (O Idiota)
Ivan Pyryev/Mosfilm
O Idiota de Dostoiévski apresenta um conflito entre o acolher e o desprezar, a partilha e o egoísmo, ser bom e ser cruel, a honestidade e a corrupção. O romance oferece uma reflexão para os dias atuais sobre a busca por solidariedade entre todos para eliminar o ódio e a loucura na sociedade, além de evitar uma possível guerra mundial que se aproxima. O jovem príncipe Míchkin personifica que “a arte da compaixão salvará a humanidade” contra toda a maldade humana.