Esta quarentena a que estamos nos submetendo por recomendação médico-científica, para enfrentamento da pandemia do coronavírus, tem feito c...

Nada acontece por acaso


Esta quarentena a que estamos nos submetendo por recomendação médico-científica, para enfrentamento da pandemia do coronavírus, tem feito com que nos dediquemos a reflexões sobre a vida. E ficamos nos perguntando porque fomos surpreendidos com algo tão ameaçador quanto esta doença que desafia o mundo inteiro. Uma ocorrência que surpreende, não só pela forma como vem se estabelecendo, mas, principalmente, porque foge ao conhecimento humano e ao seu controle. Provoca a inteligência, o poderio e a capacidade de entendimento do homem. Daí chegarmos à conclusão que se trata de um acontecimento que independe da vontade humana. É determinação de Deus.

A propósito, gostei muito do sermão dominical ministrado pelo pastor Robinson Granjeiro, da Igreja Presbiteriana de Tambaú. Ele, com a sabedoria que lhe é peculiar, nos mostra que “Deus tomou a agenda de nossas mãos”, até para demonstrar que jamais fomos donos dessa agenda. Quem define a construção da História da humanidade é o Ser Supremo. É plano dEle.

Não adianta ficarmos procurando explicações. Somos incapazes de compreender. Façamos do infortúnio circunstancial a oportunidade para recebê-lo como uma advertência. O vírus chega de maneira avassaladora sem respeitar autoridades constituídas ou o [até então] presumível poder do dinheiro e das forças da economia mundial. Evidencia-se o que a humanidade estava ousando desconhecer: o arbítrio de Deus sobre o nosso destino.

No olhar dEle estávamos absorvidos pelas ambições desmedidas, pelo desprezo ao que Cristo nos ensinou como conceito de fraternidade, pela agressão à natureza que Ele criou, pela falsa ideia de que “podemos tudo”. Por consequência estamos experimentando uma overdose de angústias e medos. Não vejo a catástrofe mundial como “punição” divina. Assimilo como uma reprimenda, que nos obriga a rever comportamentos e valores equivocadamente considerados importantes. É como se Ele quisesse nos dizer: “Basta! Vocês têm que aceitar a existência de um Ser Supremo a quem devem louvor, veneração e obediência. Estão passando dos limites na liberdade de agir, sem o Meu consentimento”. Ele está nos chamando à responsabilidade.

Esta invasão abrupta em nossas vidas, interrompendo sonhos, modificando projetos, contestando ideais, ainda que nos leve ao pranto e ao desespero, deve ser enfrentado com a consciência de que necessitamos ser submissos à vontade dEle, que é o Deus soberano que tudo sabe, tudo vê e que, nas entrelinhas, nos ensina a depositar nEle toda a confiança.

Como disse o pastor Robinson, devolvamos para Ele a agenda que jamais foi nossa. Fomos muito pretensiosos em achar que poderíamos determinar os caminhos da História da humanidade sem cumprir as regras que Ele nos apresentou. Através das tragédias Ele amplifica a Sua voz de comando sobre tudo o que acontece no universo. A humanidade precisa admitir sua fragilidade. A pandemia está nos convocando a entender isso.


Rui Leitão é jornalista e escritor E-mail

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  1. Ângela Bezerra de Castro21/4/20 14:26

    Associar uma pandemia à vontade de Deus, para castigar a humanidade, é um raciocínio ingênuo. A humanidade será sempre a mesma. Depois das guerras ou depois das pestes. Basta olhar a história. Até depois que crucificou Cristo, continuou a mesma. Egoísta, desumana, desonesta, hipócrita

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