Quantas páginas Ainda me resta Escrever? (Não desejo Saber) O poema que Faço de mim Não é um épico Mas inscrevo No tempo ...

Das páginas que ainda não escrevi

antonio aurelio cassiano poesia paraibana
Quantas páginas Ainda me resta Escrever? (Não desejo Saber) O poema que Faço de mim Não é um épico Mas inscrevo No tempo que tenho Memórias Preciso ser esquecido Depois de mim Mas o que fiz... não… E se me acharem vazio É porque o tudo que tinha Eu dei… Não reclamo as ilusórias Homenagens Mas peço a atenção por minha humanidade Sou filho dos erros Sou desassossego Pela fome dos outros Meu Vazio É maior que eu E cabe numa canção Uma canção como um blues Ou um som de chibata Nas costas da humanidade Quero sair da vida Com a certeza da volta Para a terra real A que piso e como E bebo E me embriago de vida Deixo como testamento As estrelas do Céu E um imenso mar que tanto me encantou Dos meus pecados Orações E a revolução que jamais haverá Nada de mim no tempo Só quero um esquecimento Para que outros ocupem o mesmo lugar Tempo, tempo, tempo Caetano E suas verdades E já sinto que me alongo Para dizer tão pouco Das páginas que ainda não escrevi Mas é que a vida é urgente E como disse Bob Dylan "It's all over now, my baby blue!"



Minha casa Anda cheia De litros vazios Muitos deles Os bebi Em tragos de existência Minha casa cheira A demência Mas, quem não a tem ou terá? Minha casa tem sombra E solidões Múltiplas e expostas Por isso é que A minha casa é Perfeita Ela fica entre o Norte da África A fonte de Janelas E as bombas do mundo Minha casa É uma incongruência De mim



Qual a profundeza Da solidão? Se mede? Só sei De um vazio Onde hábito Se é covardia fugir Ninguém disse Que deveria ser herói E as rosas murcham Os olhos embaçam E um blues ecoa na imensidão Não é culpa de ninguém Nem do Destino Rota morta para quem não acredita Deixe estar Como disseram os Beatles: "Let it be" Mas minha ""Mother Mary" Já não está mais aqui E cá estou eu sem saber nada da vida Gira o tempo E me deixa Rente a os miseráveis

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