São tantas ilusões... Que cegam, envaidecem, empobrecem. Pólos que encurtam distâncias escondidas, compreensão que se restringe ao eu que nada é.
Vaidades se exacerbam tanto quanto a ilusão. Culpa do esquecimento ou cegueira voluntária? Ouvidos idem moucos ao pássaro que gorjeia, ao mar que cantarola. Olhos cegos à flor que passa, que fica ou que murcha. Perto ou longe, vendo ou não, surdo ou mudo, é só querer acordar e perceber.
Dns Dgn
A dor e a tristeza, a morte e a velhice, saúdes que nem sempre se entendem como um bem. Mesmo que desapareçam aos olhos ou à esperança, nos iludem de outra forma. São muitos os sabores que possui a ilusão. Perigosos, inocentes, traiçoeiros e cruéis.
A vaidade sempre guarda para o fim que se revela o tempero mais amargo. A estupidez que regurgita no eu que nunca foi.
Às vezes se faz tarde. Quando é triste o ocaso. Pior é o nada, cultivado no delírio de um ser postado acima de tudo que aprendeu. Rega e adubo enganosos. Os pássaros que nos digam o que é a liberdade.
Jakub Pabis
Só o tempo que inexiste na visão do iludido os acode ao mostrar que a vida continua. Cedo ou tarde a vaidade, ainda que insista no eu desmascarado, arderá se ultimando no suspiro derradeiro.