O termo “adultização” tem sido bastante mencionado nos últimos nos dias. O motivo é a grave denúncia feita pelo youtuber Felca acerca de uma dupla que usava a internet para explorar crianças e adolescentes. Li que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania registrou um aumento de mais de 500% nas denúncias de exploração sexual infantil on-line após a exposição do vídeo desse youtuber. Graças a ela, Hytalo Santos e seu companheiro foram presos, e o debate sobre esse tipo de exploração vem se estendendo a pais, professores, psicólogos e demais responsáveis pela educação das nossas crianças.
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A adultização existe há tempos e parece inevitável numa sociedade de consumo. Deve-se em boa medida ao mercado e sua ânsia de conquistar novos consumidores independentemente das estratégias que utilize para isso. Um exemplo muito comentado é o da boneca Barbie, que veio antecipar nas meninas a busca de um glamour não compatível com a idade.
Sou de um tempo em que as bonecas eram bebês, nos quais não havia nenhuma sugestão erótica. As meninas as embalavam, davam-lhes mamadeiras, botavam-nas para dormir – e nessas tarefas identificavam-se com suas mães. Nas bonecas elas reproduziam os cuidados e os carinhos maternos.
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É claro que essa forma de adultização não se compara ao que faziam os dois denunciados por Felca; o intuito deles era explorar e mesmo perverter o público que exploravam. Mas ela remete a um despertar precoce, suscitando expectativas e
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A denúncia de Felca viralizou e fez com que senadores formalizassem pedido para a criação de uma CPI. Investigar a exploração infantil nas redes sociais entrou na pauta dessa casa legislativa. Muita coisa será revelada, e certamente ocorrerão prisões. Mas será inócuo prender os infratores se nada se fizer para acompanhar o que as crianças veem nas redes sociais e torná-las tanto quanto possível imunes a um consumismo que não respeita o tempo da sua inocência.