Pauta Cultural (Ep. 49)

Paraíba, 10 de julho de 2022

Seções ▪ Aconteceu | Acontece | Acontecerá | Imperdível | Caixa Postal

⧏ Aconteceu

Valeska Asfora

A paraibana Valeska Asfora, mestre em políticas públicas, educadora, e produtora cultural paraibana estreou como escritora com seu primeiro livro: “Anayde Beiriz - a última confidência”. A obra tem foco na trajetória da poetisa, contista e professora paraibana Anayde Beiriz, particularmente da década de 1920 até sua morte, em outubro de 1930, com uma visão além das referências que comumente são encontradas.

Valeska ressaltou que procurou fazer com que o leitor possa “compreender o contexto sócio-cultural em que vivia aquela mulher, que dizem ter sempre estado ‘a frente de seu tempo’, acompanhar a sua vivência e experiência literária, e também desvendar a incógnita em torno dos fatos que a levaram à morte”.

O lançamento ocorreu na sala Vladimir Carvalho, na Usina Cultural Energisa no dia 1 de julho, com participações da escritora Maria Valéria Rezende, do produtor, músico, escritor e ativista cultural Flávio Eduardo Maroja Ribeiro (Fuba), das poetas Jennifer Trajano, Cris Estevão, Natália Luna, além da participação musical de Elon Damaceno e Helinho Medeiros.

Ana Maria Gondim, Valesca Asfora e Bob Zaccara

A pesquisa, edição e publicação do livro contaram com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc e apoio de Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba. Informações sobre como adquirir o livro podem ser obtidas por meio do telefone: (83) 98891-6203.

Uma boa notícia para os amantes dos livros impressos foi a inauguração da mais nova livraria da capital paraibana, uma filial da tradicional e cinquentenária Livraria do Luiz, dirigida por Janaína e Ricardo Pinheiro. A nova loja se localiza no MAG Shopping, à beira-mar da praia do Manaíra.

1

2

3

4

5

(1) Livraria do Luiz, filial Mag Shopping ▪ (2) Augusto Moraes, José Nunes, Ricardo Pinheiro, Antônio David Diniz e Irani Medeiros ▪ (3) Janaína e Ricardo Pinheiro, Manoel Gaudêncio e Juca Pontes ▪ (4) Raquel e Arael Costa, José Nunes, Políbio Alves, Jean Patrício e Janaína Pinheiro ▪ (5) Abelardo Jurema Filho, Durval Lira, Ramalho Leite, Antonio David Diniz e Luiz Augusto Paiva da Mata ▪ Imagens: Antônio David Diniz + Pedro Júnior

A abertura ocorreu no dia 8 de julho e contou com o lançamento do primeiro livro da engenheira e gestora pública Aracilba Rocha, que estreou no mundo editorial com o título “Sem trégua - um legado de ensinamentos de como sobreviver à pobreza e à vida profissional no meio político”. A obra foi descrita pela própria autora como “Uma história de vida e de sobrevivência no misterioso mundo dos vivos, que tem ensinado a lutar e a dizer para si mesmo por onde caminhar”.

Carlos Pinheiro e Aracilba Rocha

▪ O livro "Sem Trégua" está disponível no site da Livraria do Luiz ▪

Gilmar Leite Ferreira

O poeta paraibano Gilmar Leite Ferreira relançou livros de sua autoria em evento realizado na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, na tarde do dia 9 de julho. O autor recitou poesias na sessão de autógrafos que aconteceu no movimentado stand “Repente e Cordel”, onde foram apresentados os títulos “Águas de Pajeú”, “Na sombra de Augusto” e “Delicadezas de um coração”, com recitais e show do músico baiano Xangai.

Gilmar Leite Ferreira é professor e vice-chefe do Departamento de Educação da Universidade Federal da Paraíba.

Karenine de Oliveira Porpino, escritora e professora de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, assim descreveu a poesia de Gilmar Leite:

“[...] reconfigurações do mundo em modos de escrever o que já foi escrito, especulações e imaginários do porvir. Intensidades existenciais que nos fazem reconhecer a criação poética como ação sensível do corpo que gera e frui as palavras como um modo de educar. Ao discutir as relações entre corpo e poesia, o autor, poeta e professor nordestino lança um olhar atento às suas próprias experiências, a partir das quais encontra cumplicidade nos modos de poetizar de outros artistas e de seus próprios alunos”.

⧎ Acontece

Foi aberto no sábado, dia 2 de julho, o mais aclamado e qualificado evento de música clássica da América Latina: O Festival de Inverno de Campos do Jordão.

Serão apresentados 84 concertos, distribuídos em vários locais da romântica cidade serrana, e também na Sala São Paulo, na capital do Estado.

Com o slogan “Modernos Eternos”, este ano o festival recebeu tematização em torno do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, inspirada no poema “Eterno”, do mineiro Carlos Drummond de Andrade.

Majtec

Campos do Jordão ▪ SP

O Festival de Campos de Jordão é realizado há mais de meio século, congrega o que existe de muito seleto no universo da música erudita, e nesta 52ª edição traçará um panorama do modernismo nacional e internacional, com foco nas décadas de 1920 e 1930, em obras sinfônicas e camerísticas dos compositores Sergei Prokofiev, Igor Stravinsky, Manuel de Falla, César Franck, Béla Bartók, Silvestre Revueltas, Paul Hindemith, Bohuslav Martinů, Gilberto Mendes e o representante máximo da música na Semana de 22, Heitor Villa-Lobos.

Os concertos serão realizados no Auditório Claudio Santoro, no Parque Capivari, no Palácio Boa Vista, na Capela de São Pedro, na Igreja de Santa Teresinha e em um palco ao ar livre. A programação se estenderá até o dia 31 de julho com a participação da Orquesta Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e outras orquestras brasileiras, que serão regidas pelos maestros Thierry Fischer (Canadá), Çem Mansur (Turquia), Giancarlo Guerrero (Costa Rica), Marcelo Lehninger, Neil Thomson, Roberto Minczuk e Carlos Prazeres (Brasil).

Carlos Prazeres

Neil Thomson

Entre os solistas estão os pianistas Alexei Grynyuk (Rússia) e Lucas Thomazinho (Brasil), os violoncelistas Leonard Elschenbroich (Alemanha) e Marina Martins (Brasil), e violonista Yamandu Costa (Brasil).

Yamandu Costa

Marina Martins

Também serão realizadas master-classes em mais de 1.000 horas de aulas ministradas por 52 professores. Um dos momentos mais esperados será a entrega do tradicional Prêmio Eleazar de Carvalho — denominação que homenageia o maestro criador do Festival —, concedido ao músico de maior destaque do evento.

A programação com horários e demais informações necessárias à participação presencial e transmissões on-line estão disponíveis no site: http://www.festivalcamposdojordao.org.br/

⧐ Acontecerá

Já anunciado o próximo Prêmio Kindle de Literatura, concurso internacional promovido pela Amazon e pelo Grupo Record, que em sua última edição concedeu o primeiro lugar ao romance “O Pássaro Secreto”, da paraibana Marília Arnaud.

As inscrições estarão abertas entre os dias 11 de julho e 28 de agosto. Os autores podem concorrer com romances inéditos originais em português, classificados como ficção, com exclusividade para o concurso. Além de ser contemplado com versão impressa da obra vencedora, o primeiro colocado receberá R$ 50 mil, sendo R$ 40 mil em dinheiro, e R$ 10 mil como adiantamento das vendas pela Record, a que terá direito.

Ricardo Pérez

As obras serão avaliadas por um grupo de especialistas editoriais e julgadas por júri especial. Ricardo Pérez, gerente-geral da Amazon Brasil, disse em entrevista na Bienal Internacional do Livro, que acontece em São Paulo, que “o Prêmio Kindle faz parte do compromisso de longo prazo da Amazon Brasil de oferecer aos leitores experiência e serviços inovadores, contribuindo para a comunidade editorial local”.

Para participar da 7ª edição do Prêmio Kindle de Literatura, o autor deve publicar o romance no formato digital Kindle Direct Publishing (KDP), plataforma oferecida no site da Amazon, com ferramentas que ele próprio manuseia a partir do preenchimento dos dados necessários, seguindo as instruções passo-a-passo. Os termos e condições estão na página do Prêmio Kindle de Literatura.

Langston Hughes ▪ 1901—1967

O escritor norte-americano Langston Hughes (1901-1967), também conhecido como o “Líder do Harlem Renaissance”, terá coletânea inédita de poemas a ser lançada no Brasil. Hughes foi uma das principais vozes negras da literatura dos Estados Unidos e integrou muitas ações contra a segregação racial, em defesa de direitos civis.

Além de poeta, autor de vários livros premiados, Langston Hughes criou o gênero Jazz Poetry, escreveu peças de teatro, romances, contos, novelas, narrativas infantis e não-ficção, notabilizando-se como grande ativista em defesa das populações negras norte-americanas.

Alguns dos integrantes do movimento Harlem Renaissance: Langston Hughes (poeta/novelista), Charles S. Johnson (sociólogo), Edward Franklin Frazier (sociólogo/escritor), Rudolph Fisher (médico/radiologista/músico/escritor) e Hubert Thomas Delaney (advogado) ▪ Biblioteca de Nova York

Para a realização da coletânea, que se intitulará “Eu sou o irmão mais escuro”, foi criada uma campanha de financiamento coletivo, no site da Catarse, pela editora independente ÊCOA, organizada pelo escritor e poeta brasileiro Matheus Peleteiro.

A participação na campanha dará direito à versão eletrônica do livro “Eu sou o irmão mais escuro”. A adesão pode ser realizada por meio do site da Catarse.

Matheus Peleteiro, sócio da ÊCOA, ressaltou a importância deste projeto:

“O discurso combativo deve, sim, ser levantado, mas com sofisticação e grandeza, pois assim ele chega com mais força e maior potência. Trazer Langston ao Brasil é uma forma de afirmar essa filosofia. Trazer Langston é uma forma de afirmar essa filosofia”.

⧉ Imperdível

Fatos e épocas de nosso passado podem ser intensamente revividos com a experiência artística, literária, musical. Paralelos entre as emoções e uma música, por exemplo, uma leitura, se entrelaçam na memória e reacendem a sensação de emergir o que nos marcou. No texto “Os meninos da Rua Paulo”, o escritor Francisco Barreto conta sua experiência com a leitura de uma célebre obra do húngaro Ferenc Mölnár, que o fez ir a Budapeste sentir de perto a ambiência da rua descrita no notável romance que recebeu até esculturas em sua homenagem.

"Há exatos 40 anos, o Brasil acordava de ressaca [...] os 120 milhões de brasileiros despertavam naquela terça-feira, 6 de julho de 1982, certos de que aquele 3 a 2 inexistia, era inaceitável". E que era mentira o que se tornou "o carrasco do Brasil na copa, Paolo Rossi, como narra o cronista Clóvis Roberto no texto “Uma partida de futebol”.

As "lavadeiras", "aqueles passarinhos com plumagem branca e preta e uma máscara estreitinha", exercem um encanto muito grande nas pessoas. Mas, segundo menciona o cronista Frutuoso Chaves no texto “Lavadeiras”, infelizmente, elas e as andorinhas estão sumindo da natureza. Não se sabe se por conta dos "arengueiros" pardais…

Caix@ Postal

"Ótimo artigo. Apresenta com argumentos muito sugestivos a atualidade do pensamento de Karl Marx. Parabéns."

---

Ângelo Emílio Pessoa ▪ 10.07.2022

Comentário sobre o texto “O Pensador que resiste ao tempo”, de Flávio Ramalho de Brito.

"O Mestre Zé Mario disse tudo! Parabéns ao carlosromero.com.br por abrir esse espaço, e que a Federação Paraibana de Xadrez faça constar nos seus anais o registro desse emocionante depoimento de alto valor histórico."

---

Fernando Melo ▪ 09.07.2022

Comentário sobre o texto “A nobre arte do jogo de xadrez”, de José Mário Espínola.

"Silêncio é linguagem dos que são intensos em sentir, em viver, em se deslumbrar com a natureza. Se alguém compactua comigo a beleza de uma árvore florida, ou o pôr do sol no mar, não há necessidade de palavras, apenas perceber." Me identifico demais com esse parágrafo. Quantas vezes em viagens, paro para contemplar e fotografar uma árvore ou uma paisagem e esse momento é de um silêncio, mesmo em meio ao barulho. Como sempre, lindo seu texto."

---

Lúcia Helena Nunes Alves ▪ 07.07.2022

Comentário sobre o texto “Não é falta de palavras, é silêncio”, de Cristina Porcaro.

---