Estranho ser Erguer-se sã Vencer Estranho a luta Contra "o quê?" - Não sei, não luto! Estranho a casa Em qu...

Em rubro entardecer embriagado de saudades

aurelio cassiano poesia paraibana
 
 
 
Estranho ser Erguer-se sã Vencer Estranho a luta Contra "o quê?" - Não sei, não luto! Estranho a casa Em que sou Estranho O vento Varrendo o tempo Lavando as roupas Dobrando esquinas Esfolando nucas Regando cérebros Estranho o ser Entre os gametas E a salvação Revoadas de sonhos Em rubro entardecer Embriagado de saudades



Na rua onde moro Passa um rio de gente Uns descem pelo ralo Outros ficam pendentes Muitos entulham a rua Mas muitos mais iluminam Alguns conhecem as esquinas Há os que são dementes A minha rua anda sozinha Mas sempre cheia de gente Uns vão para o trabalho Outros para um mundo indigente E eu fico na janela Hora sei que sou ela E me sinto na corrente Hora fico tão triste A minha rua existe No tempo e no espaço Ela tem a cor do dia Tem o jeito que eu faço



Voz rouca na vitrola Estanca o vazio E espanca a casa Faz rugir o homem De um olho de cada cor ("Rock'n'Roll Suicide"?) E a mulher de voz blues Raspada na garganta ("Cry Baby"!) Eram cantos de ninar Histórias de luta Não era só maconha Os sobreviventes finalmente Entenderam Que o por do sol ainda dói... Até que não levante mais Mas a existência também Se espraiou para além de querer Mudar o mundo E se mudou! Hoje no Spotify Ainda há o homem de um olho de cada cor E a mulher de voz raspada na garganta

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