Sempre quando passo pela região onde está o plantio de flores no engenho Avarzeado, em Pilões, recordo uma visita realizada na companhia de Gonzaga Rodrigues e seu filho Fabiano, em tempo atrás, e recebemos as saudações da Natureza do Brejo, com abraços festivos das agricultoras. Estas exibiam os produtos de suas mãos com largos sorrisos.
As serras despenteadas no período de estio alimentavam a esperança de que seríamos recompensados pela beleza do lugar, com os crisântemos brancos e rosas avermelhadas nos aguardando.
Gonzaga Rodrigues (Pilões-PB) Antônio David Diniz
Em redor das estufas para o cultivo das flores, sobre as serras, palmeiras viçosas, de porte senhoril, com a nos receber de braços abertos, se juntavam às boas vindas das mulheres agricultores de mãos suaves apesar da terra nas unhas, o que não tirava a docilidade do contato conosco.
"Flores do Brejo" (Cofep/Pilões-PB) @piloes.pb.gov.br
A alegria parte de alguém que carrega o massapê e o barro vermelho do Brejo na sola dos pés e nas mãos o perfume das flores silvestres da região, porque da região exala vida, saem dos córregos a água cristalina que nem precisa ser coada antes de beber. Passamos por entre os montes por onde sobem os partidos de cana, se cultiva banana pacovan e os roçados da macaxeira e feijão de corda brotam. Nunca me desligo desta gente tão sofrida e tão esperançosa.
"Flores do Brejo" (Cofep/Pilões-PB) @piloes.pb.gov.br
Vibro com cada presente que a cooperativa de produção de flores de Pilões ganha, e tenho certeza já estão com seus trabalhos reconhecidos, pois são modelos de perseverança. Mulheres que olham para a frente, mesmo sem esquecer o passado de muitas incertezas porque viviam a trabalhar no pelo da cana.
As conheci quando colhiam as primeiras flores. Cada uma mostrava felicidade ao obter os resultados desejados, com um sorriso que Maria Helena sabe expressar, em gestos que guardamos como lenitivo.
"Flores do Brejo" (Cofep/Pilões-PB) @piloes.pb.gov.br
Sem verter lágrimas, silenciosamente essas inundam meu coração de brejeiro quando percorro as trilhas entre as serras que vão de Serraria a Pilões, beirando o Rio Pintura, em debando da Serra do Espinho. Como agora acontece, quando revejo a foto das mulheres cultivando as flores que tão seu sustento e embelezam os ambientes.