Na aldeia em rápida transformação, a oficina de ferragens chegou para personificar o primeiro profissional liberal da história – o ferrei...

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Na aldeia em rápida transformação, a oficina de ferragens chegou para personificar o primeiro profissional liberal da história – o ferreiro –, a quem, já de um bom tempo não era incomum tivesse a ausência perdoada durante jornadas periódicas de trabalho – a que estavam todos sujeitos –, mas que passava agora a ser nominalmente dispensado de quaisquer dos inúmeros e frequentes mutirões impostos pelas novas necessidades coletivas, que tinham se tornado uma imposição autoritária dentro do novo sistema de poder centralizado.

Virou água Quando o voo levantou também fiquei nas nuvens. O “sinto” apertava,...

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Virou água
Quando o voo levantou também fiquei nas nuvens. O “sinto” apertava, deu-me um nó de silêncio.

É dezembro porque as músicas de Natal estão surgindo timidamente. Mesmo que os grandes comerciais com trenós, renas e um Papai Noel rosado...

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É dezembro porque as músicas de Natal estão surgindo timidamente. Mesmo que os grandes comerciais com trenós, renas e um Papai Noel rosado e sorridente tenham ficado escassos, em algumas varandas persistem luzinhas coloridas e na recepção do prédio montaram uma vistosa árvore de Natal, mesmo assim, é um dezembro estranho, chocho.

NORDESTE O controle das pedras e ampulhetas cabem nas bordas do vento nordeste Vento e agreste, guias dos pés no sem fundo

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NORDESTE
O controle das pedras e ampulhetas cabem nas bordas do vento nordeste Vento e agreste, guias dos pés no sem fundo

Os versos da canção que fez sucesso no início dos anos 1990 martelavam sua cabeça, enquanto via na televisão resultados das eleições deste...

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Os versos da canção que fez sucesso no início dos anos 1990 martelavam sua cabeça, enquanto via na televisão resultados das eleições deste ano... Por instantes, esquece da política e viaja no tempo. Até a noite de um show de Titãs, há coisa de 20, 30 anos.

Tenho um amigo que é sedentário por natureza e convicção, por isso fiquei surpreso quando o vi, recentemente, fazendo caminhadas perto de ...

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Tenho um amigo que é sedentário por natureza e convicção, por isso fiquei surpreso quando o vi, recentemente, fazendo caminhadas perto de casa. Numa dessas ocasiões conversamos longamente sobre essa compulsão moderna de andar, que vem se incorporando à vida não só do pessoense, ou do brasileiro, mas do homem globalizado. Ele me disse que fazia isso muito pouco e de má vontade. Chegou a ponderar, filosoficamente, que andar não é próprio do ser humano.

Já tarde da noite, recebo dois zaps de voz de minha neta, Clarinha. Ela me pergunta o que é evolução. Achei a pergunta difícil, mas como...

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Já tarde da noite, recebo dois zaps de voz de minha neta, Clarinha. Ela me pergunta o que é evolução. Achei a pergunta difícil, mas como envolve coisas práticas, respondi adequando ao seu universo de criança esperta. Disse que a evolução era a transformação por que passaram todos os seres vivos — os animais, as plantas, os humanos —, ao longo dos tempos, e ainda passam. Começamos, há muito, muito tempo, sendo pequenos seres como os micróbios e nos modificamos atingindo a forma que temos hoje, terminei dizendo a ela.

Espelhar rio Espalhar silhuetas pela lâmina matinal adocicada no fio líquido perene bebida de fonte esguia na mata que vagu...


Espelhar rio
Espalhar silhuetas pela lâmina matinal adocicada no fio líquido perene bebida de fonte esguia na mata que vagueia pelo relevo em invisível desnível

Os padrões de comportamento ditados pela sociedade fazem com que nossas ações obedeçam regras estabelecidas, normas e procedimentos defini...

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Os padrões de comportamento ditados pela sociedade fazem com que nossas ações obedeçam regras estabelecidas, normas e procedimentos definidos por valores culturalmente aceitos. Isso nos inibe a fazer algo diferente, com receio de sermos mal interpretados ou objetos de censura. Fugir dos rótulos, quebrar paradigmas, romper com o convencional, pode ser compreendido como desobediência a princípios de formalidade, conduta social.

O episódio nº 15 da Pauta Cultural entra no ar na ALCR TV com atualidades do mundo cultural participação dos autores, leitores e telespect...

O episódio nº 15 da Pauta Cultural entra no ar na ALCR TV com atualidades do mundo cultural participação dos autores, leitores e telespectadores do Ambiente de Leitura Carlos Romero.

É fascinante pensar que um grande poeta, cronista e pensador como Affonso Romano de Sant´Anna, que deu aulas sobre o romance de minha auto...

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É fascinante pensar que um grande poeta, cronista e pensador como Affonso Romano de Sant´Anna, que deu aulas sobre o romance de minha autoria "A Verdadeira Estória de Jesus", assistidas pelo nosso Chico Viana, em doutorado no Rio, que leu meu Relato de Prócula enquanto viajava para o Peru, que me estimulou enormemente quando leu meu poema longo "Trigal com Corvos", que vibrou com minhas participações em "O Som ao Redor" e "Era Uma Vez Eu, Verônica", e que até tentou – sem sucesso – conseguir publicação de meus livros na França – escreveu algo como "Barroco – do Quadrado à Elipse"

“O coração tem razões que a própria razão desconhece”. A célebre frase de Pascal (1623-1662) para mim é perfeita. Resume e expressa de ma...

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“O coração tem razões que a própria razão desconhece”. A célebre frase de Pascal (1623-1662) para mim é perfeita. Resume e expressa de maneira clara e brilhante a grande e fundamental dicotomia que na filosofia iria conduzir ao iluminismo/racionalismo, por um lado, e, por outro, ao romantismo, duas correntes que ainda hoje disputam certa primazia no pensamento ocidental. Esclareça-se desde logo que Pascal, além de filósofo, era físico e matemático, portanto alguém muito afeito à pura racionalidade. No entanto, teve a compreensão de que a razão por si só não dava conta da complexidade do homem, no que ele tem de emoções e sentimentos.

A cena já se tornara tão trivial que ninguém a olhava. Nem circunstantes transeuntes rumo à parada de ônibus, nem os diuturnos caminhantes...

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A cena já se tornara tão trivial que ninguém a olhava. Nem circunstantes transeuntes rumo à parada de ônibus, nem os diuturnos caminhantes concentrados, a caminho. Eu mesmo, em vezes que passei próximo, não notei. Ninguém comece a pensar em algo como uma planta frondosa, um cachorro flocado, alguma família de florido canteiro. Não. Sob a sombra do ninho de algumas árvores, se instalou. Mais um. Um a mais.

O primeiro é o “Soldado Doido”. O outro que se chamava Bruno, lia mãos que hoje vazias, nos fazem lembrar só do passado. ...

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O primeiro é o “Soldado Doido”.
O outro que se chamava Bruno,
lia mãos que hoje vazias,
nos fazem lembrar só do passado.

Há coisas que nos sugerem os pólens para atraírem os beija-flores. Outras, que nos tangem e nos empurram para longe, quase à deriva, sem esperanças nem expectativas.

“Ele vive supostamente recluso em um apartamento na cidade do Rio de Janeiro”, escreveu, há três meses, o jornalista carioca Mauro Ferreira...

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“Ele vive supostamente recluso em um apartamento na cidade do Rio de Janeiro”, escreveu, há três meses, o jornalista carioca Mauro Ferreira, especializado em música popular, referindo-se ao artista paraibano Genival Cassiano dos Santos, que, embora seja atualmente desconhecido pelo público, tem o seu nome cultuado por intérpretes como Djavan, Marisa Monte, Sandra de Sá e Ed Motta.

Vamos à sessão de despedida. Ou melhor, de desapego! Não é sessão de “descarrego”, alto lá, que pode até ser assunto de outro texto.

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Vamos à sessão de despedida. Ou melhor, de desapego! Não é sessão de “descarrego”, alto lá, que pode até ser assunto de outro texto.