novembro 23, 2014
U m famoso psicoterapeuta, de cujo nome não estou lembrado agora, sugeriu que, todas as manhãs, quando levantássemos, deveríamos contar noss...
Um famoso psicoterapeuta, de cujo nome não estou lembrado agora, sugeriu que, todas as manhãs, quando levantássemos, deveríamos contar nossas bênçãos, as coisas boas que possuímos e esquecemos. Os talentos dados pela vida.
E quais são essas bênçãos? Ora, ora, são tantas. Vejamos algumas delas. A saúde. Há pessoas que dormem bem, alimentam-se bem, possuem um bom emprego, uma família harmonizada, uma religião saudável, que não transforma a fé em medo, muitos amigos e assim por diante. Mas, por incrível que pareça, se julgam infelizes ou, pelo menos, preocupadas, angustiadas, deprimidas e assim por diante. Não se conscientizam de sua felicidade, o que não deixa de ser uma lástima.
Faz-se necessário administrar bem a nossa existência. Disse Jesus: De tudo que recebemos quando vimos estagiar neste mundo nos será cobrado. Será que usamos bem os talentos recebidos? O talento das mãos, pernas e olhos perfeitos? E que tal usar bem a palavra, evitando a maledicência, mania de falar mal dos outros?
Como vêem, é grande a nossa responsabilidade de viver. Afinal, quem nos deu este corpo que usamos? Será que estamos neste mundo por acaso, como simples gaiatos? Falei do corpo, e haverá santuário mais sublime como este nosso corpo, que recebemos para o exercício do viver? A verdade é que estamos degradando este magnífico organismo com os vícios. Os vícios do fumo, da cachaça, das drogas, do excesso de trabalho, da ganância, da má digestão, da ociosidade…
Zelemos pelos talentos recebidos. Muita gente pensa que estamos aqui no mundo apenas para viver e morrer. Muita gente ignora que a vida terrena nos foi dada para ser bem administrada. Se nada existe depois da morte, se não há a responsabilidade de viver, então de papo por ar e pronto…
O espírito guia de Chico Xavier, Emmanuel, ensinou que devemos semear o chão, mas não esquecer de instruir o ignorante, pois não há desgraça maior do que a ignorância. Muito pior do que a fome física.
Nada de semear ventos. Quem semeia ventos, ensina o brocardo popular, colhe tempestades.
Voltando ao que dizíamos no início, não esqueçamos a responsabilidade de viver. Somos responsáveis por muita coisa. Responsáveis pelo ar que respiramos, pela palavra que emitimos, pelo poder que exercemos, pelo dinheiro que detemos, e que deixaremos quando daqui sairmos, pelo pensamento emitido, pelos dons e tendências com que fomos aquinhoados na vida.
E para concluir, nada como lembrar a Parábola dos Talentos, narrada por Jesus. Ei-la: Ao primeiro servo, o senhor deu cinco talentos, ao segundo dois e ao terceiro um. E partiu. O primeiro, negociou com os cinco talentos recebidos e os duplicou. O segundo, a mesma coisa. Mas o terceiro, ao invés de negociar com os talentos recebidos, enterrou-os com medo de perdê-los.
O proprietário ficou muito aborrecido com este terceiro empregado. Chamou-o de preguiçoso e medroso. Não multiplicou os bens recebidos. Saibamos, portanto, administrar bem os talentos que recebemos da vida. Sejamos um bom administrador. Não esqueçamos a recomendaação de Jesus: “Dá conta da tua administração”.
novembro 23, 2014
novembro 22, 2014
A cordei hoje com uma saudade danada de minha mãe. E vamos acabar, de uma vez por todas, com esse negócio de privilegiar apenas um dia do an...
Acordei hoje com uma saudade danada de minha mãe. E vamos acabar, de uma vez por todas, com esse negócio de privilegiar apenas um dia do ano para prestar uma homenagem àquela que nos recebeu no próprio ventre, alimentando-nos com leite e carinho, durante nove meses. O Dia das Mães é todo dia.
E se ela não está mais conosco, aqui no mundo, estejamos sempre nos lembrando dela com o presente de uma oração. Para quem não é materialista, para quem acredita na vida após a morte, a mãe jamais deverá ser esquecida. O grande médium Chico Xavier conversava com o espírito de sua mãe, num jardim, e dela ouvia muitos conselhos. E como chorou quando a viu! Chegou a pedir-lhe que o levasse com ela... E sua mãe também chorou. As lágrimas escorrendo, silenciosas, nos dois rostos...
Como ia dizendo no início, minha mãe foi a maior riqueza de minha vida. Ela se refletia em mim. Ensinou-me muita coisa, coisa para um bom viver. E não é que já estou com vontade de chorar, molhar as teclas do computador com as minhas lágrimas?...
Chamava-se Piinha. Piinha que veio de Pia. E sua fruta predileta era pinha. Às vezes, penso que minha mãe não existiu. Tudo parece um sonho. Tudo que sou hoje, devo a ela. Ensinou-me belas coisas e contou histórias lindas que falavam de fadas, de feiticeiras, histórias de amor e de terror, sobretudo aquela da feiticeira que morreu queimada na fogueira. Narrava as histórias e depois dizia: “Agora vá dormir”. E antes mandava que rezássemos o Pai Nosso.
Minha mãe... Estou com profunda saudade dela e invejando o grande Chico Xavier que conversava com a sua mãe, depois que ela deixou este mundo.
Minha mãe era uma ótima decifradora de Palavras Cruzadas. Quando mocinha, tocou flauta. Uma vez a vi chorando ao ouvir uma sonata de Beethoven. Fez questão que sua filha Iracema, minha irmã caçula, aprendesse piano. E a menina atendeu ao pedido da mãe.
Minha mãe... Ah se ela viesse agora aqui... Ah se eu fosse médium vidente... Pelo seu gosto, ela teria viajado o mundo todo. Estou com saudade, e saudade dói. Mas já que ela não vem, que venha minha Alaurinda, a nora que ela gostaria de ter conhecido.
E, pensando bem, o que é o mundo senão uma ilha cercada de saudades por todos os lados?
novembro 22, 2014
novembro 16, 2014
E xiste o Jesus do Cristianismo e o Jesus do Consumismo. Será que você já sacou? Evidente que sim. O Jesus do Cristianismo não veio ao mundo...
Existe o Jesus do Cristianismo e o Jesus do Consumismo. Será que você já sacou? Evidente que sim. O Jesus do Cristianismo não veio ao mundo para dar presentes, nem recebê-los. As crianças, que adoram presentes, adoram o velho do consumismo, que é alegre, continua vivo, enquanto o outro, o Jesus do Cristianismo, foi maltratado, surrado, insultado e terminou pregado numa cruz, entre dois ladrões, e a quem negaram um copo d'água para matar a sede.
Lembrar, ainda, de que o Jesus do Cristianismo nasceu numa humilde manjedoura, entre animais domésticos, e se não fosse uma estrela, teria nascido no escuro.
Faça-se um plebiscito e perguntem às crianças, qual o Jesus que elas preferiam, e, não tenham dúvida: Papai Noel, com aquela barba branca e sua roupa vermelha.
Jesus não tem nada material para dar. Ele é pobre. Tanto é assim que, uma vez, se queixou: “As raposas têm os seus covis, os pássaros os seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem uma pedra para repousar a cabeça”.
Lembrar que há Cristianismo, doutrina de Jesus, e Consumismo, doutrina de Papai Noel. E, aqui para nós, Papai Noel agrada muito mais do que o menino da manjedoura. Jesus nunca deu presente a ninguém. Nem mesmo às criancinhas, que, certa vez, ele abraçou e disse que o Reino dos Céus é delas. Hoje, elas correriam para serem abraçadas pelo velho de barba branca.
Vão aos luxuosos apartamentos e vejam se Papai Noel não é, ali, muito bem vindo. As crianças de hoje correriam para serem abraçadas pelo ridículo personagem criado pelo consumismo exagerado, que está se tornando uma verdadeira religião.
Aliás, por falar em consumismo exagerado, acaba de sair um livro, que aborda este tema, de autoria de Ana Beatriz Barbosa Silva e que tem como título: Mentes consumistas. O livro é de um realismo admirável. Diz que consumir exageradamente é um vício. Vejamos estas indagações da inteligente autora: “Você se considera consumista?” “A maior parte dos objetos que adquire acaba encostada, sem uso?” “Seus gastos exagerados já lhe causaram problemas financeiros?”
Eu vinha dizendo que o consumismo é uma religião, e que seu Jesus era Papai Noel. Concluo, dizendo que os seus templos são os shoppings e supermercados.
novembro 16, 2014
novembro 15, 2014
E is aí uma indagação de grande importância para a nossa existência. Esteja sempre perguntando. Não ligue para aquele ditado popular: “Quem ...
Eis aí uma indagação de grande importância para a nossa existência. Esteja sempre perguntando. Não ligue para aquele ditado popular: “Quem tudo quer saber, mexerico quer fazer”.
A verdade é que muita gente não sabe por que está neste mundo. Se jogarem você numa ilha deserta, sua primeira pergunta será: “Onde estou?” “Por que estou aqui?” Quem não indaga, desculpe-me a franqueza, é um idiota. Eu sei que a vida é gostosa: a comida, o sexo, as viagens, o dinheiro, a posição social, a beleza física, são tantos os gozos e prazeres. Mas, infelizmente, ou felizmente, tudo isso acaba, um dia. Será que acaba? Que Deus “idiota” seria esse, que só daria uma vida ao homem e pronto?
Disse Paulo de Tarso, em carta a Timóteo: “nada trouxemos para este mundo e nada dele levamos”. Eis uma grande verdade!. Chegamos a este mundo, nus e chorando. Só quando entramos na pousada do ventre materno é que nos calamos, pois o calor da morada é gostoso e o silêncio nem se fala...
Mas há quem pense que tudo acaba no túmulo. Se isso fosse verdade, há muito tempo que eu daria um tiro no coco. E viva Allan Kardec quando disse: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, tal é a lei”. Frase que se transformou no epitáfio de seu túmulo, lá no Père Lachaise, em Paris.
Continuemos com a crônica. Como, então, devemos viver no mundo? A resposta é de Emmanuel, o iluminado guia de Chico Xavier: “Devemos viver como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém. “Eis aí uma bela e inteligente regra de bem viver. Sim, porque não temos a propriedade de nada, mas apenas a posse. Tudo nos é temporariamente emprestado e fica aqui. Desculpe-me você que é proprietário de muitas coisas nessa vida...
Repitamos a norma: “viver como possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém. E adeus aos apegos...
Enfatizou Emmanuel: “lembra-te que cada criatura estará sempre em solidão. Se a vida, aqui no mundo, é uma festa, lembrar que a festa, um dia, se acaba. Aí vem aquela pergunta: “E agora, José?” - do nosso lúcido poeta Carlos Drumond.
Sabe qual é a pergunta que nos fazem, quando daqui sairmos? Que fizeste de tua vida, da tua inteligência, de tua fortuna, de tuas aptidões e talentos?
Nossa existência é como um dia. A gente acorda, trabalha, goza, mas termina na cama para dormir. E a pergunta é: “que fizeste do teu dia?” Se a consciência está em paz, você dorme, que é uma beleza. Nada de pesadelo.
Voltando aos poetas, lembremos de Manuel Bandeira, quando lamentou num poema: “Andorinha, andorinha, eu também passei a vida a toa”... Portanto, não passe a vida a toa. Viva com responsabilidade. E deixo, aqui, um lembrete: “queira ou não queira, você não morre.
Agora encerremos a crônica relembrando o que disse Paulo, na carta a Timóteo: “Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.
Não esqueça, portanto: É preciso levar a sério a vida, consciente de que daqui só carregamos a nossa consciência, que poderá ser um inferno, com o fogo do remorso, ou um paraíso com a paz do dever bem cumprido.
novembro 15, 2014
novembro 10, 2014
P ois é, visando a saúde e o meu preparo físico, já que o espiritual vai indo bem, vejamos os diversos exercícios a que venho me submetendo,...
Pois é, visando a saúde e o meu preparo físico, já que o espiritual vai indo bem, vejamos os diversos exercícios a que venho me submetendo, com vistas a uma boa qualidade de vida. Sem esquecer a alimentação, que nos sustenta, que deve ser pura e integral, assim como o oxigênio, esse importantíssimo alimento que Deus nos dá de graça, e que a gente não vê.
Por falar em exercício físico o melhor é a caminhada, que venho fazendo há muito tempo. Recomendaram-me, depois, outros, por sinal, sofisticados: “Pilates”, um tal de “RPG”, e, finalmente, a hidroginástica, isto é, exercício dentro d'água.
E eis-me em companhia de Alaurinda e Germano, dentro de uma piscina quente, ao lado de outros companheiros, tendo como professora Catarina, que não brinca em serviço. Basta eu dar um cochilo no exercício e ei-la me passando um suave carão.
Hidroginástica! Por que danado não me lembrei disso antes? O corpo se tornando leve, como se a gente fosse voar, a facilidade de movimentos, dada a gravidade ser menor, e uma espécie de euforia tomando conta da gente. Os anos já não pesam mais. Sinto-me tomando banho numa enorme banheira.
A turma que nos antecede é só de mulheres, todas alegres e descontraídas como se fossem garotas num recreio.
Hidroginástica!... Há muitos anos, o físico Arquimedes tomava banho numa banheira, quando, sentindo o corpo mais leve, saiu eufórico e foi logo gritando: “Eureka”, “eureka”! Isto é, achei! Sim, ele acabara de descobrir a Lei da Hidrostática. Que dentro d'água a gente perde peso. Daí os benefícios da ginástica na água.
Nosso grupo de hidroginástica é muito homogêneo, com as gaúchas Sheila e Concita, a baiana Liziene e os paraibanos, eu, Germano e Alaurinda. Quanta alegria, quantos sorrisos, quanta solidariedade e confraternização! Os corpos boiando n'água, a vida passando, e a saúde sendo levada a sério. E vem depois, como complemento, o voleibol. Sim, aqui pra nós, o cronista, modéstia à parte, é bom de saque.
É com muita pena, mas com o sangue fluindo bem pelas veias, que a gente sai da água. E viva a saúde, viva a nossa responsabilidade com o corpo, que devemos respeitá-lo. Mais do que isto: venerá-lo. E a grande verdade é que dentro d'água voltamos a ser crianças.
novembro 10, 2014
novembro 09, 2014
A s praias que vi, há algum tempo, seja na Nova Zelândia ou na Austrália, seja na Islândia, que vim conhecer agora, são muito diferentes das...
As praias que vi, há algum tempo, seja na Nova Zelândia ou na Austrália, seja na Islândia, que vim conhecer agora, são muito diferentes das nossas. Além de desertas, elas não prestam para o banho, pois são geladas. Além do frio ser grande, cadê as areias fininhas de nossas praias? Areia para a gente se deitar e sonhar, para escrever o nome da amada ou um poema, como fazia o padre Anchieta, não existe.
Areias cheias de pedra é só o que se vê. Outra coisa, em geral, as praias desses países citados são desertas. Vêem-se poucos turistas e muito menos o pessoal da terra. Agora, com uma vantagem: O que predomina, ali, é o silêncio. Daí serem boas para se meditar. Não são boas para o banho, nem para o cooper. E eu vendo as praias de lá e me lembrando das praias de cá.
Outra coisa: não vi coqueiros. Os belos coqueiros que abundam em nossas praias. Aqui, o coqueiro dá nome às praias, não é Coqueirinho?
E que dizer dos coqueiros de Tambaú? Como eles são femininos! E agora me deu um desejo danado de beber água de coco. Que suave bebida! Mas, muitos preferem a cachaça ou outra bebida alcoólica. Já se disse que gosto não se discute. Concordo.
Voltemos às praias de lá. Houve delas que serviram de cenários para filmes como Kare Kare, perto de Auckland. Uma praia mística, meio fantasmagórica.
Praias da Nova Zelândia, praias da Islândia, praias de se ver, praias para se tomar aquele banho, praias de areia lisas como um lençol. Praias de fazer a gente bater o queixo. E a famosa Praia dos doze apóstolos? lá na Austrália, que me deixou tremendo de frio? Só os apóstolos de pedra tomavam banho. Os turistas só faziam olhar.
Na Islândia, meus amigos foram ver uma praia que só para chegar lá você tinha de sair se desviando de barrancos e enormes pedras. Eu preferi ficar lendo um livro no conforto do carro, ouvindo o adágio da Pastoral. A turma voltou informando que a praia, ao invés de areia, só tinha seixos negros.Tomar banho, nem sonhar...
Faz bem o meu filho Germano, passando os fins de semana curtindo as praias do nosso litoral sul, que ele não troca por praia nenhuma do mundo.
Praia de Tambaú, não há outra igual. Praia para se tomar banho, fazer caminhadas, deitar-se na areia, olhar a lua cheia. Praia de se sonhar.
novembro 09, 2014
novembro 09, 2014
A primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, obra básica da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, é: “Que é Deus?” Por que a pe...
A primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, obra básica da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, é: “Que é Deus?”
Por que a pergunta não foi “Quem é Deus?”. Ora, ora, justamente para evitar qualquer antropoformismo.
Quem não acredita neste ser supremo é ateu. Dizem que não há povo ateu. O Livro dos Espíritos elucida a questão na “Lei de Adoração”.
Mas quem criou o homem, a Natureza? Seria o acaso o autor de todas essas maravilhas? A maravilha do Universo, a maravilha do corpo humano? Houve um ateu que, certo dia, chegou a dizer: “Graças a Deus, sou ateu”, ora vejam só...
Isto nos faz lembrar Napoleão. Ia ele caminhando à noite pelo deserto, quando indagou a um famoso astrônomo, que compunha a sua comitiva, mas que era profundamente materialista. O grande corso, olhando a beleza do firmamento, cheio de estrelas, indagou: “Mestre, existe Deus? ”O astrônomo, que era um cético, vociferou, orgulhoso”: Ainda não estudei esta hipótese”. Sorrindo, Napoleão perguntou: “E quem fez este belo firmamento cheio de estrelas?” O sábio nada respondeu.
Aqui para nós, não é possível negar Deus, que criou o maravilhoso firmamento, que criou as estrelas, a Natureza, o próprio homem, desde o selvagem ao gênio. E é preciso constatar a existência divina ante as estrelas, nas infinitas galáxias, sem esquecer o próprio homem. Peguemos uma melancia. Quantos caroços! Peguemos a manga, com apenas um. E quantos sabores diferentes! E a banana, que nem caroço tem? E o limão, azedo de se fazer careta, enquanto o sapoti, que doçura!...
O estudo de Deus se chama Teologia, e devemos lembrar que Deus está na palavra entusiasmo, que em sua origem grega siginifica “sopro divino”. Portanto, nada de desânimo, nada de tristeza. A Divindade gosta de alegria, bom ânimo. Mas, não se sintoniza com o barulho. O barulho não se coaduna com a oração. Oração rima com reflexão e barulho com distração.
Dizem que o diabo é um filho que desobedeceu a Deus e que mora no Inferno, mas, o curioso é que ele vive fora de sua “residência”, infernando e azucrinando os outros.
A grande definição de Deus está na resposta à pergunta inaugural de O Livro dos Espíritos: “Inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas”.
Como mencionei, Napoleão, durante aquele trajeto no deserto, onde se via um belo firmamento cheio de estrelas, indagou sobre o seu Criador ao astrônomo cético de sua comitiva: Será que foi para nada?...
Nietzsche disse que Deus estava morto, e terminou louco agarrando-se ao um animal que ia passando na rua.
Mas ninguém exaltou e compreendeu a Divindade como Jesus, que o chamava de Pai. E chegou a dizer, numa magnífica sintonia: “Eu e o pai somos um”.
Não esquecer, porém, que o Deus de Moisés não era um Deus de amor, mas de ódio, vingança e terror.
E fiquemos por aqui, admirando a moderna tecnologia, mas lembrando que o homem não criou, nem criará a eletricidade. Muito menos um mosquito… Que Deus nos ilumine!
novembro 09, 2014
novembro 08, 2014
É a tal coisa, vive bem quem vê bem. E eu estou me lembrando agora do bem-te-vi, que, de madrugada, começa a cantar, acordando as pessoas p...
É a tal coisa, vive bem quem vê bem. E eu estou me lembrando agora do bem-te-vi, que, de madrugada, começa a cantar, acordando as pessoas para o trabalho nosso de cada dia.
Vale a pena ficar entre os lençóis para escutar essa ave, que todas as manhãs, nos dá lições de otimismo, com o sol nascendo, o dia clareando e a vida acontecendo.
O bem-te-vi é uma ave meio assustada. Ela tem muito medo dos homens. Em gaiola não canta. Mas, de manhã cedo, já viu... Outra singularidade: O bem-te-vi é ave bem casada. O macho está sempre chamando pela fêmea, seja para comer, seja para amar.
Quem deve ter uma inveja danada do bem-te-vi é o urubu, que não canta, mas que tira a nossa carniça cá em baixo.
O bem-te-vi é lindo, com aquele papo amarelo e o seu canto de alegria, de euforia, de sintonia com o mundo. A gente precisa ver. Mais do que isto. A gente precisa ver bem. Ah, a responsabilidade do nosso olhar!... Dize-me como olhas e eu te direi quem és. Somos o nosso olhar. Olhar de bondade, de humildade, de tristeza, de euforia, de compaixão, de compreensão, de inveja, de orgulho, de ciúme.
E um poeta chamado Jesus nos convidou a olhar... Olhar o quê? Olhar a paisagem, olhar a Natureza, olhar os lírios do campo.
Cuidado com o seu olhar. Para onde você o esta dirigindo. Olhar é luz, tanto é assim que Jesus advertiu-nos: Se os teus olhos forem bons todo o teu corpo se iluminará. Que beleza…
Repetindo, você é o que vê. Cuidado como você está olhando. Se não sabe, vá ao espelho. E exercite a sua maneira de ver as coisas. Veja o olhar daquele homem sem braços, no trânsito, pedindo uma esmola... O olhar da criança. O olhar daquela mãe vendo pela primeira vez o filho renascido.
O olhar de quem ama. Veja tudo com amor, compreensão e sabedoria.
A verdade é que olhamos para todas as direções. Olhamos para cima quando buscamos as estrelas ou Deus, olhamos para baixo, quando perdemos alguma coisa que caiu no chão. Olhamos para trás, quando sentimos saudades. E também devemos olhar para o lado, pois é ao lado que está o próximo, a quem Jesus disse que o amássemos como a nós mesmos...
novembro 08, 2014
novembro 02, 2014
J á estou vendo a cara de nojo de quem lê estas três palavras. Esquece ele, caso seja fumante, que estas coisas estão no vício de fumar. E o...
Já estou vendo a cara de nojo de quem lê estas três palavras. Esquece ele, caso seja fumante, que estas coisas estão no vício de fumar. E o que é fumar? É botar fumaça pela boca. Vejam só que coisa besta. Fumo nunca foi alimento para entrar na boca. Fumo fede, fumo ofende, fumo produz enfisema, transformando os pulmões em pus. Os pulmões são órgãos delicadíssimos. É através deles que respiramos o oxigênio, o melhor alimento que ingerimos, invisível e gratuito. Fôssemos pagar pelo oxigênio que respiramos, gastaríamos uma nota. Só os ricos o respirariam. Mas Deus é grande e nos dá de graça o valoroso alimento.
Pois bem, o fumante estraga com o seu vício os pulmões. Como fui um inveterado fumante, acho que tenho autoridade para falar contra esse fedorento e maléfico vício. Deixei-o no ano de 1962. Pois bem, tempos depois fui tirar a radiografia dos meus pulmões e ainda restavam resquícios de um enfisema, porém, felizmente, inativo. Que confirme o meu radiologista e amigo Vamberto Costa Filho.
Sim deixei o cigarro, de que era viciadíssimo, por conta de uma taquicardia. O coração batendo a ponto de pular fora. Sofri muito a falta do veneno fedorento, quando o deixei. E eu culpo o ator cinematográfico Humphrey Bogart pela minha viciação. Ele fumava bonito e muito. Não sei como sua belíssima parceira Ingrid Bergman tolerava.
Meus filhos não se viciaram em fumo. Gozam de boa saúde. Meu pai nunca botou um canudinho venenoso na boca. Mas meus irmãos, o mais velho, Mário, morreu de cigarro. Vi-o no hospital, arfante, com o pulmão preto de nicotina. E o meu tio, jornalista José leal, que não tirava o cigarro da boca? Fui visitá-lo também no hospital, arquejante, chegando a dizer para mim que o vício era a coisa de que mais se arrependia na vida.
Duvido que os animais irracionais (irracionais?) fumem. Nem o macaco, que parece muito com o homem, fumaria.
Repito: o cigarro fede, o cigarro ofende. E o fumante é hoje um discriminado, um marginal. Não faltam avisos de advertência em todo lugar que a gente vai. Chegam a engaiolá-los em fumódromos fechados e isolados de todos. Muitos curiosos ficam olhando para o fumante com muita pena. E tem deles que dão as costas aos curiosos. Pois bem, até essa gaiola está sendo proibida agora.
O hálito do fumante, manhã cedo quando acorda, é capaz de matar uma mosca.
Nesta última andança mundo afora, assustou-me como ainda se fuma no estrangeiro, principalmente em Paris. A gente olha para o chão e ei-lo atapetado da chamada piola. Fuma-se muito lá fora, embora não falte aviso proibindo o vício. Só os pombos, que andam farejando o chão, não pegam uma piola para comer.
E aqui vai uma confissão. Gozo, hoje, uma saúde fora de série. Minha alimentação é toda integral, regime que o nosso Germano adotou primeiro lá em casa.
Agora, um aviso aos navegantes. Quando uma pessoa morrer devido ao fumo, diga: “Morreu de fumo!”
E foram tantos que se foram, devido ao cigarro, com o seu pigarro e o seu catarro. Valeu a rima...
novembro 02, 2014
novembro 01, 2014
P ois é, desta vez, me levaram para lugares nunca dantes imaginados, onde há gelo e fogo. Já viu uma coisa dessa? Aqui para nós, o frio, na ...
Pois é, desta vez, me levaram para lugares nunca dantes imaginados, onde há gelo e fogo. Já viu uma coisa dessa? Aqui para nós, o frio, na terra onde visitei, é de bater queixo. Ocorre que as montanhas de lá, às vezes, revoltadas com o frio, escancaram a boca e haja fogo. Viram vulcões. E como o meu amado filho Germano adora frio, quer que o pai vire picolé. Minha Alaurinda e o nosso amigo Davi também estão com o gelo. Ou fingem que gostam para serem diferentes. Mas, acredito na sinceridade deles.
Islândia! Ora veja só onde vim bater... Eu que adoro o calor de Patos. Nessa nossa ida para lá, vi regiões de uma solidão impressionante. E me informou meu filho que os astronautas, antes de viajarem até a Lua, passaram um tempo se aclimatando, ali.
Tanto na ida como na vinda, o que mais me impressionou foi a paisagem, que avistei, dentro do carro, onde não se via a presença humana e sim a das montanhas, na sua eloquência muda, isoladas casas, carneiros e ovelhas comendo capim, sem olharem, uma vez só, para o céu.
Germano na direção do carro, a Pastoral de Beethoven no som, a paisagem se repetindo numa harmonia impressionante. E quer saber de uma coisa? Eu adoro a solidão. Que admirável terapia. Solidão que vem do silêncio, silêncio que é filho da Paz.
Esse passeio pelas estradas bem asfaltadas foi uma verdadeira terapia. E agora, eis que vejo a presença humana. Turistas contemplando, embevecidos, a queda das águas... Não resistimos. Fomos ver a cena de perto. Que beleza! Turista tem um faro danado. A água branquinha descendo devagar, com medo de cair. Aí me deitei na grama com minha Lau e ficamos olhando o céu azul, que beleza.
A paisagem das montanhas me lembrou a Nova Zelândia, lugar que me atraiu por duas vezes. Montanhas e mais montanhas, com lagos e cachoeiras. Na Islândia não vi muitos pássaros, só ovelhas pastando e, vez por outra, pôneis mansinhos que minha Alaurinda chegou a acariciá-los.
Confesso que adoro cidade grande. Adoro Paris, Londres, Buenos Aires, Lisboa. Gosto de ver multidão enchendo as ruas, as livrarias. Mas, também é bom, vez por outra, contemplar o bucolismo das paisagens lá fora, com ou sem ovelhas, e encher os pulmões de ar puro. Mesmo na Islândia, com seu frio de tremer o queixo.
novembro 01, 2014
outubro 31, 2014
A Islândia é um mundo exótico, cujas paisagens lembram cenários extraterrestres. Um lugar em que o desolamento preenche qualquer sensação ...
A Islândia é um mundo exótico, cujas paisagens lembram cenários extraterrestres. Um lugar em que o desolamento preenche qualquer sensação de solidão com exuberante beleza de panoramas que variam a cada dezena de quilômetros.
outubro 31, 2014
outubro 26, 2014
E is aí um título que, decerto, enrugará a testa do leitor. Afinal que contrassenso é este? Vantagem é vantagem, desvantagem é desvantagem. ...
Eis aí um título que, decerto, enrugará a testa do leitor. Afinal que contrassenso é este? Vantagem é vantagem, desvantagem é desvantagem. Nada de misturar as coisas.
Mas vamos à crônica. Está, aqui, uma desvantagem, a desvantagem da perda da visão. Diz, porém, o ditado que o que os olhos não vêem o coração não sente. Quantas vezes, a gente tapa os olhos para não ver uma desgraça! Afinal, quem vê, se compromete.
A vantagem do cego é participar melhor da vida interior, já que as janelas dos olhos estão fechadas. Quem vive o tempo todo de olhos escancarados, pensa pouco. As crianças, que pensam pouco, vêem muito e refletem menos. Se ela for para um canto pensar, todo mundo vai dizer que é anormal, ou está diante de um autista.
Jesus convidou-nos a olhar os lírios do campo e os privados da visão ficaram muito tristes.
Ninguém pensa dormindo. Melhor dizendo: ninguém pensa bem, ou medita de olhos abertos.
Mas vejamos outras vantagens nas desvantagens. A surdez, por exemplo, diminui o barulho. A verdade é que o surdo se livra de muita coisa ruim. O genial Beethoven escreveu sua magistral Nona Sinfonia, completamente surdo. E essa interiorização propiciou-lhe um verdadeiro e profundo diálogo com Deus.
E o ignorante? Ah, esse tem a vantagem de não se inquietar diante da problemática da vida. Ninguém lhe cobra responsabilidade. A vantagem do ignorante é não ter responsabilidade.
A vantagem do sofrimento é ganhar experiência. Já a vantagem do míope, disse Machado de Assis, é ver o que as grandes vistas não vêem.
Outra vantagem de se anotar numa desvantagem. Refiro-me ao rico em anos, isto é, rico de sabedoria. O idoso não precisa mais andar correndo. Primeiro, por que pode cair, segundo porque quem corre não pensa melhor do que quem está sentado. A escultura de Rodin – O Pensador – mostra um homem sentado e refletindo. E outra vantagem de quem tem mais de setenta anos é se aposentar, não entrar em filas, ter lugares preferenciais, gozar de certas regalias como as dos estacionamentos.
Ah, já ia me esquecendo da vantagem dos mudos. Eles não são maledicentes nem tagarelas. Não pecam pela palavra.
E dizem as más línguas que o homem mais feliz foi Adão, porque não teve sogra. Seria outra vantagem?...
outubro 26, 2014
outubro 25, 2014
F oi um texto do ex-presidente e escritor Fernando Henrique Cardoso que me levou a escrever, hoje, sobre a morte, num livro recém-publicado ...
Foi um texto do ex-presidente e escritor Fernando Henrique Cardoso que me levou a escrever, hoje, sobre a morte, num livro recém-publicado em que ele alude aos seus vem vividos oitenta anos. Mas, aqui para nós, quem mais coragem teve de aludir à problemática da morte foi o nosso Augusto dos Anjos, que apelidou a morte, dentre outros apelidos, de “universitária sanguessuga”.
O extraordinário Paulo de Tarso, em face da reencarnação, interrogou: “Morte, onde está a tua vitória?” E viva a vida além da vida.
Continuemos com a crônica. Lembro que meu irmão Alberto, com apenas quatro anos, costumava ficar junto da nossa mãe, sentado no chão, enquanto ela costurava. E eis que, um dia, ela viu o menino com os olhos molhados de lágrimas. Daí perguntou: “por que está chorando, meu filho?” E ele, quase soluçando, resmungou. “Estou chorando porque, um dia, você vai morrer”. A precocidade do menino foi impressionante.
Mas são poucos os que se lembram que, um dia, não estarão mais aqui no mundo. Meu tio João Augusto, velho agricultor em Alagoa Nova, tinha uma grande consciência da morte. Tanto é assim que, quando alguém aludia à riqueza de alguém, dizendo que “fulano estava muito bem de vida”, ele costumava dizer. “Mas, morre...” Era um cético, que não chegou a se casar, vindo a morrer de câncer.
O grande Marechal Rondon, o desbravador do nosso sertão, dizia. “Morrer, sim, matar nunca”.
Informam que as freiras de um convento, na Espanha, cumprimentam as suas irmãs, toda manhã, lembrando-lhes que morrerão, um dia. E, aqui para nós, não faz mal, vez por outra, a gente se conscientizar dessa realidade. Pois essa conscientização mudará um pouco nosso comportamento.
Lá no cemitério Père Lachaise, em Paris, no túmulo de Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, há a seguinte inscrição: “Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir sempre, tal é a lei”. Que mensagem otimista, hein?
Voltando a Fernando Henrique, Cardoso, ele disse ainda, em suas declarações sobre a morte: “Não sabemos de onde viemos, não sabemos para onde vamos. Ficamos velhos, porém mais maduros.” Muito bem. A beleza da velhice está na experiência vivida, na madureza. Agora quanto à ignorância, quanto ao nosso destino, eu gostaria que o ex-presidente lesse o extraordinário livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis”. E eu vou mandar o livro para ele.
A verdade é que viver pensando que tudo se reduzirá a cinzas, não deixa de ser um grande martírio. E muita gente procura esquecer a grande realidade, levando uma existência de distração, de alheamento, e não de reflexão. E haja divertimentos, e haja consumismo, e haja diversão, menos reflexão. É preciso lembrar que distração é como aquele ópio quanto à religião, a que se referia Karl Max.
E quanto ao nosso Fernando Henrique, vou enviar para ele, já já, “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, juntamente com o de Léon Denis, que citei acima. Ele merece.
outubro 25, 2014
outubro 19, 2014
É comum atribuir-se a autoria de certas máximas como sendo da sabedoria popular. Acho que existe aí um engano. O povo, apesar de suas exper...
É comum atribuir-se a autoria de certas máximas como sendo da sabedoria popular. Acho que existe aí um engano. O povo, apesar de suas experiências, não pode ser o autor das sentenças que lhe são atribuídas.
Estou aqui com algumas dessas máximas que qualifico de geniais. Quem são mesmo seus autores? Não sei se há um livro contendo tais provérbios de muita sabedoria, que, decerto, faria inveja aos filósofos, aos sábios. E cá entre nós, como diz a amiga Rose Silveira, se a pessoa seguisse o que determina tais máximas, viveria melhor. Vamos a algumas delas.
“Devagar se vai ao longe”. Sim, para que tanta pressa? A paciência é a maior das virtudes. Paciência significa paz. Nada de fazer tudo correndo. Eu tenho muita pena das pessoas apressadas, logo estressadas. Nada de fazer tudo correndo. A pressa, já diz outro ditado, é inimiga da perfeição. As obras de arte levaram longo tempo para serem concluídas. Portanto, não nos esqueçamos do ditado, equivocadamente, atribuído ao povo: “Devagar se vai ao longe”.
Agora vejamos esta outra máxima: “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. Certíssima a norma. Hoje é o dia, é a oportunidade que deve ser aproveitada. Muita gente é infeliz por que perde as oportunidades.
Prosseguindo, vejamos este provérbio: “quando um não quer, dois não brigam”. Certíssimo. Ninguém briga sozinho. Portanto, deixe o outro com a sua raiva. Cale-se e pronto.
Segue-se outra: “É errando que se aprende”. Sim, a sabedoria é feita de experiências. É vivendo que se aprende. E a vida é a grande mestra. E há uma que me faz rir: “Quem tudo quer saber, mexerico quer fazer”. Discordo em parte, deste provérbio. Querer saber é uma virtude. Sem indagações, seremos ignorantes. Queira saber de tudo. Veja as crianças. Estão sempre perguntando. É por isso que dizem que o filósofo é como a criança.
E me vem esta outra máxima: “É melhor um pássaro na mão do que dois voando”. Mas, prefiro vê-los voando do que presos. E para finalizar, eis mais uma: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Corretíssima. Viva a tenacidade, a fé, a obstinação.
Vamos a outro provérbio popular: “Dize-me com quem andas e eu te direi quem és”. Concordo em parte. Jesus se acompanhou de muita gente ignorante e má. E quando criticado pelas más companhias, apenas disse: “Os sadios não precisam de médicos”. Jesus foi o grande médico, preocupado em curar mais o espírito que o corpo.
“Boa romaria faz quem em casa vive em paz”. Estou de acordo, em parte, com esta sentença. Tanto é saudável ficar em casa, estudando, lendo, pensando como aprendendo nas viagens. E vale relembrar o ditado: “quem não arrisca, não petisca”. A sabedoria se aprende ganhando experiências, como é o caso de uma viagem, como a que acabamos de empreender recentemente até a Islândia.
Desejo finalizar com este brocardo: “Nada é mais ridículo do que um sujo falando de um mal lavado”. E há tanta gente assim, apontando erros dos outros e esquecendo os seus, sobretudo agora na campanha política.
E vamos cumprir o que diz a sabedoria atribuída ao povo. Finalizo repetindo o provérbio “quem tudo quer saber, mexerico que fazer”, do qual discordo, pois indagar, perquirir, sondar, perguntar e questionar nunca constituiu um mal.
outubro 19, 2014
outubro 19, 2014
J esus, como é sabido, teve como berço uma manjedoura. Nasceu entre animais, longe do luxo. E essa manjedoura, na noite em que ele nasceu, i...
Jesus, como é sabido, teve como berço uma manjedoura. Nasceu entre animais, longe do luxo. E essa manjedoura, na noite em que ele nasceu, iluminou-se com a forte luz de uma estrela, que descia sobre ela. Nenhum palácio, por mais luxuoso que seja, gozou desse prestígio.
Um famoso escritor italiano, cujo nome se esconde agora na minha memória, disse que os cristãos ricos, aqueles que nasceram em suntuosos palácios, sem dúvida, sentem uma grande vergonha de seu deus ter escolhido lugar tão humilde para nascer. Se fosse num apartamento de alto padrão, numa mansão, ou numa cobertura de luxo...
Outra coisa que os cristãos ricos lamentam: Jesus haver escolhido para mãe uma mulher simples, uma mulher do povo. A mesma coisa em relação ao seu pai, um humilde carpinteiro, que, decerto, fez muitos móveis e, sem dúvida, muitas cruzes. E eu fico na dúvida se entre estas cruzes, não estaria a que Jesus foi pregado, depois de uma longa caminhada sob os açoites da multidão que o acompanhou até o Gólgota, o “monte da caveira”.
Dizem que ele caiu três vezes, pois a cruz era muito pesada, até que um cireneu o ajudou, a pedido da multidão desvairada. Seu rosto sangrava muito devido aos ferimentos da coroa de espinhos que lhe enfiaram na cabeça. E como ele deve ter sofrido uma grande dor, naquele momento... O sangue escorria pelo rosto. Mas, Jesus não deu um gemido. Tudo suportou em silêncio. As mãos, suaves como pétalas, que tantas curas promoveram, ainda sofreriam dolorosas marteladas, perfuradas pelos cravos. Mãos que suavizaram tantas dores... Ele pagava pelo crime de ser bom. O crime de dar vista aos cegos, movimentar paralíticos, limpar leprosos, aliviar obsedados, multiplicar pães para a multidão faminta, pregar o amor, a caridade, a justiça.
Morto de cansado, o suor escorrendo pelo rosto, eis que o pregam na cruz de madeira, com pregos enormes. A cruz que saiu de uma carpintaria. Volta a pensar... Teria sido da carpintaria do pai? Ah, cronista curioso...
E eis Jesus entre dois ladrões. Pediu água para matar a sede e lhe deram vinagre. Mesmo assim, exausto, quase morto, ainda teve ânimo de dizer para os seus algozes: “Pai: perdoa-os porque eles não sabem o que fazem”. Que exemplo de compreensão, sabedoria e amor ao próximo...
outubro 19, 2014
outubro 03, 2014
F oi Jesus quem disse: “se teus olhos forem bons, todo o teu corpo se iluminará". Vejam que responsabilidade num simples olhar... Temos...
Foi Jesus quem disse: “se teus olhos forem bons, todo o teu corpo se iluminará". Vejam que responsabilidade num simples olhar...
Temos o olhar de amor, de compreensão, de compaixão, de piedade, de inveja, de ódio, de admiração, de tristeza, de alegria, de encantamento. Mas, quando Jesus nos convidou a olhar os lírios do campo, o olhar era de encantamento lírico.
Haverá olhar mais belo do que o de uma mãe para o filho renascido? Eis aí um olhar que ilumina. Jesus, repitamos, disse: “se teus olhos forem bons, todo o teu corpo se iluminará.” Só quem está privado de visão fica livre dessa advertência.
O olhar implica numa grande responsabilidade. Daí a importância que se dá às testemunhas de vista, num processo criminal. E há quem fale em mau olhado. A propósito, quando eu era juiz de Direito de Alagoa Nova , minha terra natal, cultivava em minha residência um belo jardim, onde havia um lindo pé de cróton. Pois bem, um certo cidadão que nos visitava, olhando a linda planta, disse: mas que beleza de cróton! E ficou olhando a planta por muito tempo. O estranho é que, no dia seguinte, o cróton amanheceu murcho, sequinho. Teria sido mau olhado?
Lembrar que há rostos de pedra. Frios. Tenho muita pena daqueles que não sabem olhar, que não se extasiam diante de um por de sol ou de um amanhecer, de uma criança, de um mar sorrindo através de suas ondas... Possuem olhos, mas não vêem. Os olhos parecem bolas de gude. Rostos de estátuas.
A verdade é que somos o que olhamos. Ninguém melhor do que as crianças sabe sorrir. Nunca vi crianças carrancudas. Elas estão sempre encantadas e descobrindo as coisas do mundo. E quem descobre se alegra. Não viu Arquimedes? Quando sentiu que na banheira o corpo ficava mais leve, saiu correndo pela rua gritando: ”Eureka! Eureka!, isto é, achei, achei. Tinha descoberto a lei da hidrostática.
O olhar implica numa descoberta. E que dizer do olhar de compreensão, como aquele de Jesus quando, vendo a multidão que o condenara, disse: ”Pai, perdoa-lhes por que eles não sabem o que fazem”. E o olhar mais sublime é o olhar de compreensão. É da compreensão que vem o amor.
Há e houve muitos olhares. O olhar de uma Madre Tereza de Calcutá e o olhar de um Hitler; o olhar de um pedinte, na rua, e o olhar de indiferença perante o sofrimento alheio.
Há ainda o olhar pra frente, dos indiferentes, sem olhar para o lado, onde está o próximo, ou o olhar pra cima, o olhar da transcendência e o olhar para baixo, o olhar dos pessimistas...
Dizia um poeta paraibano, da fase romântica, que nada mais triste do que o olhar de um defunto fitando uma vela acesa...
Cuidado com o olhar. Lembre que Jesus advertiu: “se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo se iluminará”. Vou, já, já, ao espelho praticar um bom olhar.
E fico pensando. Será que existe alguém que nega esmola a um pedinte cego? A melhor maneira de se compadecer de um deficiente é se colocar no lugar dele. Daí surge a compaixão. Mas, devemos lembrar que compaixão exige ação.
Reflitamos: Todo olhar implica em responsabilidade.
outubro 03, 2014