Vivi algumas vezes o salto desse garoto nu para o deslumbrante abismo, em meu quadro "Mirabile Visu", embora não me desse conta disso ao criá-lo, nem me preocupasse com explicações:
Pessoas podem ser divididas das mais diversas maneiras, infinitas maneiras, na verdade. Cada qual escolhe o critério divisor que quiser, o que pode trazer revelações mais sérias ou apenas diversão. Os antigos fãs de Marlene ou de Emilinha Borba, por exemplo. Ou a cisão entre criacionistas e evolucionistas. Pensando um pouco sobre o assunto, concluí que também é possível dividi-las entre as que apreciam o Adágio for Strings (Adágio para cordas), de Barber, Samuel Barber, compositor norte-americano (1910 – 1981), e as que não. Para mim, um critério tão válido quanto qualquer outro, um critério suficiente para distinguir as pessoas, de modo a identificar, só com ele, quem é quem; ou melhor, como é cada qual, sua maneira de ser, pois, no caso, é o “como” que importa mais.
Ela se define como casa, ateliê, hospedagem, experiências. Um refúgio urbano. Conheci a loja há anos, com coisas dos Orientes, peças de moda, decoração e os tais espelhinhos que amo desde a década de 70. Loja no Mag Shopping, no Sebrae, no Shopping Bancários e no Mercado de Artesanato. Sempre dava uma olhadinha nas vitrines. Anos depois, abriram a Casa no Manaíra, que teve saraus, brechós e até um café. E hoje funciona na casa dos donos, Rita e Ramon, com os filhos e familiares envolvidos. Rita e Ramon, como se apresentam: “viajantes, sonhadores, realizadores, artistas e anfitriões da Casa Furtacor”.
No exercício da presidência da APL, substituindo Juarez Farias, dispus-me a reordenar o memorial que Luiz Augusto Crispim dedicara a Augusto dos Anjos. Falei aos confrades e, com duas ou três exceções, foi o mesmo que falar às paredes. Todos ouviram, assentiram em silenciosa boa vontade e, de costas para o que se pudesse fazer, foram cuidar de sua literatura pessoal. Nada mal.
Uma homenagem ao meu pai, falecido em 01 de agosto de 2011.
(José Olímpio de Queiroga Filho - 13/08/1922 + 01/08/2011.)
Meu beijo saudoso, Dedé!
Acordei pensando nele, será o primeiro dia dos pais sem o “meu velho".
Corri pra registrar e só então vieram-me as primeiras lágrimas, ausentes na última despedida.
Continuava intrigado, por que será que não chorei, como meus inúmeros irmãos?
GD'Art
Dormi com esta pergunta ecoando ao inconsciente. De manhã, junto com o sol, veio afinal a desejada explicação.
Eu fui muito feliz com meu pai; recebi dele o amor que, pródigo, distribuiu com fartura. Desfrutei de seus conselhos, admirei-o, imitei-o com orgulho, pude ser seu amigo e, por fim, recebi a grata honraria de ser seu cuidador.
Revirando na mente o baú de presentes que me legou, encontrei muitos e valiosos. Alguns simples e passageiros como o gosto pelos carros e a busca permanente pelo Eldorado, onde “juntaríamos o cobre com os dois pés e as duas mãos”; outros menos visíveis, porém mais valiosos, como a certeza de que o melhor carro é sempre o nosso, independentemente de cor, estilo, grife etc; e que o dinheiro só tem valor se formos livres para usá-lo como quisermos, colocando-o no justo lugar, de preferência, em seu caso, num carro novo. Este sim agora o melhor.
Ganhei incontáveis conselhos, quase sempre sobre a difícil prudência, "— Escolhe bem tuas companhias, meu filho!", acho que aproveitei bem, a qualidade dos meus amigos deve depor a meu favor.
Stelo Queiroga e seu pai, José Olímpio
Finalmente uma jóia preciosa: o gosto pelo serviço, olho em volta e começo a notar que me cerquei de vários amigos com igual predileção; foi com meus pais, e com ele em especial, que aprendi a me deleitar com este prazer silencioso, talvez nem mesmo ele tivesse tal consciência.
Hoje concluo que a felicidade e alegria de viver que eram só suas, provinham principalmente deste prazer, poder amar e ajudar aos outros.
Lembro-me agora, do orgulho que meu pai sentia pela oportunidade de ter cuidado do meu avô na velhice do mesmo e agradeço a Deus por ter me concedido igual graça, pois entre tantos e amados filhos de sangue e de coração, fui agraciado com tão grande honraria.
Por fim, perdoem-me se possível, acho que não chorei porque, além do sentimento de dever cumprido, sinto que o devolvi feliz(eu e ele) ao Criador.
José Olímpio Queiroga Filho
Quem sabe, relembrando um ritual que ele insistia em repetir neste último ano doente, quando não se deitava sem antes cumprimentar e beijar uma foto do seu velho, talvez este seja o seu Dia dos Pais especial, em que vai pôr fim à saudade do seu, enquanto apenas começo, e agora choro, a minha.
As formas clássicas parecem eternas. A pirâmide, elemento primordial da Arquitetura que atravessa a História impávida e incólume, nos ensina e instiga a observações mais apuradas acerca da sua origem, essência e significados. É uma forma simples, pura, de geometria sólida, que transmite às nossas emoções estéticas a magia da leveza e do mistério.
A vida é uma obra poética sobre o desfiar do tempo e a tessitura de um sonho.
(Lilian Menenguci, A pequena máquina de escrever)
Conheci o professor Jorge Miranda quando estudava no Colégio das Damas, em Campina Grande. Era professor de Desenho e mantinha uma Escola de Artes particular que funcionava no antigo prédio da Escola Técnica, no início da Avenida Getúlio Vargas. Como gostava de desenhar, o professor me convidou para ser sua aluna na Escola de Artes, e por lá permaneci cerca de quatro ou cinco anos (anos 1960/1970).
Muitas são as definições de pronome. E nem todas são isentas de críticas, apesar de bem-exploradas e de há muito ensinadas em gramáticas e compêndios escolares.
A Mirabeau Dias, que não só detém a informação, transforma-a em conhecimento e tem os documentos que a comprovam.
No artigo “Onde está o número 17?”, publicado há dois anos, no Ambiente de Leitura Carlos Romero, aventamos a possibilidade de o poeta Augusto dos Anjos ter morado em uma das casas após o prédio do antigo Colégio Pio XII. Foi um erro ocasionado por má compreensão nossa do que está contido na sua carta à mãe, datada de 16 de julho de 1908, comunicando-lhe o novo endereço, para onde ele, o irmão Aprígio e o tio Alfredo, irmão de sua mãe, mudaram-se, de modo repentino,
Em 1934 Getúlio Vargas promulgou uma Constituição avançada, que criava a justiça do trabalho e garantia tanto o voto secreto como o voto feminino. Um ano depois o querido Gegê expediu o Decreto 702, instituindo um estado de guerra e suspendendo muitas garantias fundamentais.
Para o poeta Paulo Gustavo, versado em Proust, apaixonado pelo Rio de Janeiro, membro da Academia Pernambucana de Letras.
De quantos “eus” somos feitos? Somos um passado e o tempo presente. No futuro ainda não somos. De repente sou impelida em um cotidiano de praticidade, decisões diárias, execuções que tomam todo o meu tempo: um infinito agendar de médicos e de exames. Ufa, uma canseira. É um tempo para a vida prática: a casa a demandar renovação, a cadeira de palhinha precisa ser substituída, uma torneira ser trocada, um vazamento consertado, a inspeção do gás pede uma nova chaminé
Casei-me com um relógio, a julgar pela pontualidade daquela que me suporta desde 1978. Seis em ponto e ela trata de acionar o alarme. Assim o faz pelo bico da chaleira que se abre e fecha. Fechado, temos o vapor a sibilar em volume alto o suficiente para também acordar a vizinhança, se não for logo interrompido. Pronto, sinto-me obrigado a abandonar a cama e correr ao banheiro,
As duas estações
Ah, nessas horas
Queria que minhas palavras
Levitassem até você,
Num apelo de saudade,
Um preito de querer,
Mãos que buscam mãos,
Em estalidos tão cúmplices,
Bocas que buscam bocas,
Para resgatar segredos,
E guardar outros tantos
Para a próxima primavera.
Janeiro de 1978, com apenas uma semana de casados fomos morar em São Paulo. Eu, para cumprir residência médica em cardiologia no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo. E Ilma para realizar o internato no Hospital Matarazzo.
Não se pode apontar precisamente o local e a época em que o vinho foi elaborado pela primeira vez. As mais antigas sementes de uva cultivadas foram descobertas na Geórgia (Rússia) e datam de 7000 a.C. (datadas por marcação de carbono).