É hoje o Dia dos Pais, o que faz com que eu escreva esta crônica em louvor de meu pai, que tanto respeitei e amei e com quem tanto aprendi. ...

Meu pai, como o amei!


É hoje o Dia dos Pais, o que faz com que eu escreva esta crônica em louvor de meu pai, que tanto respeitei e amei e com quem tanto aprendi. Ensinou-me a amar as plantas. E naquela plantação de crótons que ornamentava a entrada do sítio onde morávamos, ele me ensinou a aguá-los, dando-me um aguador pequeno, próprio para a minha idade. E mais: chegou a me dizer que as plantas agradecem quando matamos a sua sede, tanto é assim que acenam para nós. Mas depois eu vim a saber que as plantas são movidas pelo vento. Não havia aquele cumprimento de que falava o meu velho...
Meu pai, José Augusto Romero nasceu num lugar chamado Juá, perto de Alagoa Nova, onde cultivava o café. Casou-se com uma viúva linda, minha mãe. Dela teve sete filhos.
Antes, meu pai foi seminarista, pois o sonho de seu progenitor era ter um padre na família, coisa importante naquela época. Acontece que o meu velho terminou saindo do seminário e foi ser professor em Alagoa Nova, onde, já espírita, fundou um centro espírita para desespero do padre. E chegaram a jogar pedras no centro, durante as reuniões mediúnicas que lá se processavam...
Depois, ele achou de ir morar na capital, um meio maior para a educação dos filhos e atendendo ainda ao grande pedido de sua esposa, que já estava farta de cidade pequena.
Quando eu nasci, meu pai já era espírita, e por isso não me batizou. Depois foi trabalhar na Departamento de Obras Contra as Secas , chegando a ser secretário. Deu-se bem na burocracia, ele que viveu maior tempo de sua vida na lavoura.
Espírita até os ossos, ele foi presidente da Federação Espírita Paraibana durante mais de quarenta anos.
Homem pacato, incapaz, como se costuma dizer, de matar uma mosca, mesmo que fosse o mosquito da dengue. Costumava dizer que se tornou espírita depois que leu a obra de Leon Denis “O problema, do ser, do destino e da dor”. Escreveu muitas crônicas no jornal A União. Foi maçon e tinha uma grande amizade ao padre Zé Coutinho. E o padre, toda vez que o encontrava, dizia na maior intimidade: “Zé, como vai o teu Espiritismo?”
Tanta coisa para dizer dele... O que mais detestava era a desonestidade. Aludindo a uma certa pessoa, costumava dizer: aquele é um homem de caráter. Caráter para ele era tudo.  

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