Paraíba, 13 de novembro de 2022

Pauta Cultural (Ep. 63)

Paraíba, 13 de novembro de 2022

⧎ Acontece
Bienal no Ceará
Com o tema "Diversidade: De toda gente para todo o mundo", iniciou-se na última sexta-feira, dia 11, a Bienal do Livro do Ceará 2022, que acontece no Centro de Eventos do Ceará até o próximo dia 20. Esta é a 14ª versão do evento que esteve suspenso por dois anos, desde 2020, e agora retorna com a curadoria da escritora Conceição Evaristo, do poeta cearense Talles Azigon, da multiartista Tércia Montenegro e do escritor indígena Daniel Munduruku.

Além de leitores, escritores e editores, a bienal reúne vários poetas, repentistas e músicos, segmentada em 10 eixos: infância, juventude, cultura alimentar, mercado editorial, oralidade e ancestralidade, formação de professores, literatura de cordel, mediação de leitura, livro técnico e acadêmico e ilustração.

Gov CE
Entre os nomes que confirmaram presença estão o da jornalista Fernanda da Escóssia, autora do livro "Invisíveis: uma etnografia sobre brasileiros sem documento", e Cida Pedrosa, ganhadora de duas categorias (Livro do Ano e Poesia) do Prêmio Jabuti 2020, com o livro “Solo para Vialejo”; além da crítica literária Dalia Maria, tradutora e escritora uruguaia Fernanda Trias, e dos escritores Kah Dantas, José Farelo, Mailson Furtado, Maria Valéria Rezende e Nádia Camurça.

Fernanda da Escóssia
Cida Pedrosa

O professor alagoano e escritor Nilton Resende prestará homenagem à romancista Lygia Fagundes Telles. Os primeiros momentos já estão divulgados no Instagram da bienal e a programção completa, com locais e horários enventos, pode ser acessada por meio deste link.
Cibele Laurentino
As Dificuldades de Madalena
A escritora paraibana Cibele Laurentino disponibilizou gratuitamente, no formato e-book, o seu último livro “Eu, Inútil”. O romance narra a história de uma garota (Madalena) com dificuldades no relacionamento materno. O medo, a carência afetiva, violência física e psíquica, o sentimento de abandono são ingredientes presentes na formação do personagem principal, com traumas e transtornos psicológicos que influenciam a construção de sua personalidade.

Por ser uma situação comum ao cotidiano humano, a narrativa provoca empatia no leitor que pode “se conectar com a personagem e o sentimento de incômodo presentes em toda a experiência” — destaca Cibele. “Além de toda essa dura realidade, Madalena também precisou enfrentar o abandono e as dificuldades de ser mulher em um mundo patriarcal” — complementa.

Neste livro, percebe-se que a autora ressalta o valor da saúde mental na infância, contrapondo o delicado tema com linguagem poética que faz o leitor penetrar “no mundo de milhares de mulheres que precisaram ser fortes, quando, na verdade, gostariam apenas de um abraço maternal”, ainda mais difícil quando se trata de uma mãe narcisista como a de Madalena.

No último dia 11, a autora apresentou o romance em live do “Clube de Leitura de Autoras Independentes”, com mediação da escritora e especialista em Literatura Contemporânea, Andreia Schefer. Mais informações sobre a obra também se encontram no vídeo divulgado no Facebook pelo blog “Diga aí, leitores”. O livro de Cibele Laurentino está disponível para leitura gratuita no site da Amazon, assim como download no formato Kindle.
⧐ Acontecerá
Políbio Alves
Políbio, Cuba e Hemingway
O livro “A Traição de Hemingway”, do romancista e poeta paraibano Políbio Alves, foi classificado em primeiro lugar no Concurso Internacional de Literatura 2022, realizado pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro – UBE-RJ. Por iniciativa da presidente da instituição, Eurídice Hespanhol, o certame se estendeu para autores de todo o país e exterior.

“A Traição de Hemingway” , publicação ainda inédita, faz parte de uma trilogia, com “Havana Vieja” e “A Leste dos Homens”, que tem Cuba como cenário, país em que Políbio visitou cerca de 20 vezes, e por qual se diz apaixonado: “Um país de gente feliz, que vive com o mínimo, sem precisar roubar, nem pedir esmolas. Um país onde a educação é notória, e as crianças falam 3 idiomas” — confessa.

Havana ▪ Cuba
A obra do autor paraibano, nascido em João Pessoa, é divulgada, além do Brasil e Cuba, na França, na Alemanha, na Itália e Portugal, país que considera a vitrine europeia de seu trabalho. Foi em Lisboa que ele participou, estimulado pela professora Elizabeth Marinheiro, de um Congresso Internacional de Literatura, em que apresentou o livro “O que Resta dos Mortos”, com grande repercussão.


Políbio divulgou resenha sobre a recente premiação da UBE-RJ em seu canal do YouTube, dizendo-se muito feliz. Em sua página do Facebook, estendeu sua alegria em referência a gratos escritores com quem tem afinidade, concluindo com um “ Viva a literatura Paraibana!!!” Em data ainda não marcada, Políbio receberá pessoalmente, no Rio de Janeiro, o prêmio do Concurso Internacional da UBE-RJ, quando serão acertados os detalhes da edição e lançamento da obra.
Cristina Siqueira
Matéria da Capa
Lançado em pré-venda o mais novo livro da poetisa paulistana Cristina Siqueira: “Eu comigo conversando com o umbigo”. O romance traz uma leitura amena, simples e profunda, acessível a crianças e adultos. A história tem como cenário as matas litorâneas e praias paradisíacas do sul da Bahia, em que os personagens trocam experiências de sentimentos como amor, ciúme, inveja e questões existenciais, com gosto de drama e aventura.

Cristina Siqueira garante que a leitura é emocionante, atemporal, caracterizada pela diversidade que envolve gente que mora em uma vila habitada e frequentada por pessoas e turistas do mundo inteiro. A participação de personagens infantis também atrai crianças que se veem nos questionamentos da garota Serena, menina vinda do interior de São Paulo, em conversas com sua avó Maria. São perguntas que levam leitores de todas as idades a reflexões humanistas e filosóficas.

“Eu comigo conversando com o umbigo” foi editado pela Scortecci (selo Pingo de Letra), com 221 páginas, capa assinada pelo artista Damião Vieira (Trancoso, Bahia), prefácios do escritor Gouveia de Helias e da psicóloga Adriane Siqueira. Pode ser adquirido por meio do telefone (15) 9 9243 9759, número que também serve como chave “pix” para transferência do respectivo valor e despesas postais.

Gouveia de Helias
Damião Vieira

O lançamento presencial será no dia 20 de novembro, em Tatuí (SP), no Hotel Del Fiol, na Praça da Matriz, às 16h, com recital do pianista Théo Singh, neto de Cristina Siqueira. Outros netos da autora protagonizaram convite especial em uma mini “live” no Facebook.

Maria Valéria Rezende
Mulherio 2022
O movimento coletivo cultural “Mulherio das Letras”, criado para incentivar, divulgar e valorizar a participação das mulheres no mundo literário, realizará o seu 5º Encontro nos próximos dias 25, 26 e 27 de novembro.

Idealizado pela escritora paulistana (Santos), Maria Valéria Rezende, radicada em João Pessoa, o movimento de caráter feminista já conta com mais de sete mil escritoras, pesquisadoras, editoras e ilustradoras, em vários países.

O primeiro encontro reuniu 500 mulheres na capital paraibana, com evento em Paris, no mesmo ano. Em seguida, no ano de 2018, o encontro se realizou em Guarujá (SP) e Perúgia (Itália). Em 2019, aconteceu em Natal e Lisboa, e só agora, em 2022, o Mulherio volta a se encontrar novamente em João Pessoa, onde tudo começou, para comemorar 5 anos de existência.

Há 10 anos, foi constatado em uma pesquisa, segundo a crítica literária Regina Dalcastagnè, que 73% dos escritores brasileiros publicados eram homens. Na ocasião da criação do Mulherio das Letras, Maria Valéria Rezende assegurou que “não é que as mulheres não estejam escrevendo. O problema é que somos barradas do mercado editorial”. Por isso, idealizamos este movimento, que “marcará a história e trará igualdade. Algo prático, além de ideológico, que permanecerá ativo até que não seja mais necessário, o que só vai acontecer quando as mulheres estiverem em pé de igualdade com os homens no meio literário”.


O 5º Encontro do Mulherio das Letras se realizará na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa (PB). Segundo as organizadoras, o programa-base está pronto, conforme os banners abaixo. Os detalhes das oficinas e rodas de conversa serão divulgados nos próximos dias no Instagram (https://www.instagram.com/mulheriodasletrasjp/) e no Facebook (https://www.facebook.com/mulheriodasletras) do coletivo.
Harry C. A. David
A História de Harry
A data de lançamento da tão aguardada autobiografia de Henry Charles Albert David, o príncipe Harry (Duque de Sussex), foi enfim anunciada. O livro se intitula “Spare” (‘Em reserva’) e chegará às prateleiras no dia 10 de janeiro próximo. O anúncio foi feito pela editora Penguin Random House, responsável pela publicação das memórias do filho caçula da icônica princesa de Gales, Diana Frances Spencer.

Rumores sobre o conteúdo irônico à linha de sucessão ao trono britânico (Harry é o quinto) têm causado polêmica, e é considerado como “indireta” à família real. Segundo se comenta, há um certo deboche do autor sobre a quase impossibilidade de um dia se tornar Rei da Inglaterra. Por conta do teor de algumas narrativas, o lançamento foi adiado, com receio de que houvesse boicote de certos trechos. A sinopse traz referências à imagem considerada como uma das mais marcantes do século passado: dois príncipes caminhando atrás do esquife da mãe, assistida sob imensa tristeza de um mundo perante a tragédia de que Diana foi vítima.

NZHerald
"Com sua honestidade crua e inabalável, 'Spare' é uma publicação de referência cheia de insights, revelações, autoreflexão e sabedoria duramente conquistada sobre o poder eterno do amor sobre a dor" — conclui a sinopse.

Em nota editorial, a livraria estadunidense “Barnes and Noble” escreveu: Garotinho, filho amado, irmão, marido e pai, príncipe, soldado e defensor de causas sociais, o príncipe Harry, Duque de Sussex, viveu uma vida encenada aos olhos do público como objeto de dúvidas, especulação e projeção.

“Spare” reúne memórias de bastidores, íntimas e diretas, de um homem que tenta recuperar sua própria história, suas alegrias, tristezas, aspirações e conflitos”. O livro já está disponível em pré-venda na Amazon.
⧉ Imperdível
Bolero e Berlim ▪ A implantação da Ditadura do Proletariado (idealizada por Lênin, "contrariando Marx"), o "Terror Vermelho", a criação da União Soviética, o "Solidariedade" polonês, a queda do Muro de Berlim, o filme "Les Uns et les Autres" de Claude Lelouch, tudo envolveu a desistência de WJ Solha em oficializar a criação de uma letra para o Bolero de Ravel, como narrado no texto “Quando a gente não saca que já não é hora”.
Sabedoria ▪ Quando percebemos além de nosso nariz, e entendemos que as coisas aconteceram, acontecem e acontecerão quando têm de acontecer, completamente independentes de nossa vontade, e consideramos a dimensão cósmica em que nossa microscópica insignificância em nada interfere, tudo muda na maneira de ver e sentir a vida. Como expressa o cronista Saulo Londres no texto “A sabedoria de ser desimportante”.
Passeio no Mercado ▪ Amante da cidade, de seu cotidiano, urbano e humano, sobre o qual tanto já escreveu em memoráveis crônicas, e em seu eterno "Café Alvear", o cronista Gonzaga Rodrigues conta sobre seu último passeio, quando foi jogar no Bicho e depois "tirou" para o Mercado Central. Que suas andanças continuem firmes e inspirando-o para o deleite de seus leitores como no texto “Do milhar ao Mercado”.
Caix@ Postal
"Li, e gostei, Marluce, pois está muito bem escrito. Triste história de um casamento desfeito. É a história da maioria dos casamentos das velhas gerações, pois a nova geração não espera tanto tempo para desfazer um casamento. Às vezes resistem apenas à lua de mel. A propósito: eu acho que, quando o casamento é cinematográfico, os noivos deveriam assinar um contrato, ANTES do casamento, se comprometendo a ressarcir todas as despesas dos pais, se a separação for inferior a quatro anos de casados. Parabéns, doutora! Revela a união do senso de observação com a capacidade de escrever bem."
José Mário Espínola ▪ 13.11.2022
Comentário sobre o texto “O pôr da Lua”, de Marluce Castor.


"Suas palavras descrevem exatamente como me senti nesse dia, pensando no futuro dos meus netos e do povo brasileiro. Parabéns ⚘"
Sheila Turczinski ▪ 11.11.2022
Comentário sobre o texto “A vitória de Lula”, de Ana Adelaide Peixoto.


"Parabéns, uma crônica muito bem elaborada que relata a vida real da nossa cidade em movimento com as transformações do tempo, como sempre uma cidade sem um código mínimo de postura urbana, que respeite os transeuntes em especial os idosos dentre outros. Sim, Prefeito Tatu gostei muito desse adjetivo muito franco."
Ricardo Medeiros Fernandes ▪ 11.11.2022
Comentário sobre o texto “Um estranho na cidade”, de Frutuoso Chaves.


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  1. JOSE MARIO ESPINOLA14/11/22 18:57

    É uma honra participar do Ambiente de Leitura Carlos Romero, este espaço que Fernando Lianza Dias chama, com toda propriedade, de "ambiente luminoso".
    Pois nele encontramos exatamente isso: a luz da cultura.

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