As curvas e a vegetação mais árida trazem belezas novas. E quilômetros só de estrada, pontilhados por cidades que surgem...

Pedaços do Sertão

sertao paraiba paisagem sertaneja
As curvas e a vegetação mais árida trazem belezas novas. E quilômetros só de estrada, pontilhados por cidades que surgem, que se cruzam, que ficam pelo retrovisor. Serras com nomes de suas cidades se aproximam e lançam blocos gigantes de rocha dependurados sobre uma estrutura ímpar. Serra de Santa Luzia e Serra do Teixeira se revelam com as suas pequenas bocas prontas para engolir a serpente asfáltica e as micros máquinas que vão e vem entre o Litoral e o Sertão.

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Na ida são mergulhos no mar sertanejo e suas riquezas. Do povo ao por do sol, dos séculos de história aos novos desafios. Do repouso em redes ao comércio, dos extintos Dinossauros às suas novas indústrias. Dos sabores tradicionais às ousadias do vinho e da cerveja. No retorno, uma bagagem sempre cheia de imagens, sabores e cheiros. Cenários montados em muitas histórias, tantas pessoas.

As estradas se conectam como as artérias que irrigam e carregam o sangue bombeado no coração do sertanejo. Os olhos brilham quando falam de suas terras. As vozes denunciam um amor inegociável. Eles brotam carinho pelos chão que nascem, que pisam e crescem e carregam consigo para onde for. O ser tão preso às origens, um amor tão honesto, uma eterna promessa de retorno mesmo que imaginário.

Pelos caminhos às margens contam histórias. Casinhas e sítios perdidos junto às serras, por entre pedras e lajedos, em meio à vegetação que se revive na época da invernada. À porta há sempre um cão vigilante que
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Lu Tavares ▪️ Instagram
alarma a todos, mas disposto a abanar o rabo se o sinal de boas-vindas for dado pelo dono do lugar. O prefixo: “Oh de casa! Bom dia!” A contrassenha “Bom dia! Seja bem-vindo!”

E o fim de tarde é algo único. O mesmo Sol que castiga o chão e durante meses se faz presença incessante, produz um espetáculo único ao se conectar às paisagens sertanejas, da vegetação ao relevo. Pincela raios por toda parte e monta quadros perfeitos. Escolhe recantos silenciosos para sussurrar pela noite, pois até o Sol se cansa do dia de dureza e se retira para o descanso.

Vai deixando pontinhos luminosos pelos caminhos. E pinta em amarelos, laranjas e azuis várias tonalidades de vida. Faz de pedras, mandacarus, serras, casas e animais contornos plásticos. Doura todos os espaços que alcança sobre a terra. Assina que ali é Sertão único. E adormece.

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