Uma das caraterísticas do dialeto mineiro (“mineirês”) é a utilização generalizada da interjeição uai. Qual a sua origem?
As interjeições são paralinguísticas. Não é fácil uma interjeição ser fruto de influência estrangeira, porque não é palavra real. E, por não ser a interjeição uma palavra real, mas apenas uma manifestação emotiva ou um substituto de sinais, fica difícil fazer uma pesquisa em profundidade a respeito da origem das interjeições, em geral.
Já escrevi sobre o hiperbibasmo, um dos artifícios frequentes na construção da poesia de Augusto dos Anjos, que consiste no deslocamento do acento tônico da palavra, ora transformando um proparoxítono em paroxítono (diástole); ora, um paroxítono em proparoxítono (sístole). Darei os dois exemplos aqui, apenas para fundamentar o meu argumento de que esse procedimento não tem nada de novo.
Por 40 anos militei intensivamente na advocacia. Dia e noite, fins de semana e feriados estava sempre à disposição para defender inocentes e outros nem tanto. Tenho muito o que contar, principalmente os acontecimentos periféricos aos processos e julgamentos dos quais participei.
Nenhum lugar no Oiapoque me é mais querido:
aldeia Galibi, onde minha mãe foi professora.
O povo mais lindo e amado vive aqui.
Ontem visitei a aldeia Kunanã, do povo Karipuna. Um lugar cheio de beleza e paz, habitado por pessoas muito acolhedoras. As crianças são lindas, muito afetuosas e livres. Brincam em liberdade e segurança, tomam banho de chuva, nadam no igarapé Juminã, protegidas pela sua comunidade e estudando na escola local.
Culpa de Flash Gordon, o herói dos quadrinhos criado em 1934, sem que eu sequer existisse, pelo escritor Don Moore e pelo ilustrador Alex Raymond para as edições impressas abastecidas pelo King Features Syndicate, o studio americano. A ideia era suplantar a popularidade das tiras de Buck Rogers. E a suplantaram.
A literatura é uma das mais puras expressões da experiência humana. Ela nos conecta a mundos distintos, nos apresenta a diferentes culturas e nos permite explorar emoções e pensamentos que muitas vezes não conseguimos expressar de outra forma. O valor da literatura na vida das pessoas é inegável; ela não apenas enriquece o nosso vocabulário e a nossa capacidade de comunicação, mas também nos proporciona um espaço seguro para refletir sobre nossas próprias vidas e as realidades que nos cercam.
Outro dia, estava entediada na sala de espera de meu médico, folheando uma revista velha —dessas que se espalham pelas cadeiras na maioria dos consultórios — e comecei a ler uma reportagem em que várias mulheres ex-casadas davam um depoimento de como suas vidas ficaram depois da separação do casal.
Maria, mãe de Jesus, conhecida como Senhora de luz ou a Bem-aventurada era filha de pais judeus, Joaquim e Ana, e foi esposa de José, o carpinteiro, judeu da tribo de Davi. Há dúvidas quanto ao local exato do seu nascimento — ocorrido entre 18 ou 20 a.C. — , em Jerusalém ou em Séforis, na Galileia. Viveu a sua infância na cidade de Nazaré. A despeito da humildade e da pouca idade em que se tornou mãe de Jesus (acredita-se que ela teria 14 anos de idade), Maria era, efetivamente, um Espírito iluminado, a única em condições para ser mãe do Messias de Deus, Guia e modelo da humanidade terrestre1:
As melhores lembranças dos meus tempos de meninote estão impregnadas das cinzas do fogão à lenha de uma casa de madeira ficada nos altos da Mantiqueira. Era a vivenda de meus avós paternos. Junto àquele borralho, nos frios da serra, ouvi causos que alimentaram minha alma, lá nos meus verdes anos.
A literatura – tradicionalmente reconhecida como imprescindível no ensino de Língua Portuguesa, sobretudo quando amparada por leituras integrais de textos canônicos – tem sido gradualmente excluída dos conteúdos programáticos de muitos concursos públicos para professores da área. Essa exclusão suscita sérias preocupações quanto ao empobrecimento da formação docente e ao futuro da educação linguística e cultural no país.
O céu azul
Preenchido
De barbas brancas
Borboletas
Amarelas
Sobrevoam o Sol
E a digressão
Termina
Na loucura
Há falta de ar
Para ventilar
As cavernas da memória
Recorro ao professor Milton Marques Júnior para traduzir uma frase do poeta Cícero, que significa justamente isso: “se ao lado da biblioteca, tens um jardim, nada te faltará”. Fiquei imaginando essa afirmação quando, mexendo nos livros na estante em minha casa, me deparo com livros sobre Arte. Um chamou a atenção. Justamente “A Linha do Sonho”, de Flávio Tavares composto de desenhos atestando a capacidade criativa deste poeta do pincel.
Na sua Vida dos Césares, Suetônio fala de doze homens notáveis, pois o “eu” que interessava na Antiguidade Clássica não era o de um indivíduo qualquer. Este não tinha uma história pessoal que merecesse narração. A literatura de memórias e de confissões liga-se historicamente às classes superiores, centrando-se quer nos feitos heroicos, quer na atuação pública. Philippe Lejeune, por seu turno, acentua a
Um ano se passa, e então o outro, e minha vida transcorre inofensiva. Tento por um tempo passar algumas horas em outra cidade, mas meu prazo curto é inútil para sentir o arrepio de quero mais.
A rotina me empurra para as ruas da cidade, mas logo acabo sufocado. Descobri que não nasci para caminhar em calçadas poluídas.
Lá fui eu, levado pelo amigo Antonio Correia, procurar Augusto dos Anjos em Sapé e Zé Lins do Rego em Pilar, numa manhã de sábado deste maio de 2025. Maio de poucas chuvas e sol intenso. Nada que lembre o outono em que oficialmente estamos aqui no Brasil. Outono que é uma estação tão propícia a esses passeios culturais, sem nenhum propósito, salvo o de deleitar o espírito com coisas sem preço. Outono que para ser perfeito deveria vir acompanhado de temperaturas amenas, anunciadoras do inverno e favoráveis ao recolhimento e à introspecção. Mas que fazer se nos trópicos é praticamente verão?