A filosofia, enquanto disciplina reflexiva, busca entender as questões fundamentais da existência, do conhecimento, da moralidade e da realidade. Através da análise crítica e do raciocínio lógico, os filósofos se debruçam sobre dilemas que têm acompanhado a humanidade ao longo dos séculos. A indagação sobre a natureza do ser, por exemplo, tem sido uma constante
Não são tão fáceis de serem vistos como em tempos passados: os bilhetes da Loteria Federal. A moçadinha — os mais jovens — provavelmente não conhecem essa modalidade de aposta. Ao que me consta, foi nosso Dom Pedro II que, em 1844, resolveu por ordem no pedaço e regulamentou uma modalidade de jogatina que já existia, mas não oficialmente. Com a chegada da República, o governo deu um jeito de abocanhar sua parte e a arrecadação obtida nas apostas dessas loterias começou a fazer parte do orçamento federal.
O sofrimento é altamente curativo! Tal afirmação não é uma apologia à dor ou ao sofrimento. Trata-se de entender que o sofrer faz parte da vida e, assim, não deve ser negado. Quando acolhido e digerido, ele promove o amadurecimento psicológico.
Frustrações causam sofrimento, pois, através delas, as ilusões e as fantasias são perdidas. Além disso, elas são imprescindíveis para o crescimento pessoal e para a constituição da nossa subjetividade.
Lentamente ela caminhava como se o coração fosse maior que o corpo. Alheada do mundo. Caída numa bússola, de agulha quebrada. Volta e meia esmagava as próprias veias. Dor, tosse, dizia “trinta e três” e nem o tango argentino poderia salvá-la. Mesmo moribunda, seguiu. Vitórias em cima de si mesma. Preferiu abdicar do individualismo; contentou-se com a individualidade. Sempre lutava pelos direitos de todos,
Na literatura de José Lins do Rego sentimos todos os cheiros possíveis de um ambiente de engenho, dos banguês sendo preparados ao mel cozido em tachos quentes, menos o cheiro da cachaça. Cheiro bom, que fica no ar durante muito tempo. Esse aroma da cachaça quente saindo do alambique, odor incomparável, anda comigo.
Jean-Paul Sartre (1905–1980) e Albert Camus (1913–1960) figuram entre os pensadores mais influentes do século XX, não apenas pela produção literária e filosófica que legaram, mas pela intensidade intelectual com que enfrentaram as crises políticas, morais e existenciais de seu tempo.
Alguém já disse que a cama é um móvel metafísico, pois nela o indivíduo nasce, ama e morre. Vejo-a mais como um móvel físico, em que a gente dorme para aliviar os incômodos do corpo.
Eventualmente nos deparamos com uma ponte em nosso caminho, mas não uma dessas imponentes, de concreto e aço, mas sim uma ponte simples, de madeira, que liga alguma margem conhecida à outra, envolta em névoa matinal.
É esse o título do mais novo livro da escritora tão jovem e tão consagrada, Aline Bei. Já havia me encantado com os seus dois romances anteriores: O peso do pássaro morto e Pequena coreografia do adeus. A capa já tem uma aquarela de duas flores vermelhas e um título que dança. Dança? Mas esse não era o título do segundo livro? Sim. Tudo se interliga de uma certa maneira. Essa coleção. Essa delicadeza. Essas ausências.
Com esse recente Passeante (Editora Ideia, João Pessoa, 2025), o poeta Ed Porto chega ao seu 21º livro de poemas. Não é pouco. E revela a perseverança do autor em seu ofício e sua permanente disponibilidade ao chamado da poesia, após vários anos de batente. Com esse tempo de serviço e seu currículo, é um nome hoje considerado na cena literária paraibana, a despeito da discrição com que seu dono transita pelo mundo. Uma discrição,
Ed Porto @ed_porto_bezerra
diga-se, que mais suponho do que afirmo, só de observá-lo à distância – e também pelo suave tom de sua voz -, conforme constatei em recente encontro, no lançamento de A pele da minha casa, de seu conterrâneo Bruno Gaudêncio.
O mito grego reflete a visão trágica que seus autores tinham da existência. Diversos relatos mitológicos mostram que, por mais que alguém fosse belo, forte ou inteligente, o destino sempre impunha limites inescapáveis e, muitas vezes, cruéis.
Dez páginas apenas, em corpo 10 dos velhos magazines de linotipo!...
Há prefácios assim. Esse de meus frequentes retornos é assinado pelo inesquecível professor José Pedro Nicodemos à edição da nossa Universidade, sob recomendação de um conselho editorial dirigido por Francisco Pontes da Silva, in memoriam.
“Três companheiros: um, o ardente coração;
outro, a afiada nua;
e outro, o esguio, cor de açafrão, arco ululante,
liso no toque e adornado por incrustações pendentes e um talabarte.
Quando ele arqueia, a flecha passa e geme,
como a desesperada aos gritos que uiva pelo seu morto (...)”
Excerto de “Chânfara: Poema dos árabes”; tradução de Michel Sleiman; edição de 2020.
Desperdiçar os pés
Por estradas já
Sabidas
Sussurrar
Ao mesmo vento
E aplacar o que poderia ser luz
Não é mais se dizer
No desencontro
Mas sorrir porque não foi
Lembro do barquinho de papel derretendo na pequena correnteza do rio de leito de paralelepípedos, a toda velocidade sob o olhar sorridente dos meninos. Recordo o exato momento dos olhos encontrarem o fruto no meio da folhagem e a destreza do corpo escalando os troncos até a mão esticada ser o suficiente para alcançá-lo pendurado no galho alto. E ainda sinto o cheiro do caju, da manga, do jambo...