C hegou o mês de junho, que, apesar de ser o mês em que eu nasci, sempre vem com muito barulho de bombas e foguetões. Por falar em barulho, ...

Lá vem o barulho

Chegou o mês de junho, que, apesar de ser o mês em que eu nasci, sempre vem com muito barulho de bombas e foguetões. Por falar em barulho, esse ano teremos eleição. E fico lembrando das cidades civilizadas, onde o silêncio é respeitado. Mais do que respeitado: reverenciado.

Fico a imaginar uma propaganda barulhenta, como a que presenciamos no período eleitoral, numa cidade do primeiro mundo... Seria um escândalo, caso de polícia, protestos nas ruas, na TV, nos blogs, em toda a parte. Agora é proclamar com toda a força dos pulmões: bem-aventurados são os surdos, que não tomam conhecimento desse escândalo sonoro, tão prejudicial à saúde.

Durante a campanha, a impressão que tenho é de que há cães raivosos, soltos na rua, ou loucos recém-saídos dos manicômios. E os que financiam tal tipo de propaganda eleitoral, decerto, descansam em suas casas, com os ouvidos atentos ao barulho, e sem dúvida, dizendo para os seus familiares, sorrindo: “nós estamos gritando mais!” Sim, o negócio é gritar, e esquecer dos que estão nos hospitais, dos que estão repousando em suas casas, das crianças recém-nascidas, idosos, enfermos e assim por diante.

Mas cadê os encarregados de cumprir a lei do silêncio, a lei das contravenções penais? Será que fogem para não presenciar tal absurdo? Sim, por que o olhar compromete quem olha, quem testemunha um crime. Assim mesmo estou ainda confiando nos cumpridores da lei. Não é possível que, este ano, aconteça de novo...

E fico pensando, que autoridade tem um provocador de barulho para defender o meio-ambiente? Há os que argumentam que nada se pode esperar de um eleitorado que tem 53% de pessoas sem o curso primário completo. Acontece que não são apenas os analfabetos os responsáveis por essa calamidade sonora. Pois, aqui para nós, há várias espécies de analfabetismo… Vamos nos lembrar disso diante das urnas.

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