É fim de tarde e o corrimão Do tempo Em espiral se alonga O Céu se mancha De laranja E a memória navega Pontos brilhan...

A luz da manhã e seus cafés fumegantes

poesia paraibana aurelio cassiano
 
 
 
É fim de tarde e o corrimão Do tempo Em espiral se alonga O Céu se mancha De laranja E a memória navega Pontos brilhantes Vão acendendo No tempo que era o Sol Divago dolorido E sinto a angústia das cores Aos poucos esmaecendo Sonho com os sonhos Olho para traz e vejo uma estrada se apagando Olho a frente e já vejo o fim do caminho De que esperança Hei de tirar as flores? Talvez do chão que me espera


A saudade Um cílio Perdido Raio de luz Roubada Do dia A saudade É um arco retesado E logo desfeito As cores As palavras Os amores Nuvens brancas Brancos lençóis A balançar em varais Saber que ir É necessário E nunca mais voltar A prece Sobre a cova De quem ainda não morreu


O mar das coisas Descansa sob O ouro do sol À noite as montanhas frias Mostram seus dorsos À prata da lua E a luz da manhã Aquece os corações E seus cafés fumegantes Os que não os tem Congelam ou jejuam Sem olhar o que se passa no Céu Se o arco da promessa se ergue Ajusta a paisagem à beleza E os espíritos flutuam


Viva os que existem E também as memórias Postas como trilhas Viva a cor Que o sol Já roubou As casas As injúrias Os beijos As mechas Postas para segurar O que ameaça ruir E viva vir Como ir Sobre terra movediça Desancar o entardecer E a manhã e a noite Como uma canção de Caetano: "O canto de Um povo De um lugar"

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