Epigrama I Respondendo ao Poeta Marco Di Aurélio Vez em quando pinto o sete, nestes meus 65, vou driblando o mau-olhado...

Os Amigos e o Epigrama

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Epigrama I
Respondendo ao Poeta Marco Di Aurélio Vez em quando pinto o sete, nestes meus 65, vou driblando o mau-olhado, trabalhando com afinco, não dou bola pra doença e também pra desavença, com o meu corpo fechado, cerro a porta e passo o trinco. Epigrama II Respondendo a Dea Conti Dea Conti, o cachete é palavra da estranja, do espanhol ou do francês, não importa a gente manja: é a piula ou comprimido, que destrói todo moído, que parece um arnês, com que a gente se arranja. Epigrama III Mote do poeta Raniery Abrantes SOU A SAUDADE PERDIDA, NAS VEREDAS DO SERTÃO. Cantando o mote O sertão é sem tamanho, de difícil travessia, mas não passa um só dia, sem que eu me sinta estranho: Eu não vejo mais rebanho, já não ouço o cancão, nem o voo da arribação me alegra mais a vida, sou a saudade perdida, nas veredas do sertão. Onde está o umbuzeiro, que a sede me matava, onde o gado descansava, esperando o vaqueiro, que encourado e altaneiro, tinha o cavalo à mão? Onde o aboio e a canção, ao fazer a sua lida? Sou a saudade perdida, nas veredas do sertão. Um forró de pé de serra, cantoria no terreiro, um aboio de vaqueiro, tudo tem na minha terra. É chamado que se aferra, dentro do meu coração, me chamando pro rincão, onde a alma encontra a vida, sou a saudade perdida, nas veredas do sertão. Epigrama IV Glosando o mesmo Mote Não tem mais vaca parida, com o badalo no pescoço, minha vida é só sobrosso, na cidade escondida. Sou a saudade perdida, com uma dor no coração. Já peguei o meu gibão, pra voltar à minha vida, numa égua bem fornida, nas veredas do sertão. Epigrama V Mote do poeta Raniery Abrantes VENDO A LUA DESEJADA PELO SOL CREPUSCULAR O tom rosa do horizonte se desenha numa tela, mais parece uma aquarela de beleza estonteante. E o dia, já minguante, só me faz admirar, como Apolo a requestar sua Ninfa adorada, Vendo a Lua desejada pelo Sol crepuscular. É um sol que já não arde, uma noite que não vem, mas a lua não retém, o seu passo em fim de tarde. Mesmo encontro sem alarde, faz seus corações pulsar: Ela, bela, ao levantar, se revela iluminada, e a lua é desejada pelo sol crepuscular. Epigrama VI Martinho Sampaio, amigo de infância e de futebol, no campo da Vila dos Motoristas, em Jaguaribe, me deu o tema do Calor, para começar o desafio. Nossa Terra é um planeta, que, do Sol, é o terceiro. Já Mercúrio é o primeiro, sem anúncio de trombeta. Mas aqui é de veneta a quentura, que estrupício! Mesmo estando no Solstício do período invernal, o calor é infernal, torna a vida um suplício. Se Mercúrio é o mais quente, por do Sol estar mais perto, por que é que eu desperto com calor sempre frequente? Vou dizer, exatamente, como é que é a lida: João Pessoa, destemida, pro espaço vai sozinha e do Sol faz-se vizinha, vem Mercúrio, em seguida. É inverno, eu não discuto, pois o Sol está pro Norte, mas eu sinto, muito forte, o calor que eu refuto. Sua pergunta, eu escuto, apesar desse torpor: “Diga aí, ó seu doutor, por que é que não faz frio?” Explicando, eu sorrio: “Tá pertinho do Equador.” A quentura em tempo frio, já me dá um estupor, murcha a planta com calor, evapora a água do rio. Não se ouve um cicio, de uma folha que esturrica, só quem brilha é a mica, de uma pedra ainda quente, se o suor empapa a gente, o asfalto tremelica.


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