Sempre quis conhecer os Campos de Lavanda na Provence/França, mas para isso tem-se que enfrentar o verão francês. E não gosto de calor. Só na praia com água de coco ou cerveja gelada. Em 2023, realizei o sonho da Provence, mas com os campos a florir ainda, mas me esbaldei nos Impressionistas e nas casas de Van Gogh e Paul Cézanne. Faltava as tulipas na Holanda.
Ana Adelaide Peixoto (Holanda, 1987)
Este ano, maio de 2025, repetiria esse país colorido. A viagem seria acompanhada por irmãs e sobrinha. O destino, ver as tulipas no Parque Keukenhof, com mais de 32 hectares de extensão, e que proporciona uma imersão em toda aquela natureza florida; de se perder no meio das tulipas de todas as cores. Gente do mundo inteiro em busca de aromas, formas, e uma tulipa de madeira vermelha e laranja, que trouxe na mala para um jarrinho da sala. Ah! Que maravilha abrir as malas na volta. Cada bibelô, uma lembrança daquele momento, daquele cansaço, daquele flash, que só a memória de viagem dá conta.
Parque Keukenhof (Holanda) Boudewijn Huysmans
Museu Van Gogh (Amsterdã) Ståle Grut/Jean Carlo Emer/Hongbin
Como resistir à Moça do Brinco de Pérola, para colocar na minha geladeira? Amsterdam estava fria, e um vento sempre soprava pelas esquinas. Nossas escarves no pescoço e lá íamos nós, em busca de um Capuccino. Um passeio de barco pelos canais, avistando os moradores desse habitat tão distante de nós. Já em alta primavera, tínhamos dias longos até as 23 h. E haja perna! Estou a gastar as minhas enquanto a musculação e o Pilates me garantem. Sabe-se lá até quando terei saúde para essas maratonas. Mas sou uma mulher de pausas e de contemplação.
Ana Adelaide, Bebé, Claude e Bruna Peixoto (Holanda, 2025) Acervo da autora
Dos jardins fomos aos Moinhos de Zaanse Schans. Museu a céu aberto; um vilarejo com seus moinhos históricos e suas casinhas verdes de madeira. Um chocolate quente feito por mim, num passo a passo e canela no final; tamanquinhos de todos os tipos, e uma paisagem que fone nenhum dava conta. Um luxo viajar com irmãs e uma sobrinha jovem que era o nosso Norte. Sabia tudo de mapas, de orientação, de distâncias, de dobra aqui, ou vai direto. Fiquei a imaginar esses holandeses , sem Hanna na proa, a chegarem invadindo o Brasil e se instalando na Igreja São Francisco.
Ana Adelaide e as irmãs Claude e Bebé Peixoto (Zaanse Schans, Holanda) Acervo da autora
Fui rever Voledam e Edam, Fomos de ônibus, saindo daquela estação monumental, e pagando pouco por um ônibus de linha comum. Indo assim, a gente se perde, anda mais, mas, tem o frescor de ser anônimo e fugir das excursões sem tempo. Voledam é uma lindeza. Aldeia de pescadores. Casas de queijos, e queríamos comer e degustar todos. E assim o fizemos nas lojas especializadas, com suas moças vestidas a caráter e a gente se empanturrando de queijo. Garanti logo uma bonequinha típica para a minha neta, Luísa.
Edam (Holanda)
Amir Deljouyi/Curated Lifestyle/Mayumi Maciel
Edam! Patrimônio da Humanidade desde 1996, e uma das cidades portuárias mais importantes do norte da Holanda. Suas lojas de queijo Gouda e tantos outros. Trouxemos o único defumado que aguentaria mala por um mês, e desde que cheguei em casa que, como queijo toda hora. E a memória gustativa indo lá e cá naquelas belezas.
Rijksmuseum (Amsterdã) @mus3ums.com
Com a mala já enchendo de cacarecos (como diz minha sobrinha Marieta), tomamos o avião para Bristol, Inglaterra. Uma festa de casamento nos esperava.