O dia se iniciaria com suave e tênue luz ao pôr do sol, a florescer e a folhear as páginas de uma bela história de afeição ao livro e de permanente estímulo à leitura. A tarde e a noite desenharam o cenário ideal e acolhedor da Usina Energisa, para receber a todos com esplêndido fulgor e sublime calor humano.
A começar com edição especial do Pôr do sol literário, os bons ventos elegeram os primeiros acordes regidos com poemas de José Américo, musicados por José Siqueira e bordados pelo tom vigoroso nas vozes de Isadora França e Daniel Seixas, ao piano. Sem, no entanto, deixar de compor festejado olhar do maestro Carlos Anísio, com afetiva releitura de magnificas partituras.
Por sua vez, os livreiros Janaína e Ricardo Pinheiro, na doce companhia de Maria Clara, dignificaram o conclamo da mesa, a auferir comenda em homenagem aos 50 anos de existência e resistência da Livraria do Luiz. Cinquenta canções de amor ao livro, cinquenta primaveras de coexistência com autores, editores e leitores. 5 décadas, a fio, dedicadas aos imensos rios do pensamento e aos intensos caminhos do conhecimento.
Apresentado pela Confraria Sol das Letras, em parceria com a Academia Paraibana de Letras, o sarau se vê consolidado nesses quase 10 anos de extraordinária convivência com quem fez e faz, inscreve e escreve a memória e o futuro da literatura paraibana. Delicioso encontro dos fundadores da confraria com seu cativo e cativado público, toda última quinta-feira de cada mês.
Já na sala Vladimir Carvalho, o quinteto de metais e percussão, formado por integrantes da Banda 5 de Agosto, deu voz e brilho inicial à exibição do documentário “50 anos da Livraria do Luiz”. Brindou a todos com especialíssimo repertório, cultuado pela obra de Pixinguinha a Sivuca, da MPB ao forró, e, magistralmente, completado com medleys da bossa-nova e de canções nordestinas.
Livraria do Luiz,
Belo Centro Cultural
Luiz Carvalho da Costa
Seu fundador seminal
Preocupou-se em divulgar
A cultura universal.
Muito mais que livraria
É cenário de acolhida
Tem o Café Literário
Tem o respirar da vida
Tem exposição de arte
Sarau em contrapartida”.
Madrinha da noite, a senadora Daniela Ribeiro exultou sua constante convivência com o universo escrito, ao lembrar fatos da vida dividida com o pai Enivaldo Ribeiro, entre os plenos ares da Rainha da Borborema, e de sua ligação com a Livraria do Luiz, em torno da palavra e de encontros e histórias contadas em livro:
“O amor ao livro permanece em mim aflorado e bem guardado”.
Por hora das homenagens, o agradecimento público a José Moura (diretor da Usina) e a grata presença de Bruno Farias fizeram jus ao nome de todos os queridos amigos da livraria. Convidados por Gi Ismael, com a meiga e anfitriã atenção de Jéssica Queiroz, subiram ao palco para receber a comenda “Amigo do livro”, o poeta Políbio Alves, Paulo Emannuel, filho do cronista Gonzaga Rodrigues, Augusto Morais, Luiz Augusto Paiva, presidente da UBE, Marcus Alves, presidente da Funjope, além de Hélder Moura e Ana Paula Cavalcanti, ambos fundadores da Confraria Sol das Letras.
ESQ ⇀ DIR ▪ Paulo Emannuel, Políbio Alves, Augusto Morais, Caio Pinheiro, Maria Clara Pinheiro, Janaína Pinheiro, Daniella Ribeiro, Luiz Augusto Paiva, Marcus Alves, Ana Paula Cavalcanti, Hélder Moura, e Ricardo Pinheiro
A bela noite findaria entre delícias e bandejas de salgadinhos e sucos, canapês e coquetéis, ao som de primoroso e genuíno forró anunciado pela terna voz de Maria Camila e por inúmeras claves dedilhadas nos arranjos de Lucas Carvalho, em florescida companhia da autêntica sanfona nordestina.