A literatura feminina paraibana é composta de poetisas, contistas, romancistas, cronistas, ensaístas, críticas literárias e historiadoras que produzem em alto nível, e ocupam relevante espaço no mundo das letras na Paraíba e país afora, mesmo que algumas não tenham o reconhecimento merecido.
Para não deixar de fora involuntariamente nomes, desejo neste breve texto lembrar apenas a jornalista, romancista e crítica literária Nevinha Pinheiro, e dela fazer memória porque, nos tempos atuais, poucos a conhecem e quase não é lembrada.
Para não deixar de fora involuntariamente nomes, desejo neste breve texto lembrar apenas a jornalista, romancista e crítica literária Nevinha Pinheiro, e dela fazer memória porque, nos tempos atuais, poucos a conhecem e quase não é lembrada.
Nevinha Pinheiro Nay Lima
Foi como jornalista, atuando na Imprensa carioca, que Nevinha conheceu ícones da literatura brasileira. Basta mencionar escritores de seu relacionamento como Carlos Drummond de Andrade, Josué Montello, Érico Veríssimo, Clarice Lispector e outros nomes festejados no mundo dos livros. Entrevistou e produziu análise de obras de alguns escritores e poetas que conquistaram espaço na história da literatura brasileira. Mas foi com Drummond que teve maior aproximação, mesmo que somente tenha sido com a troca de cartas.
Em abril de 1979, quando dava meus primeiros passos pelas redações, publiquei em O Norte um artigo que fazia referência ao seu romance A Crucificação do Diabo, em cuja leitura, hoje, tento rever as personagens esquecidas. O livro havia sido lançado na Livraria Leia naquele mês, com relativa aceitação.
Nevinha Pinheiro Arquivo Dário Machado
O enredo do romance gira em torno de um velho Deus e um velho Diabo que decidem, sem combinação prévia, entregar a direção do mundo aos seus herdeiros. Começam pelo Nordeste brasileiro e mostram tudo o que possuem.
Naquele texto de 1979, escrevi que Nevinha Pinheiro chegou de repente, deu um pinote no meio da turma que estava cochilando, acordou a província para observar a produção literária feminina. Era um tempo em que Maria José Limeira reinava absoluta.
A Crucificação do Diabo foi um desafio para a autora escrevê-lo, é um livro profundo, desafia os leitores. É um livro em busca de novos leitores.