Simpático e atencioso, o médico de família exerceu, por muitos anos, um importante papel na Medicina e ficou caracterizado pela relação...

O novo médico de família: uma realidade para este milênio

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Simpático e atencioso, o médico de família exerceu, por muitos anos, um importante papel na Medicina e ficou caracterizado pela relação de confiança e carinho que costumava estabelecer com seus pacientes. Mais que um simples médico, ele era considerado amigo da família.

Para o médico, o paciente era uma pessoa necessitada, sofredora e em busca de ajuda. Portanto, competia-lhe compreender, da melhor forma possível, as fontes desse sofrimento e tratá-las dentro dos limites de suas possibilidades.

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O modo como se aproximava de seu paciente dependia da medida em que era bem-sucedido em suas funções de pai, mãe, mágico e técnico. Afinal, era ele quem estava sempre presente nos momentos de maior emoção e tensão: gestações, nascimentos, desenvolvimento das crianças, enfermidades de idosos e muitas outras situações.

Hoje, com a automatização, muitas vezes o paciente torna-se, para o médico, um mero objeto de trabalho, impedindo-o de ter um contato mais amplo com ele. A Medicina trilhou outros rumos, voltando-se para a especialização e o desenvolvimento de novas tecnologias e equipamentos de última geração, deixando para trás o médico — a figura exponencial e, ao mesmo tempo, quase divina — do médico de família.

No entanto, uma nova versão desse profissional está voltando à cena. Um exemplo disso é o Programa de Saúde da Família, desenvolvido pelos governos estaduais, que hoje atende aproximadamente dois milhões de lares em todo o país.

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Um dos fatores que vêm contribuindo para esse ressurgimento é a fragmentação da saúde — tendência mundial nas últimas décadas — que vem resultando em cerca de 65 especialidades só no Brasil. Como os tratamentos passaram a ser mais específicos, ocorreu um distanciamento natural entre médicos e pacientes.

Experimentamos uma certa desumanização da Medicina. Daí a necessidade de se recriar uma relação menos fria, por meio de um tratamento mais personalizado. Essa volta às origens está ocorrendo não só no Brasil, mas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a chamada “Medicina da Família”, por incrível que pareça, é a que mais tem crescido nos últimos anos.

É claro que o médico de hoje não é exatamente o de tempos passados. A Medicina passou por enormes transformações tecnológicas nas últimas décadas, multiplicando os recursos existentes. Por essa razão, o médico de família moderno faz o atendimento, na maioria das vezes, dentro de hospitais e centros médicos, onde tem certeza de que contará com todos os equipamentos necessários para um melhor atendimento.

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Aquela antiga maleta, que carregava toda a Medicina para dentro das residências, já não existe mais. No entanto, a essência do trabalho — que é a aproximação com o paciente — está voltando, gradativamente, a ser a mesma de outrora.

Na verdade, o maior beneficiário dessa nova faceta, no complexo relacionamento médico-paciente, é o próprio paciente. Ele deixou de ser órfão e ganhou novamente o médico de sua confiança (médico de família) como pai e a mais avançada tecnologia como mãe, voltando, consequentemente, à plenitude do lar feliz e, obviamente, abençoado por Deus.

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