setembro 05, 2015
Q ue togas são estas, cronista? Ah, os desembargadores que me deixaram inesquecível impressão, com quem convivi mais de perto. Disse toga, p...
Que togas são estas, cronista? Ah, os desembargadores que me deixaram inesquecível impressão, com quem convivi mais de perto. Disse toga, pois toga é a vestimenta de trabalho do desembargador, assim como a farda é do soldado, a bata é do médico, a batina do sacerdote, e assim por diante.
E como gosto de escavacar a memória, relembro aqui alguns desembargadores que me deram ótima impressão. Cada qual com o seu temperamento. E já estou vendo, sorrindo e falando alto, o desembargador Júlio Rique, que foi Juiz de Menores por muito tempo. Um homem alegre, cuja presença fazia bem. Nunca o vi zangado. Teve uma filha adorável, inteligentíssima, chamada Sílvia, que deixou uma série de crônicas sob o título: “Sabe da última?” Ah, como gostaria de vê-las publicadas... Sílvia adorava o pai.
Tragamos agora à memória um príncipe, que muito me encantou: Mário Moacir Porto, que foi juiz de Bananeiras e só usava roupa branca. Elegante, fino, culto, sempre bem-humorado, Mário Moacir jamais sairá de minha memória. Lia minhas crônicas e dizia que eu tinha uma grande admiração pelas mulheres. A verdade é que Mário Moacir teve grande importância na minha vida.
Publicou um excelente livro de iniciação ao Direito, de uma didática admirável. Chegou a ser meu ídolo. Convidei-o para apresentar o lançamento do meu livro “O Papa e a Mulher nua”, e ele aceitou. Com muito humor, perguntou se eu desejava indispô-lo com a Igreja. E fez uma apresentação muito bem humorada.
E quem está chegando à imaginação é o desembargador Paulo Bezerril. Um admirador da música clássica. Tocava flauta e chegou a integrar a nossa Sinfônica. Foi um grande amigo meu, e também era cheio de humor. Dizia que as três coisas boas da vida começam pela letra M: Mar, Mulher e Música.
A consciência me pede citar o desembargador Flodoardo da Silveira, homem íntegro, que não cheguei a privar de sua intimidade. Certa vez, ele me presenteou com o livro clássico “O Ateneu”, de Raul Pompéia. Flodoardo falava pouco e ouvia muito. Se alguém lhe fizesse qualquer consulta jurídica, ele respondia: “O que diz a lei? Legalista cem por cento.
Outro que muito admirei foi o desembargador Severino Montenegro, que chegou a administrar o nosso Estado, durante a Ditadura. E outro grande mestre foi o inesquecível e genial Flósculo da Nóbrega. Muito culto, reservado e respeitadíssimo por todos. Deixou-nos um livro de introdução ao Direito que é um modelo de boa didática.
Encerro a crônica lembrando Pedro Damião, um desembargador simples, cujo grande prazer era, quando deixava o Tribunal, ir buscar o neto para passear. Um homem de uma simplicidade fora de série.
E a mulher desembargadora? Naquele tempo a saia não vestia toga, muito menos chegar à presidência, como foi o caso da desembargadora Fátima Bezerra, que foi minha aluna, na UFPB, com muita honra.
Mas, de todos os desembargadores, os que mais me ensinaram, por sua postura, foram o Mário Moacyr Porto e Paulo Bezerril. Paulo Bezerril não gostou quando soube que eu seguira a Magistratura. Chegou a dizer: “você na magistratura, levando a vida no interior, é como uma moeda que a gente joga no mato”. Mas, o que me agradava era vê-lo com sua flauta, na Orquestra Sinfônica, de que foi um dos fundadores...
setembro 05, 2015
agosto 31, 2015
Está pensando em comprar uma lembrancinha engraçada e criativa para aquele amigo nerd ou para o colega de trabalho? Dê uma olhadinha nessa...

Está pensando em comprar uma lembrancinha engraçada e criativa para aquele amigo nerd ou para o colega de trabalho? Dê uma olhadinha nessas lojas que vendem umas coisas bacanas e malucas. Talvez você encontre um boa inspiração nelas...
agosto 31, 2015
agosto 31, 2015
A beleza da vida está na diversidade. Deus sabe o que faz. Já imaginaram um mundo de pessoas iguais, coisas iguais, comportamentos iguais?....
A beleza da vida está na diversidade. Deus sabe o que faz. Já imaginaram um mundo de pessoas iguais, coisas iguais, comportamentos iguais?... Seria um inferno de monotonia, de tédio, de chatice. Daí as diferenças. Daí eu gostar de coisas que você não gosta. Mas, nem por isso vamos ficar distantes, hostis, indiferentes. Se você aprecia a cor azul e eu a vermelha, se você adora luta de boxe e eu o balé, se você detesta cidade grande e eu viva sonhado com uma fazendinha no interior, ouvindo o mugir das vacas e o canto dos passarinhos, que mal há nisso?
Se convivermos bem com uma pessoa não é porque ela pensa e age como nós. Talvez seja o contrário. Isto não significa que os dois sejam diametralmente opostos. Em toda amizade, em todo relacionamento mais íntimo, existem alguns pontos de contatos, de sintonia, de aproximação. Quando os dois são muitos iguais não tem graça. Lembrar que vivemos nos completando uns aos outros.
Há casais por aí, ajustadíssimos, vivendo na maior paz, embora sejam de temperamentos diferentes. E nisso é que está o mérito. cabe a cada um fazer uso da compreensão. Onde houver compreensão não haverá conflito. Compreender é perdoar tudo. Não queira que o outro seja igual a você, que pense como você, que aja como você. Cada um como Deus fez, ou melhor, como a evolução fez. A coisa mais difícil da vida – disse um psicoterapeuta – é você ser como os outros querem que você seja.
Certa vez, Jesus e seus discípulos – narra uma fábula – saíram a procura da cidade de Dalmanuta. Andaram, andaram e nada. Até que encontraram um homem deitado sob uma árvore. “Onde fica Dalmanuta? - Indagou Jesus ao homem. E ele quase que não respondeu, por preguiça. Assim, mesmo, levantou o pé e disse – “Fica por ali”... Jesus sorriu e continuou caminhando. Mais adiante, avista uma mulher em plena atividade doméstica, cuidando da comida e dos filhos, em sua humilde choupana. “Onde fica Dalmanuta?” – perguntou o Mestre – E ela, logo que avistou Jesus, limpou as mãos no avental, deixou todo o trabalho, e saiu a mostrar o caminho. Andou um bocado. Finalmente, apontou para o lado onde estava a cidade. Os discípulos ficaram admirados com tanta boa vontade. Jesus também. Como a mulher foi solícita, ativa, prestativa, solidária!
E saíram eles em direção a Dalmanuta, quando, a certa altura, um dos apóstolos pergunta: “Mestre, tive pena daquela mulher, parece sem marido... Bem que merecia uma companhia. Por fim veio a indagação: “Com quem ela deveria se casar”? Jesus sorriu e respondeu: “Com aquele preguiçoso”.
E teve razão Jesus. O homem da estrada muito teria de aprender com aquela mulher. Cada um de nós ensina com o exemplo, a nossa singular maneira de ser. O preguiçoso da fábula talvez tivesse outras virtudes. Toda a pessoa tem o seu lado positivo.
É na diferenciação que está o encontro da vida. O que seria da luz se não fosse a escuridão? Saber manter o equilíbrio dos contrastes – eis em que consiste a arte de viver!
agosto 31, 2015
agosto 30, 2015
E m todo aniversário, já viu, o telefone tocava e lá vinha a voz amiga, desejando-me muitos anos de vida. E dizia mais. Dizia que eu continu...
Em todo aniversário, já viu, o telefone tocava e lá vinha a voz amiga, desejando-me muitos anos de vida. E dizia mais. Dizia que eu continuasse sendo o homem que sou. Dizia isso com tanta sinceridade, que me deixava emocionado e encantado. Bastava eu completar mais um ano de existência, e lá vinha ele com sua mensagem fraternal, sincera, que terminava sempre com um “Deus o conserve sempre conosco”.
Jamais meu aniversário passou sem seu telefonema desse amigo, o que muito me comovia. E eu não fazia o mesmo com ele.
Ia dizer o nome dele, mas deixemos para o fim. Sua profissão era de livreiro e a sua livraria, que se chamava “Livraria Acadêmica”, primeiro ficava no térreo do “Paraíba Palace Hotel”, depois se transferiu para a rua Duque de Caxias. Lembrar que ele exercia a função de livreiro juntamente com a de advogado. E como advogado, gostava de discutir.
Repito, em todo meu aniversário (não escapou um) lá vinha sua voz amiga desejando-me felicidades, o que muito me comovia. Mensagem que vinha do coração, sincera. E eu nunca fiz o mesmo. Não sabia nem o dia de seu aniversário.
Acontece que o tempo foi passando, até que chegou o dia de seu silêncio, isto é, eu fiz aniversário e nada de seu telefonema, de sua mensagem. Eis um silêncio que mexeu comigo.
O que será que houve com o meu amigo? Cadê aquela voz suave me desejando muitas felicidades? Não, não quero dizer o seu nome. Só sei que seu silêncio me deixou triste. O que foi que houve? Não desejo revelar o seu nome, aqui, mas fiquei muito triste, profundamente triste.
Um homem sincero. Sincero e sério, esse nosso amigo era um exemplo de bom caráter. Adorava discutir, debater, como bom advogado que era. Sempre na defesa das boas causas.
Faz tempo que ele não telefona para mim, no meu aniversario. O que terá havido?...
agosto 30, 2015
agosto 23, 2015
P ois é, certa manhã, chega o meu neto, por telefone, me pedindo para ajudá-lo numa tarefa escolar. Tratava-se de uma entrevista com o avô, ...
Pois é, certa manhã, chega o meu neto, por telefone, me pedindo para ajudá-lo numa tarefa escolar. Tratava-se de uma entrevista com o avô, que, decerto, sabe mais coisa do passado do que ele, que ainda está com poucos anos de caminhada existencial.
“Vô, o tema é sobre o que é que já não existe mais, hoje em dia?” - Com essa intimação amável, ele começou a me entrevistar sobre costumes, indumentária, divertimentos e outras coisas de antanho.
Conquanto não seja um homem apegado ao passado, gostei daquele papo virtual. E assim, fui atendendo à curiosidade do menino, que, apesar de muito jovem, já participa de campeonatos de xadrez, é craque na Internet e que, quando era pequeno, vez por outra, vinha com perguntas embaraçadoras. Perguntas como esta: “quem é que escova os dentes do leão da Bica?”
Mas, vamos, aqui, no espaço exíguo de uma crônica, informando algumas coisas que hoje não se veem mais. Comecemos pela indumentária. Outrora não se via mulher vestindo calça comprida, muito menos a calça tipo jeans, que, quanto mais desbotada e esfarrapada, melhor. Mulher só usava saia e pronto, assim como padre só vestia batina preta e rezava a missa em latim.
E que dizer da bengala? Sim, para completar a elegância masculina, usava-se a bengala como ornamento, sem esquecer o chapéu, seja de massa ou de palhinha. E o chapéu estava tanto nas cabeças masculinas como femininas. Relógio só de algibeira. Era chique exibi-lo para consultar as horas.
Transporte coletivo? Ah, tínhamos os bondes. Bondes de Tambiá, Trincheiras, Cruz das Armas, Oitizeiro, Varadouro... E que segurança eles ofereciam! Vejamos mais. Veio-me agora o dente de ouro. Hoje ninguém o vê mais. O dente de ouro chegava a acompanhar o defunto. Ninguém o arrancava. Dava status.
O neto está pedindo mais, morrendo de rir. E vem a lembrança do cinema mudo, já imaginaram?... Isso mesmo, cinema mudinho da Silva. E havia quem o adorasse. E as refeições? Outrora a família comia reunida com todos os seus membros. O pai na cabeceira, a mãe ao lado, seguindo-se o filho mais velho e os demais. E que silêncio, que respeito! Havia mais ceia do que jantar. E ceia larga com inhame, batata doce, macaxeira, mungunzá, cuscuz e o delicioso pão francês.
Pijama, ceroula, também já não existem mais. Será que se acabou a “camisola do dia”, tão comum naquele tempo? Outra coisa em extinção: o solene pedido de casamento. O noivo chegava para o pai da moça e pedia, todo encabulado, a mão da filha...
Continuemos nossa conversa telefônica. Falemos agora dos ecológicos e bucólicos quintais, hoje em extinção. Desapareceu a terra sob os pés. Nos edifícios de apartamento não há mais lugar para os animais domésticos.
Antigamente... Mas, o garoto está me dizendo que o tamanho do texto já chegou no limite. Fiquemos por aqui. Ele cumpriu sua tarefa didática e eu a de cronista. E viva a vida que não pára. A vida que está sempre mudando. Viva a eternidade do efêmero.
agosto 23, 2015
agosto 22, 2015
P ois é, foi uma bela festa de confraternização a eleição promovida pela Academia Paraibana de Letras, com o objetivo de preencher a vaga de...
Pois é, foi uma bela festa de confraternização a eleição promovida pela Academia Paraibana de Letras, com o objetivo de preencher a vaga deixada pelo nosso Wellington Aguiar.
Fui chegando à Casa de Coriolano de Medeiros, acompanhado do meu filho Germano, arquiteto de projetos e de idéias, e fiquei maravilhado com o ambiente festivo. E não faltaram abraços, não faltaram sorrisos, já que a vida só é vida quando os homens se confraternizam.
A primeira pessoa com quem topei foi com o escritor José Mário, de recente imortalidade, que veio me abraçar. E se um simples abraço transmite cultura, senti-me enriquecido.
Vi, também, logo na entrada, a nossa Ângela Bezerra, com aquele sorriso muito mais bonito do que o da Mona Lisa. Não vi o poeta maior, Sérgio de Castro Pinto, não vi Maria das Graças, não vi Pepita. Decerto votaram mais cedo.
Damião, aqui para nós, está de parabéns pelo que vem fazendo pela Casa dos Imortais. Viva quem sabe administrar.
Houve a eleição, mas sem vencedor. Foi bom porque a gente vai ter outra festa, no segundo turno. Curiosamente, todos os candidatos sorriam, pois a vida sem sorriso, sem amor e sem confraternização é um saco...
Gostoso o bate-papo com o candidato Evandro. Discreto, fala baixa, falou em tudo, menos na eleição. Revi com muita alegria o nosso Gonzaga, que fala com a gente, sorrindo. Sorrindo ou mangando. Talvez os dois.
Para terminar, recebi um presente valiosíssimo. Não foi jóia, não. Ou talvez seja. Recebi o último livro do amigo Hildeberto Barbosa Filho, “Vou por aí”. Um título muito gostoso, que só poderia ser de crônicas. Estou ansioso para sair pelas páginas do livro, de mãos dadas com o autor.
Essa confraternização da Academia merece ser repetida logo. Não só pelo agradável reencontro com os amigos, mas também pelo gostoso lanche, café e bate-papo. Que venha o segundo turno.
agosto 22, 2015
agosto 16, 2015
O grande Chico Xavier chegou a dizer que “é melhor uma mentira que consola do que uma verdade que magoa”. Isso nos leva a algumas considera...
O grande Chico Xavier chegou a dizer que “é melhor uma mentira que consola do que uma verdade que magoa”. Isso nos leva a algumas considerações. Afinal, a mentira é um mal ou um bem? Depende, pois nem sempre a verdade deve ser dita. Estão aí os médicos que, em certas circunstâncias, são forçados a omiti-la diante do paciente.
O velho Eça já sentenciava que devemos “vestir a verdade com o manto diáfano da fantasia”. Nada de verdade nua e crua. Nada de franqueza demais. Diria ainda que a verdade é como a luz. Demasiado forte pode cegar. Não foi assim com o apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso? Quando se defrontou com Jesus, que era a verdade, não suportou a intensidade de sua luz, ficando cego por algum tempo...
A mentira é uma ilusão e a vida muitas vezes precisa dessa ilusão... Por conseguinte podemos dizer aqui que a mentira é um mal necessário.
Quando eu era menino vivia rodeado de mentiras. Mentiras que vinham da boca dos adultos. Mentira de “papa-figo”, mentira da cegonha, mentira de Papai Noel, mentira de Satanás. Chegaram até a me informar que quem conseguisse atravessar o Arco Íris, mudaria de sexo. Ora vejam só...
E qual é a maior mentira de todos os tempos? Eu diria que é aquela que está no chamado livro sagrado afirmando que a mulher nasceu da costela de um homem, inaugurando, assim, o machismo no mundo.
A Justiça exige que o réu diga a verdade, só a verdade. Será que ele confessa, realmente, o que aconteceu? E o seu advogado usará de sinceridade?
A mentira é muitas vezes filha do medo. A criança, com medo de ser castigada, mente. É a vez de dizer que aquele que nunca mentiu que atire a primeira pedra...
E os jornais? Será que dizem sempre a verdade? E os políticos? Quer ver uma grande mentira, que está na História? Aquela que afirmava ser a nossa Terra o centro do Universo. Mentira que foi contestada pelos cientistas da época, a exemplo de Galileu e Copérnico. Quem estava no centro não era a Terra, mas o Sol. E o pobre Galileu, com medo de ser tragado pela fogueira da Inquisição, foi obrigado a mentir, a desdizer o que afirmava, baseado na realidade.
Dizer a verdade é um perigo, em determinadas circunstâncias. E corajoso é aquele que a prega, doa em quem doer. As grandes descobertas e invenções foram, muitas vezes, rejeitadas como mentirosas. E sabe de uma mentira que muita gente aceita como verdade? A que diz que os chamados mortos estão repousando no cemitério, aguardando o Juízo Final...
Pilatos, político inteligente, que vivia rodeado de mentiras, achou de fazer aquela famosa pergunta a Jesus: O que é a verdade? O mestre deu o silêncio como resposta. E fez muito bem.
Recordo que, no meu tempo de menino, minha mãe me dizia que quem mente, cria verrugas na mão. E eu morria de medo...
Mas, o importante é a verdade de cada um, como escreveu Pirandelo. E fiquemos por aqui, lembrando a recomendação de Jesus: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
agosto 16, 2015
agosto 15, 2015
P or motivo de uma crise de coluna lombar, em vias de fazer uma vertebroplastia, eis que me privo de ver e ouvir um diálogo de dois mestres,...
Por motivo de uma crise de coluna lombar, em vias de fazer uma vertebroplastia, eis que me privo de ver e ouvir um diálogo de dois mestres, dois gigantes da literatura paraibana: O professor José Mario da Silva, escritor a quem sempre estou rendendo homenagens, e a professora Elisabeth Marinheiro, consagrada mestre das letras, ambos de Campina Grande. O primeiro assumindo uma cadeira na nossa venerável Academia Paraibana de Letras, e a segunda, saudando, com muita ênfase, a chegada do mais novo imortal.
E por causa da cirurgia da coluna, fico aguardando o próximo lançamento da Revista da Academia, que, decerto, trará os discursos de ambos imortais.
Nunca vi uma eleição tão justa como esta de José Mário, um homem se uma simplicidade admirável. De uma sólida cultura, somada a uma notável modéstia e discrição.
Só sei que senti muito não ter podido estar presente para ver e ouvir esse diálogo de gigantes da nossa literatura. Elizabeth, minha grande amiga, a quem devo a honra de promover o lançamento do meu penúltimo livro “Lições de viver”, em Campina Grande, e José Mário da Silva, sob cujo olhos, caiu o livro, também de minha autoria: “A Dança do Tempo”. E, graças a Deus, Mário viu belezas no meu livro. Ele fez uma análise tão bem feita do meu texto que muito me entusiasmou.
Daí minha alegria de saber que os dois gigantes de nossa literatura, ambos da Rainha de Borborema, se encontraram na nossa Academia Paraibana de Letras para um duelo. Um saudando o outro, numa festa de alta cultura.
Mas, aqui pra nós, me sinto bem, com a minha consciência tranquila, em ter concorrido para esta merecida vitória acadêmica de José Mário da Silva, autor dos excelentes livros “Mínimas leituras, múltiplos interlúdios” e “Os Abismos do Ser”, que agora assume a honrada cadeira de Ariano Suassuna.
agosto 15, 2015
agosto 09, 2015
C omeço engatilhando a seguinte pergunta: Se, num cercado, houvesse um rebanho de cem ovelhas, e uma delas conseguisse pular o cercado, quan...
Começo engatilhando a seguinte pergunta: Se, num cercado, houvesse um rebanho de cem ovelhas, e uma delas conseguisse pular o cercado, quantas ovelhas ficariam? Certamente responderá o leitor, muito entendido em aritmética: "Ora, cronista, restariam noventa e nove". Errado. Você pode saber de aritmética, mas nada entende de ovelhas, decerto nunca foi pastor. Pois fique sabendo que quando uma ovelha pula um cercado todas as outras a acompanham... Ovelha é um bicho muito bobo, vai na onda dos outros.
Ora, ora, mas acontece que há muita gente por aí exatamente com esse espírito de ovelha. Não tem vontade própria. Está sempre seguindo a maioria. São chamados popularmente de “Maria vai com as outras”. São totalmente influenciáveis e acreditam em tudo o que os outros dizem. Possuem cabeça, mas não a usam. Sua vontade é a vontade do pastor.
A propósito, narra o Evangelho que, certa vez, Jesus estava olhando a multidão indo pra lá e pra cá, e teve pena dela, pois lembrava ovelhas sem pastor. Acontece que o pastor aí não é uma pessoa, mas a consciência. Muita gente pensa que pensa, mas não pensa. Vai na onda, não reflete, não examina, não sabe escolher. É, como disse, chamada “Maria vai com as outras”.
Paulo de Tarso ensinou que devemos examinar tudo e escolher o que for bom. Veja bem: examinar tudo. Todavia, o espírito de ovelha não sabe escolher por conta própria. Deixa que o líder religioso escolha por ele. Ah, meu leitor amigo, haverá maior subserviência do que isto? Lembrar que quem não escolhe por si não tem responsabilidade na escolha feita.
Estamos constantemente abdicando do ato de escolher. Que vergonha! Não seja ovelha. Tenha vontade própria. Não abdique desse privilégio que é dado ao homem. Não se deixe levar pela maioria, não seja um ser passivo diante da televisão. Aceitando tudo que dela sai. Seja um ser pensante. Use com sabedoria o seu poder de escolha, seu livre arbítrio...
Que a criança ou o idiota sejam manobrados, está muito bem. Mas você, não. Examine tudo e escolha o que for bom. Use esta coisa maravilhosa que se chama discernimento. Ora, discernir é escolher bem, e escolhe bem quem usa de sabedoria. E a sabedoria vem do conhecimento, da experiência. Daí a importância do estudo. Não tenha medo de pensar por você mesmo.
Continuo advertindo: Tem muita gente por aí com o espírito de ovelha. Veja se a raposa ou a serpente vão na onda. Até mesmo com relação à moda, é preciso ter certo bom senso. Eu jamais botaria uma calça desbotada e esfarrapada, ou um bermudão lá em baixo, somente por que é moda... E não venha me dizer que é uma questão de idade. Minha mãe, com seus 90 anos, nunca deixou de usar um vestido todo colorido. Valia a sua vontade. E com esse ânimo ela atravessou os 100 anos sorrindo. Dizia sempre: “a moda quem faz sou eu".
Nada, portanto, de viver sem reflexão. Nada de espírito de ovelha.
agosto 09, 2015
agosto 02, 2015
D esculpem-me o truísmo, mas é conversando que a gente se entende. E aqui para nós, fazer o mal é uma desgraça. Fazer o mal é criar o infern...
Desculpem-me o truísmo, mas é conversando que a gente se entende. E aqui para nós, fazer o mal é uma desgraça. Fazer o mal é criar o inferno dentro de nós. Não pense que o inferno é um lugar pegando fogo. O fogo do inferno é o do remorso, do arrependimento. O remorso leva muita gente ao suicídio. Eis aí uma dor que não se cura nem com anestesia.
Continuando, lembremos que só uma coisa diminui ou extingue o remorso: o arrependimento. Acompanhado do pedido de perdão.
E o que é arrependimento? Arrependimento é voltar atrás. É refletir, fazer um exame de consciência. É uma espécie de marcha a ré. Felizmente, sempre que faço uma retrospectiva na minha vida, sinto que ela está limpa de remorsos, de arrependimentos. Não existe maior céu, nem um travesseiro mais macio do que a paz de consciência.
Agora estou me lembrando de um homem que estava cheio de sofrimento. Ele tinha câncer nos ossos, em fase terminal. Tudo nele doía, da cabeça aos pés. Sua filha, muito consternada, certa vez, perguntou-lhe: “Papai, está doendo muito?”. E ele respondeu: “Minha filha, quase tudo dói em mim, da cabeça aos pés, menos uma coisa”. “Que coisa?” - ela indagou. Ele, sereno, disse: “A minha consciência”.
Não tenham dúvida que, se você está em paz consigo mesmo, você é um homem feliz.
E não esqueçam o título da crônica. Feliz é quem faz o bem. Que frase terapêutica! Se você faz o bem, duvido que haja melhor terapia. Se você perdoa, compreende o seu próximo, estará sempre com a consciência leve, terá o Reino dos Céus dentro de você, aquele estado de espírito a que o Mestre de Nazaré se referiu aos seus discípulos. Ele, sim, que soube ensinar a perdoar com o próprio exemplo.
Mas, há quem diga: “Eu perdoo mas não esqueço”. Não adianta. O perdão deve ser total, livre, Incondicional.
Mas, sublime mesmo, em matéria de fazer o bem, foi Jesus: Com o suor e o sangue derramando pela face, crucificado entre dois ladrões, ainda teve ânimo para dizer, olhando para o alto: “Pai, perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem”...
agosto 02, 2015
julho 26, 2015
O famoso estadista romano, Cícero, uma das mentes mais versáteis da Roma antiga, cujos discursos eletrizaram multidões, teve em Catilina um...
O famoso estadista romano, Cícero, uma das mentes mais versáteis da Roma antiga, cujos discursos eletrizaram multidões, teve em Catilina um terrível adversário, no senado romano, a quem expulsou da cidade, apenas com a palavra. Mas não desejo falar do político, e sim do sábio. Cícero escreveu um belo livro sobre a velhice. E é sobre ele que desejo expor algumas de suas observações e reflexões.
Ele começa o livro alinhando três razões que, para muitos, tornam a velhice detestável: afasta da vida ativa, enfraquece o corpo, priva-o dos melhores prazeres, e aproxima da morte. Com muita sabedoria e bom humor Cícero vai desfazendo tais argumentos. Para ele, é na velhice que o homem adquire sabedoria, clarividência e discernimento. Tanto é assim que as grandes assembléias eram confiadas aos idosos. E cita o exemplo de Esparta, "onde os magistrados mais importantes são velhos".
Quanto à memória – argumenta o autor – “ele nunca soube de um velho que esquecesse o dinheiro guardado..." E explica: "os velhos se lembram sempre daquilo que os interessa, sobretudo os seus devedores..."
A reflexão, um dos atos de inteligência que nos difere dos animais, na velhice é muito acentuada. Abaixo, portanto, a assertiva de que os idosos são esquecidos.
Cícero informa também – e nisso ele foi precoce –, que quem exercita a mente, no estudo e na leitura, jamais enfraquece a memória. E acrescentaremos: assim como exercitamos os músculos do corpo, por que não fazer o mesmo com o nosso intelecto?
E vão, aqui, algumas do velho estadista: "É preciso, na velhice, estar sempre ocupado, sempre botando a cabeça para funcionar". Velhice, como a lâmpada, precisa de óleo. Naquele tempo as lâmpadas necessitavam de combustível.
Mais adiante, Cícero faz esta reflexão: “a velhice é honrada, na medida em que resiste". Nada, portanto, de entrega. Quanto à morte, ela tanto chega para o idoso como para a criança e o jovem. E a estes, até com muito mais frequência.
Eis mais um conselho dado por aquele sábio a fim do idoso melhorar a memória: "toda a noite, antes de dormir, procure lembrar-se de tudo que fez durante o dia. É um ótimo exercício".
Cícero escreve que festas, embriaguez, exagero na comida e na bebida só fazem comprometer a saúde. Ah, as dolorosas ressacas dos jovens! Não é de invejá-las. E que tal esta conclusão do mestre romano?: “Por que temeria a morte se, depois dela, não sou mais infeliz, quem sabe até mais feliz? Aliás, quem pode estar mais seguro, mesmo jovem, de ainda estar vivo até o anoitecer? E quem duvida que os jovens correm mais o risco de morrer do que nós?”...
julho 26, 2015
julho 25, 2015
É isto, estejamos sempre atentos, senão, como diz o ditado popular, “Cochilou, o cachimbo cai”. E lembremos de que Jesus estava sempre nos ...
É isto, estejamos sempre atentos, senão, como diz o ditado popular, “Cochilou, o cachimbo cai”. E lembremos de que Jesus estava sempre nos advertindo quanto à necessidade da vigilância. A começar pela oração do Pai Nosso, em que ele adverte: “Não nos deixeis cair em tentação”.
Mas a tentação vem de dentro ou de fora? Segundo Tiago, o apóstolo, ela se origina de uma coisa chamada concupiscência, uma palavra que significa “desejo imoderado de satisfazer o apetite sensual”. Logo, é um impulso que vem de dentro. A sujeira é interior.
Mas são várias as tentações, a tentação do sexo, a tentação do poder, a tentação do dinheiro, a tentação da vaidade, do orgulho, a tentação de roubar, locupletar-se, que anda tão frequente nos meios políticos. E a tentação da maledicência, a mania de falar mal dos outros? Curioso é que ninguém fala mal de si, ninguém faz uma auto-reflexão, sobretudo, à noite, quando vai se deitar para dormir. Mas acusar, julgar, condenar os outros, é só o que se vê.
E a melhor receita para estar vigilante é com a oração. A prece é um grande remédio, excelente, gratuito e eficiente. Mais ainda: Mantém-nos em sintonia com as boas vibrações, os bons pensamentos.
Sejamos juízes de nós mesmos. Estejamos atentos à nossa concupiscência, à lama que há dentro de nós. Lembrando que para isso, há o remédio da oração que é o remédio da vigilância.
E estando vigilantes, também aprendemos a conviver. Afinal, viver é fácil. O difícil é conviver. Mas viver plenamente é transcender. E orando você transcende. Que beleza! E lembrar que Jesus orava muito.
Jesus, um dia, resolveu visitar Lázaro, numa certa manhã, onde se encontravam as filhas Marta e Maria. Para não perder tempo, lá chegando, o Mestre começou falar sobre coisas da vida eterna. Mas, Marta, irmã de Maria não prestou muita atenção, pois estava ocupada em cuidar da casa. Enquanto Maria, se embeveceu com aquelas palavras, e, absorta, ouvia Jesus, atentamente. Foi então quando o sublime visitante advertiu Marta, dizendo: ”Marta! Marta! Você se ocupa de muita coisa, no entanto, só uma é necessária. E esta Maria absorveu. Sim, naquele momento, Maria transcendera.
julho 25, 2015
julho 19, 2015
Ler e ouvir a história de grandes personalidades é uma excelente forma de praticar inglês. Confira abaixo algumas biografias, trasmitidas ...
Ler e ouvir a história de grandes personalidades é uma excelente forma de praticar inglês. Confira abaixo algumas biografias, trasmitidas em 'Special English' pela rádio Voice Of America, narradas com uma pronúncia simplificada e pausada, bem fácil de compreender.
julho 19, 2015
julho 19, 2015
P or que a lembrança destra tríade? A junção de um sentimento, de uma fruta e de uma doutrina? É por que tudo isso me faz lembrar meu pai, J...

Por que a lembrança destra tríade? A junção de um sentimento, de uma fruta e de uma doutrina? É por que tudo isso me faz lembrar meu pai, José Augusto Romero, que foi seminarista, plantador de café, lá nos Cariris Velhos, e, por fim, professor. Ele preparava os alunos que iam estudar na capital. Deu-se bem na nova profissão. Ensinava Português, Matemática, Física e Astronomia. Ele sempre teve os olhos para cima, maravilhado com a beleza muda e mística do Universo.
Adolescente, seu pai Agostinho tratou logo de cuidar de sua educação religiosa, internando-o no Seminário desta Capital, que ficava ao lado da Igreja de São Francisco, pois desejava muito ter um filho padre. Dava status. E o pai, num tom seco e imperioso, lhe disse: “Você vai ser padre. A família precisa de uma batina”. O menino, que vivia solto no sítio onde se cultivava o café, só fez dizer um simples e humilde: “Sim, papai”.
A vida rígida do Seminário foi uma mudança da água para o vinho, Exagerada disciplina, muito silêncio, muitos estudos, inclusive do Latim, que era uma espécie de idioma de batina. A saudade de casa era profunda e lhe trouxe muitas lágrimas nos olhos. Saudade do sítio, saudade da vida livre, saudade da família. E aconteceu que o menino foi, mas não gostou. Começou logo dizendo a um monsenhor que não acreditava em inferno, nem em satanás. Terminou deixando o Seminário, voltando a respirar o ar puro do campo.
E lá soube muito bem cultivar a terra para o plantio do café. Chegou até a dizer, certa vez, à esposa, que foram os galhos do cafezal que destruíram sua vasta cabeleira, o que fez minha mãe cair na risada. O velho tinhas suas vaidades. Tanto cultivava o espírito quanto o corpo físico. Vi-o, várias vezes, praticando uma ginástica sueca de um tal Muller.
Um certo dia, levaram-no para assistir a uma sessão espírita, lá em Alagoa Nova, quando se manifestou o espírito de uma prima querida, trazendo uma mensagem com detalhes que muito o impressionaram. Daí tornou-se espírita até os ossos, cuja crença foi reforçada com a leitura do livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis, lido com muito entusiasmo. E não ficou nisso. Tratou logo de fundar um Centro Espírita em Alagoa Nova, para desespero do padre daquela localidade.
Quando completei 4 anos, ele já era espírita. Casou-se com uma viúva bonita, de chamar a atenção, Pia de Luna Freire, na intimidade Piinha. Ficou encantado com a beleza da viúva, com quem teve oito filhos.
Então chegou a vez de se mudar para a Capital, onde comprou um sítio na Lagoa, hoje Parque Sólon de Lucena. Seus moradores o chamavam de Zé, e muito o respeitavam. Até o padre Zé Coutinho, o extraordinário missionário, que foi seu colega de seminário, quando se encontrava com ele, sabedor de sua nova crença, indagava sorrindo: “Zé, como vai teu Espiritismo?”
Espírita até os ossos, dedicou a sua vida à Federação. Sereno, responsável, boníssimo, o ex-plantador de café não quis mais outra coisa na vida. Uma vida marcada pela fé, café e Espiritismo.
julho 19, 2015
julho 19, 2015
E ste mês de Agosto nos trouxe uma grande novidade. Até os jornais andaram noticiando. Trata-se de uma saudável e agradável companhia, que n...
Este mês de Agosto nos trouxe uma grande novidade. Até os jornais andaram noticiando. Trata-se de uma saudável e agradável companhia, que nos ensina muita coisa: A presença do vento, deste curioso vento forte que vem desde o mês de Julho, e que é um fenômeno inimigo da rotina, do desânimo e da sujeira. Onde ele está, tudo se renova, tudo muda. E viva o vento que anda assanhando os cabelos das pessoas, mexendo com as folhas, varrendo o chão, fazendo as árvores dançarem, espalhando os perfumes das flores e do mar, expulsando tristezas e acariciando o nosso rosto.
Como é salutar a presença desse amigo que a gente não vê, mas sente. Lembremos que nem tudo que não se vê, inexiste. Pelo contrário, é no invisível que está a essência da vida. As aparências estão sempre enganando os nossos olhos, os nossos limitados sentidos, Outrora, dizia-se que não havia micróbios, somente por que não se viam, que o nosso planeta era imóvel e que só o Sol girava em torno dele. Que mentira! Mas a verdade, como sempre, termina se impondo.
Mas é do vento que eu desejo lhes falar, é a ele que eu quero saudar. Quantas lições nos ensina este inimigo da rotina, da mesmice, da ociosidade, do conservadorismo inócuo. Ele está sempre nos advertindo que é preciso mudar, que a vida não pode ficar parada, porque tudo que pára cria ferrugem, mofa e morre. Vida é renovação. E o vento está sempre renovando, mudando, limpando o céu, limpando as árvores, as ruas. É ele que anima a paisagem, que transporta a vida no pólen das flores. O vento é entusiasmo. E ai daquele que perdeu o entusiasmo de viver! Se você perdeu o entusiasmo, se perdeu interesse, se você não vibra mais, você está morto e não sabe. O desânimo, como disse um grande pensador espiritualista, é como a praga que destrói a plantação.
Liberdade, entusiasmo, alegria, renovação, eis as lições que o vento nos dá. Até o mar se agita com a sua presença. Até as nuvens ensaiam um balé na passarela azul do firmamento. Até os pássaros voaram mais leves.
Mas, será que todos estão dando conta de sua presença? Vivemos tão mergulhados nos nossos problemas, nas nossas mesquinhas e prosaicas ocupações e preocupações, que esquecemos ou ignoramos a grande lição das coisas que nos rodeiam. A lição muda da vida que sempre muda...
julho 19, 2015
julho 12, 2015
S e me perguntassem qual o episódio da história que eu gostaria de ter testemunhado, eu ficaria relutante. São tantos. Dois, porém, aguçaram...
Se me perguntassem qual o episódio da história que eu gostaria de ter testemunhado, eu ficaria relutante. São tantos. Dois, porém, aguçaram o meu desejo: o da cena bíblica no Monte Tabor, em que o Mestre se transfigurou e conversou com dois espíritos: Moisés e Elias, e o primeiro sermão com que ele inaugurou a caminhada da evangelização.
Depois daquela festa de casamento, em que transformou a água em vinho – realizando, assim, o seu primeiro milagre - Jesus proferiria o maravilhoso Sermão da Montanha.
Minha imaginação, portanto, leva-me àquele momento sublime, em que o Mestre sintetizou toda sua Doutrina. E eu tenho muita pena daquele que nunca leu essa peça oratória. Tão grande é o Sermão da Montanha que Gandhi, que não era cristão, disse: “Se toda a literatura ocidental se perdesse e restasse apenas o Sermão da Montanha, nada se teria perdido”. Veja a grandeza daquele sermão proferido ao ar livre, no templo sem telhado da Natureza, sem ar condicionado, pois a brisa abrandava o calor, sem microfone, sem celulares tocando, sem cadeiras, sem conforto, porquanto o Mestre vivia em contato com o campo. O templo de pedra não atraía a sua atenção. Tanto é assim que nunca edificou uma igreja.
E fico a imaginar Jesus, com a voz suave, o semblante sereno, pregando a sua Doutrina Consoladora que teve como intróito as chamadas bem-aventuranças. E quem eram os bem-aventurados ou felizes, segundo ele? Os ricos, os poderosos, os religiosos hipócritas, os orgulhosos e vaidosos? Não, ele se referia aos humildes, aos pacificadores, aos puros de coração, aos mansos.
Sermão da Montanha!... Nele Jesus resumiu toda doutrina. Procure lê-lo. Mais do que lê-lo, procure praticá-lo na medida do possível. Cada frase é seguida de uma reflexão.
Eis, portanto, o episódio que eu gostaria de ter visto. Agora só através da imaginação que substitui a visão. E lembrar que fomos bater em Jerusalém, para ver de perto a montanha, que Jesus usou como tribuna, numa certa manhã de sol. Mas, que sol? O Sol era ele. O sol que os homens quiseram apagar, e que está cada vez mais vivo.
Sermão da Montanha! Não deixem de lê-lo, e relê-lo. Mesmo que você seja um materialista ferrenho, que pensa que a vida termina no túmulo...
julho 12, 2015