E m todo aniversário, já viu, o telefone tocava e lá vinha a voz amiga, desejando-me muitos anos de vida. E dizia mais. Dizia que eu continu...

O que foi que houve?

Em todo aniversário, já viu, o telefone tocava e lá vinha a voz amiga, desejando-me muitos anos de vida. E dizia mais. Dizia que eu continuasse sendo o homem que sou. Dizia isso com tanta sinceridade, que me deixava emocionado e encantado. Bastava eu completar mais um ano de existência, e lá vinha ele com sua mensagem fraternal, sincera, que terminava sempre com um “Deus o conserve sempre conosco”.

Jamais meu aniversário passou sem seu telefonema desse amigo, o que muito me comovia. E eu não fazia o mesmo com ele.

Ia dizer o nome dele, mas deixemos para o fim. Sua profissão era de livreiro e a sua livraria, que se chamava “Livraria Acadêmica”, primeiro ficava no térreo do “Paraíba Palace Hotel”, depois se transferiu para a rua Duque de Caxias. Lembrar que ele exercia a função de livreiro juntamente com a de advogado. E como advogado, gostava de discutir.

Repito, em todo meu aniversário (não escapou um) lá vinha sua voz amiga desejando-me felicidades, o que muito me comovia. Mensagem que vinha do coração, sincera. E eu nunca fiz o mesmo. Não sabia nem o dia de seu aniversário.

Acontece que o tempo foi passando, até que chegou o dia de seu silêncio, isto é, eu fiz aniversário e nada de seu telefonema, de sua mensagem. Eis um silêncio que mexeu comigo.

O que será que houve com o meu amigo? Cadê aquela voz suave me desejando muitas felicidades? Não, não quero dizer o seu nome. Só sei que seu silêncio me deixou triste. O que foi que houve? Não desejo revelar o seu nome, aqui, mas fiquei muito triste, profundamente triste.

Um homem sincero. Sincero e sério, esse nosso amigo era um exemplo de bom caráter. Adorava discutir, debater, como bom advogado que era. Sempre na defesa das boas causas.

Faz tempo que ele não telefona para mim, no meu aniversario. O que terá havido?...

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