Há uma entidade mística branca dos tempos anteriores pré-descobrimento, um ser em forma de homem que ensinou aos indígenas a agricultura. Ele andou pelos cariris e escapou às tentativas de ser morto pelas flechas dos indígenas, caminhou rumo ao oceano e andou sobre as águas até não ser mais visto. Existe uma terra guardiã no Semiárido, em cuja entrada há elevações guarnecidas de pedra. Dos segredos cantados por Zé Ramalho, da aparição de São Tomé da tradição católica colonial brasileira, a origem de uma terra, a morada de um povo.
C. Roberto
Surge sem aparecer a imagem de Sumé. Das rochas, as cicatrizes do Sol e dos ventos. Das plantas, sombra em réstia no meio do Semi-Árido. A entidade, a cidade, do alto, ganham novos significados. O dia é clarão Sol feito nova entidade, lentamente a noite se abeira e faz chuva de estrela, em luas e adormecimentos.
C. Roberto
No sopé, as pedras cantam religiosamente ao sopro do vento. É cantoria para o ser que mantém os seus segredos, espírito encarnado em bichos, presente no balanço e
C. Roberto
Com o tempo, as flechas cessaram, os indígenas foram suprimidos pelo branco colonizador, um novo silêncio, a ausência dos evoluídos primitivos, a resistência na forma saídas das mãos artesãs. Sumé, o caminhante sobre as águas, o inatingível pela ponteira dos indígenas, aquele que não é carne e osso, é ventania, permanece alerta, na proteção dos seus descendentes.
Sumé como terra é fértil na simples riqueza da gente. Da porta aberta, olhos calmos, feito rio de águas amigáveis. É corte de estrada, passo em um dos cotovelos da Paraíba, janela para outros cariris de Ouro, Prata, por cortes traçados em mapas. É proteção para quem chega e quem passa.