Na vida, tudo ensina alguma coisa. Quem tiver olhos de ver que veja. Um poeta chegou, graças à sua percepção, a captar lições de uma pedr...

A didática da vida

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Na vida, tudo ensina alguma coisa. Quem tiver olhos de ver que veja. Um poeta chegou, graças à sua percepção, a captar lições de uma pedra, que na sua linguagem imperceptível, nos dá lição de dureza, do equilíbrio. As construções nada seriam se não fosse a pedra, que também pode ser obstáculo, como disse Drummond, naquele “no meio do caminho tinha uma pedra”.

A vida é uma universidade gratuita à nossa disposição. Olhemos o nosso corpo, como tudo ali ensina, como tudo ali trabalha. Não há feriados para o coração, pulmões, rins, para o sangue, este grande mensageiro, que alimenta nossas células. O coração e os pulmões não repousam quando a gente dorme. E há quem maltrate e envenene este santuário divino, com fumo, álcool, ociosidade e outras extravagâncias.

A luz, seja do sol, das estrelas, ou de um vagalume, ensina-nos alegria, otimismo. Quando a luz falta, que tristeza! Quando volta, quantas palmas!

Mas tudo é necessário na vida. Tudo. Até a lama, o estrume. Que seriam das plantas sem eles? A nossa comida vem da terra. E a gente nem reflete sobre isso... Os rios ensinam-nos a correr, a vencer obstáculos, enquanto o lago é todo reflexão. E como sabe refletir um céu de estrelas!

E o vento? Extraordinário mensageiro que derruba obstáculos, higieniza o ar, ora é brisa, ora é furacão. Ora acaricia, ora destrói. As plantas e árvores nos dão adeus, graças a esse mensageiro invisível, que anima a paisagem.

Agora estou me lembrando do fogo. Como é mutável! Ora esquenta nosso alimento, ora destrói cidades. Ele, com toda a sua virulência, não é nada em relação à água, que o apaga... Mas a grande e eloquente lição das coisas, a que estamos nos referindo, é a das raízes, que mergulham na escuridão da terra para que as plantas se ergam em busca da luz do sol. Qual a sua lição? Ora, leitor, a lição da humildade. E todas as alegrias são para a flores e os frutos. As raízes são esquecidas... Ninguém lhes faz referência.

E os pássaros? Que lição nos dão? A lição do otimismo, do voo, da transcendência. Como as manhãs se alegram com o canto dos bem-te-vis! Tudo ensina na vida. Até os urubus, que apesar das alturas, vez por outra, descem para limpar nossas sujeiras, aqui em baixo.

E as dores? Também ensinam. São elas que nos fazem valorizar a saúde. E viva a didática da vida!

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