V aidades das vaidades, tudo é vaidade! Assim adverte a sabedoria bíblica, no Eclesiastes. E quem não é vaidoso, neste mundo que, um dia, va...

Vaidade das vaidades...


Vaidades das vaidades, tudo é vaidade! Assim adverte a sabedoria bíblica, no Eclesiastes. E quem não é vaidoso, neste mundo que, um dia, vai se acabar? Mas dizem que há a boa e a má vaidade. Acredito. E modéstia em excesso pode parecer falsidade...

Ora, ora, leitor, não é que uma noite dessas sonhei que havia um concurso para se saber quem é a mais vaidosa ou o mais vaidoso ser deste mundo? O concurso não era entre homens e mulheres, nem entre bichos. O certame realizou-se no mundo vegetal, entre árvores e plantas.

E muitos desfilaram na passarela. O primeiro candidato foi o flamboyant, cujas flores, brilhantes e vermelhas, arrancaram vibrantes aplausos da assistência. A bela árvore, com suas folhas muito verdes, miúdas e juntinhas, que lembravam o teclado de um piano, envaidecia-se com aquela riqueza de flores.

Seguiu-se depois a castanhola, com sua fartura de folhas grandes e de sombras encantava a todos. Em seguida vieram os coqueiros, esguios com seu porte feminino. E depois se seguiram as acácias, cuja beleza faz parar os nossos passos a fim de contemplá-las.

E eis que chegaram as majestosas gameleiras, gigantescas, seguidas das mangueiras, que vinham carregadas de suas deliciosas frutas, excitando o nosso apetite. Vieram os pau d'arcos. que os sulistas chamam ipês, e que fizeram o nosso Augusto dos Anjos sorrir de alegria e emoção.

Desfilaram também as rosas, os crótons, as papoulas, as palmeiras, os históricos paus-brasis, que deram nome ao nosso país, sem esquecer os cravos e os lírios, que desfilaram graciosamente.

Todos foram bastante aplaudidos, com palmas, aplausos de gente e com gritos, aplausos de bichos. E já estava quase terminando o desfile, quando surgiu a mais humilde das plantas – a grama - que ninguém olha e que só servem para serem pisadas. Decididamente, são as mais humildes, que não dão flores, que não dão sombras, que raramente são aguadas. Mas como enfeitam a paisagem! Dir-se-ia que são verdadeiros tapetes que a Natureza deu ao homem. Que seria do nossos futebol sem elas? Antes se dizia: "não pise na grama. "Besteira , elas querem ser pisadas, elas querem servir. E quem serve, é humilde, lava os pés do outro, como fez Jesus.

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