Há 231 anos foi executado Maximilien de Robespierre. É um personagem que sempre me faz refletir profundamente sobre homens que, cheios...

Robespierre

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Há 231 anos foi executado Maximilien de Robespierre. É um personagem que sempre me faz refletir profundamente sobre homens que, cheios de supostas boas intenções e alçados a posições de poder, constroem infernos para outros e para si mesmos.

Chamado de incorruptível, acreditou demais na própria lenda. Faltou-lhe um “memento mori” ou, para dizer o mínimo, um pouco mais de compreensão sobre o ritmo das mudanças nas estruturas humanas.
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Maximiliano de Robespierre
Louis Leopold Boilly
Pagou alto preço por acreditar que sua visão de mundo era a única alternativa para construir uma sociedade mais aprimorada e justa – mesmo que para tal se valesse de inconcebível violência e pavimentasse a rota com sangue e inclemência.

Depois da execução de Luís XVI e Maria Antonieta, abriu-se caminho para o terror jacobino. De passo em passo, o sonho de uma França mais fraterna, igualitária e livre se converteu no pesadelo de uma guilhotina que trabalhava sem pausa.

Não hesitou Robespierre em centralizar cada vez mais poder, desprezar opiniões que o contrariassem e, por fim, perseguir e matar milhares, inclusive antigos companheiros de ideal, como Danton, e cientistas como Lavoisier. Intoxicado de si mesmo, mandou para a morte até um de seus melhores amigos, o jornalista Camille Desmoulins. Todos os seus inimigos tornaram-se inimigos da República.

Seus excessos encontraram um fim na mesma guilhotina que tingiu de vermelho o chão da Place de La Concorde. Sem julgamento, sem compaixão.

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Execução com guilhotina na Place de la Revolution (Condorde) - Paris P. Demachy (1807)
Na véspera, Robespierre tentou se suicidar com um tiro, por ocasião de sua prisão. Não alcançou seu objetivo. Feriu apenas o maxilar e foi mantido deitado até a hora de ser levado à guilhotina. Antes de morrer, no dia 28 de julho de 1794, viu os mais fiéis companheiros serem executados.

Para ele também serviu a frase que teria pronunciado ao assinar a sentença de morte de Luís XVI: “O rei deve morrer para que o país possa viver”.

A história e a vida dão voltas. Resta-nos aprender.

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  1. Há, na atualidade, muitos personagens semelhantes a Robespierre. A história se repete em toda parte. Quem exerce o poder é levado a abusar do poder. Quem se considera responsável por proteger a democracia desrespeita direitos e garantias fundamentais.

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