Recentemente, mais que surpreso, li em Jornal de circulação estadual no dia 7/8/2022 matéria totalmente inverídica sobre o ex-deputado federal e ex-prefeito de Campina Grande Plínio Lemos. O texto foi escrito com base no livro História de Campina Grande: “De aldeia a metrópole”. Trata-se de algo tão fantasioso quanto a foto também publicada no mesmo espaço. Sim, a fotografia, ao contrário do que lá se diz, NÃO é de Plínio Lemos, mas do Dr. Elpídio de Almeida — o que, por si só, já demonstra total falta de conhecimento do que é relatado. Deduz-se desse erro grosseiro que, talvez, a única preocupação tenha sido a de publicar a matéria a qualquer custo, sem o mais mínimo compromisso com a verdade.
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A descrição de um fato histórico exige conhecimento e honestidade, simplesmente para evitarmos caminhos tortuosos que levem à deturpação dos fatos. Só existem três formas de descrever um fato histórico:
1) o mais fidedigno é ser ele relatado por quem dele participou;
2) menos precisamente, mas ainda com alguma veracidade, é ser contado por alguém que ouviu a história contada por quem de fato participou da ocorrência;
3) descrever o fato com base no que se tem escrito em torno dele, pesquisando cuidadosamente as fontes disponíveis e trazendo à baila sua própria versão.
No “artigo” a que nos referimos, nada disso ocorre. O livro em que se baseou (a citada História de Campina Grande) traz apenas as opiniões pessoais dos autores, o que em nada contribui para a História com agá maiúsculo — para o que de fato ocorreu. Por exemplo, na seção 12.3 desse livro, lê-se que Plínio Lemos foi “um prefeito impopular”. Essa afirmação falaciosa em nada reflete a realidade histórica, tanto do ponto de vista administrativo, quanto do político. Vamos nos deter apenas no aspecto político, pois o administrativo será esclarecido muito em breve com a publicação de um livro de nossa lavra, retratando justamente a vida de Plínio Lemos, com farta documentação indesmentível. Mas, logo aqui e agora, o leitor poderá facilmente avaliar essa suposta impopularidade…
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Depois disso, Plínio ainda se elegeu deputado federal por três Legislaturas, afora o tempo que assumiu como suplente, na Câmara dos Deputados. Eis a comprovação de que de impopular ele NADA tinha! Bem ao contrário, era homem probo, de reputação ilibada e acima de qualquer suspeita. Quem diz que Plínio era “impopular”, desconhece “in totum” a História e apenas reflete antigas paixões politiqueiras não devidamente assimiladas…
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1) o escritor Alcides de Albuquerque do Ó, no livro Campina Grande: História e Política – 1945 a 1955;
2) o escritor Josué Sylvestre, em sua obra denominada Lutas de vida e morte.
Em ambos os volumes, a descrição das múltiplas circunstâncias daquele brutal assassinato é muito parecida uma com a outra, dando a entender que o crime aconteceu da forma descrita por esses dois autênticos historiadores — e não como o descrito por esses autores que não viveram a época nem a estudaram verdadeiramente.
É uma lástima que, ainda hoje, pessoas despreparadas tentem descrever esse assassinato de forma tão leviana e descaracterizada, em nada refletindo a realidade do sangrento e lamentabilíssimo episódio. Esses “autores”, que pouco ou quase nada conhecem da autêntica vida da sempre heroica cidade de Campina Grande, chegam a dizer que o assassino confesso de Félix Araújo, João Madeira, era funcionário de Plínio.
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Portanto, esse sujeito, o Madeira, vivia da feira central para a Prefeitura, logo fazendo amizade com pessoas que trabalhavam na Administração municipal, inclusive secretários. A primeira vez que o então Prefeito campinense Plínio Lemos o viu, ele estava na entrada da sede da Prefeitura. E ficou muito surpreso com tal presença, pois o referido indivíduo agia com a maior desenvoltura. Assim, ao chegar a seu Gabinete, procurou saber com o secretário Asfora quem era aquela figura. Asfora relatou tudo o que sabia do sujeito e Plínio, sempre muito prudente, determinou de imediato: não mais o queria ver nas dependências da Prefeitura: “que ele permaneça no local designado para seu trabalho, a feira”. Essa foi, como mostra o testemunho histórico, a primeira e última vez que Plínio viu o assassino de Félix, João Madeira.
Felizmente, ainda hoje estão vivas pessoas que viram pessoalmente toda a discussão e os tiros que se seguiram. E um fato nem sempre lembrado: primeiro Félix atirou em Madeira, que revidou, dando-lhe o tiro fatal. São pessoas que nunca quiseram se envolver com os fatos daquele fatídico período — mas que, particularmente, conosco mantiveram longas e esclarecedoras conversas. Vocês não perdem por esperar um pouco mais pelo livro que estou concluindo sobre a vida de Plínio Lemos, incluindo esse importantíssimo capítulo da vida campinense!
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