E vamos juntando com calma os pedacinhos de fé esperança confiança e nossas caras lembranças costuremos uma peça novo ma...

Na vida, amargura; na alma, calmas águas

poesia paraibana vania de castro farias

E vamos juntando com calma os pedacinhos de fé esperança confiança e nossas caras lembranças costuremos uma peça novo manto pra cobrir nossas cabeças perplexas diante dos novos fenômenos nossa mente inquieta nossas angústias com pressa querendo se alojar mas com cuidado, quem sabe costuremos com desvelo um véu para nossos cabelos branquinhos ou cor de ébano com cores de avelã quem sabe surja o elã que há muito esperamos… Enfrentaremos os enganos as loucuras e paixões: medo e ingratidão, inveja competição ciúme a martelar corações despedaçados pelas miragens soberbas pela nossa avareza na ânsia de acumular bens, amores, sentimentos na voz, apenas lamento nos olhos apenas lágrimas na dor, sobrando tortura na vida só amargura mas na alma, calmas águas.

Quando o dia acorda desperta minhas dores também meus temores em tempos sombrios… Quando o dia acorda cutuca meu corpo mitiga meu copo com o último gole Quando o dia acorda puxa meus lençóis sopra meus ouvidos tirando-me o pó poeira dos tempos em que eu sonhava por essas estradas em festa e alegria onde a moradia da doce esperança? Será que minhas pernas já desconjuntadas tentando, a alcança?

Quando nascestes tentei subir ao céu queria pegar um pedaço para ti trazer as blandícias que diziam ter por lá no nosso quintal, junto ao teu umbigo, plantar Não conhecia dos narcisistas das cobras mães que engolem os próprios rebentos arrebentando sua força, e necessidade de crescer também desconhecia a força da mentira da manipulação e inveja das próprias crias da tentativa de calar suas vozes, suas almas amolentar, moldando-os ao seu bel-prazer. Desconhecia que mães narcisistas são perversas não amam, não cuidam, não zelam como atiradores de elite, espreitam vigiam por horas, dias ou anos aguardando o momento de alvejar! Ah, como desconhecia tanta coisa tanto trastorno, perversão e miséria como uma mãe se transforma em fera? Lacerando suas crias para se alimentar sem que elas façam parte de sua cadeia alimentar!

Meus sacrifícios cruzaram o infinito Em cada dobra do tempo, descobri esperança Em cada retorno, encontrava as flores sorrindo Nas tardes de março senti a carícia da brisa O laceamento das injustiças antes perpetradas No oito, a transmutação em guirlandas de alfazema incensando a psicosfera. Nas duras penas da existência Cataloguei plumas para minhas fantasias Do faisão o sabor da tenra carne De suas penas, adereços para meus cabelos. Com outras penas, desenhei sonhos arquitetei projetos arquitetônicos para proteger a segurança de muitos e descrevi minhas dores, alegrias e inseguranças ainda hoje, alquimizo penas transubstanciando em outras procuras outros significados e sentidos coragem para enfrentar os desafios diários.

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