Eu casulo Ouso Há uma invernada a vir Mas hei de destrancar As portas Vou pôr novos Pratos na mesa E esperar a arage...

Eu casulo, ouso

posia paraibana antonio aurelio cassiano andrade
 
 
 
Eu casulo Ouso Há uma invernada a vir Mas hei de destrancar As portas Vou pôr novos Pratos na mesa E esperar a aragem do tempo Solidão não é dor É casa E também recebe visitas Vou fazer pequenos versos Que caibam em xícaras E servir na hora do café Depois vou pra varanda E de lá O adeus e eu... Volto pra casa


Um vinho posto Ligeiramente Além da taça - Caem gotas - Uma lembrança Posta sobre O que não houve (Gotas no tecido) A rua adolescente Apressada Aberta E o vinho Na lembrança Em gotas Gotas de vinho Postas sobre a toalha E ligeiramente esquecidas A rua aberta para nós E nós livres e ébrios de vinhos Na rua cheia de gotas Cálices Rolhas Brindes Mas eis que a chuva escorre Morre a noite Nasce a manhã E trincada a taça pela luz Escorre doce O sonho para o seu descanso


Agora vou tirar a barba Vou lavar os cabelos Vou cuidar dos dentes E tratar de não morrer tão cedo Vou plantar batatas doces Regar jardins E não me esquecer De esquecer O que jamais deverá ser lembrado E morderei as fronhas E delirarei ao vento E depositarei Finalmente Meu corpo Ao lado de nossas memórias


Talvez eu morra Não sei se quero Porque prefiro Velórios vivos
Janeiros e Poemas
Eis a multidão de janeiros se escondendo entre si Eis o poema ponto de ônibus nova temperatura na multidão de janeiros Eis o ônibus chegando no "poema-ponto" logo depois de dezembro
Ferrolhos
Quantas portas nos esperam como paredes, sintomas móveis de velhos polaróides? (Sou sempre teu como a decência e poucos danos a reparar) Repare aliás as muitas faces desse dilema tão suave como os beijos: Somente os meus passos se alongariam em tamanha procissão.

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