Preciso parar com essa mania de revisitar as biografias dos meus ídolos. Mais uma vez me surpreendo com a quantidade de informações falsas ou ao menos muito duvidosas que nos dão nas escolas. Até agora eu tinha Santos Dumont como o pai da aviação e não se falava mais nisso. Era uma das referências do Brasil.
Não é bem assim. Do que pesquisei consegui confirmar que ele era filho de um dos maiores cafeicultores do mundo quando o grão negro era a nossa maior riqueza.
Alberto Santos Dumont FAB
O brasileirinho encantava Paris com seus balões. Era baixinho sim, encomendava seus ternos muito bem cortados sempre com tecidos de riscas verticais, que lhe davam a impressão de ser mais alto do que era.
Aqui pra nós, ser famoso na Paris daquele tempo não era para qualquer um. Pois muito que bem, aqui começa o busílis. Segundo os registros oficiais, Santos Dumont fez um voo controlado num objeto mais pesado que o ar em 12 de novembro de 1906. Guardem a data. Voou 220 metros.
Ora, já em 1903 os irmãos Wright faziam pequenos voos em seu aparelho. Naquele ano Alberto nem sonhava em abandonar os balões. A falta de maior divulgação da invenção dos irmãos deveu-se simplesmente ao fato dos americanos terem medo que sua invenção fosse pirateada.
Wright Brothers
Convencido que Santos Dumont não era o pai da aviação restava-me um consolo; ele inventara o relógio de pulso, numa encomenda feita ao seu amigo Cartier, para facilitar a leitura das horas enquanto manobrava balões. Nada disso. A rainha Elizabeth I usava um no ano 1.600 e a empresa Patek Philippe relançou a peça em 1868.
Alberto Santos Dumont Zaida Ben-Yusuf