Sempre fui uma dessas pessoas que curte a solidão e fica curtindo nela. Curtindo mesmo porque, para mim, ela é curta e porque nela fico em banho-maria, aproveitando o silêncio.
Constantemente, estou em meio à multidão. Faz parte de meu ofício estar entre muitas pessoas. Afinal, um professor deve ir aonde o aluno está, mesmo que virtualmente. E com tantas redes sociais acabamos ficando conectados demasiadamente. Então, preciso me desligar.
D. Ramesha
É preciso aprender a ser sozinho, senão pode-se incorrer na deselegância de não saber ser companhia. Se você nunca foi ao cinema só, nunca viajou desacompanhado, precisa repensar se essa necessidade de estar atrelado ao outro não pode ser sintoma de carência... Como há pessoas carentes no mundo, né? Sinceramente... eu me incluo, porém torno esse sentimento de ausência do outro em uma forma produtiva de estar comigo.
Uma solidão bem temperada tem um sabor que deve ser apreciado diariamente. Não é o discurso do “eu me basto”, mas eu me recombustivo na quietude. Morei só por três anos, e o tédio dificilmente me atacava. Não consigo conceber a ideia de ficar parado porque, para mim, a vida é movimento. O mundo é esse universo de possibilidade e, logo eu, tão ansioso, vivo impulsionado a explorá-lo.
Tantos livros, tantos filmes, tanta linguagem que me transborda. Uma volta pela praia, um exercício matinal, um vinho na varanda, um banho quente, frio,
M. Gonullu
Não confio no amor de quem se inquieta, de quem negocia a sua presença em troca do nada. Semelhante a pessoas chatas que querem companhia sem antes terem aprendido a ser. Não confio em quem quer ser “nós” sem antes ser laço. Tenha-se antes de querer ter o outro, até porque você nunca o terá, senão o sequestrará, arrancará a sua preciosa subjetividade, entrando no campo minado da possessividade. Não mendigue companhia, não queira o vinho antes de ser uva.
Y.E. Ilıca