Uma porta, um pedaço de calçada, um batente de entrada, o meio de uma rua com muitos fios de histórias com início, meio e fim, lugares onde mundos se cruzam. Há placas, seja nas esquinas cruzadas, fachadas armadas, monumentos silenciosos com indicações e versões e olhares pelos centros seculares. Caminhar de antes e talvez de futuros. Por ali tudo se transforma em olhos, pelas frestas de portas, nas janelas lacradas por tijolos recentes. E, ainda assim, o mundo se abre em paredes antigas, reavivando camadas de tintas, ressuscitando cenas vividas outrora.
Carlos Alberto Jr.
Pedras, cal, areia, madeira... elas ganham formas... Casario, igrejas, calçadas, estradas e fortins são trincheiras que não protegem o homem do tempo. Em algum momento ele será arrancado, trocado por outros, enquanto o temporal avança e sempre vence e volta a lançar desejos. Por vezes, as paredes se sustentam para contar a história.
Centro Histórico de J. Pessoa (PB) @WSCom
No lugar histórico, a aparente inalterabilidade é só disfarce para os efeitos das eras e das ervas. E ainda assim é bela sob o efeito dos raios ou no véu das horas mortas. As ruas antigas que habitam tantas vidas dizem rosários que desbotam a cada nova década velha, histórias e ao mesmo tempo gravam narrativas por todos os cantos, que tiveram famílias, que receberam festas, que encontraram colegiais, que enamoraram platonicamente flores.
Centro Histórico (Cidade Baixa, J. Pessoa) Antônio David Diniz