Sobrevém nessa alusão algo mais que um sobrenome, um vulto de participação destemida da cidadania nas questões e nas lutas de um tempo o mais próximo que tivemos até hoje das sonhadas reformas sociais. Tivemos em Antônio Arroxelas, avô do jovem escritor a quem saúdo, o militante de coerência inquebrantável frente à repressão e às
Antônio Augusto Arroxelas CMJP
Não bastasse o avô Arroxelas, lá vem Chico Arnaud, outro avô de fazer inveja aos netos mais bem-aventurados, um modelo de administrador público a serviço do estado, da prefeitura, e dos que dariam a vida por um teto seu, dos seus filhos. Sabem o que é isto 70% ou mais da nossa população que saiu povoando as redondezas da cidade.
A euforia geral de hoje tem se concentrado no rico investimento habitacional com suas moradias de luxo a atrair o turista, futuro dono do que temos de melhor na paisagem que se acrescenta e na que a cada dia se requalifica na linguagem nova. Mas não consigo me livrar, nome por nome, dos que comigo sonharam e conseguiram se firmar além da conquista individual.
Lucas Arroxelas
Eu, a nossa João Pessoa, a Torre. Quantas vezes tentei ser lido na terra de Machado de Assis! Em 1962, quando pisei no Rio pela primeira vez, já o conhecia de calçada, de praça, de rua e mesmo de casa a dentro. Em salas que me sentei a partir de Relíquias da Casa Velha, uma edição popular fora das feitas para enfeitar estante até o ambiente rico de história e de personagens que continua habitando não só em sua ficção como na realidade bendita de sua crônica.
Eu tinha mandado um de meus livros – Um sítio que anda comigo — a meia dúzia de renomes que tive a rara chance de conhecer. Recebi de um deles: “Recebi seu livro, obrigado”. Vinte anos depois, tentando dar à crônica uma roupagem de novela, faço nova remessa com Retrato de memória. Recebi do grande Ledo Ivo algumas palavras de conforto. E já me dei por satisfeito.