janeiro 17, 2015
H á quem diga que o coração é o órgão do sentimento, contrariando a frase do físico e filósofo Pascal: “O coração tem razões que a própria r...
Há quem diga que o coração é o órgão do sentimento, contrariando a frase do físico e filósofo Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
A verdade é que este cronista tem pelo coração um grande amor. Gosto de ouvi-lo batendo, levando o sangue para todo o nosso organismo, e um grande medo de que ele pare.
Em grego, coração quer dizer “kardia”. Daí a palavra taquicardia. Uma curiosidade: o coração aparece 958 vezes na Bíblia e nada de citar o cérebro.
Tenho, cá pra nós, uma grande simpatia pelos cardiologistas E se eu fosse estudar medicina, não escolheria outra especialidade. E voltando ao coração, tenho muito medo que ele pare. Ah se eu pudesse beijá-lo... E eu devo muito a esse órgão. Foi ele que me alertou para deixar o fumo, devido a uma forte taquicardia. Pena que não pude beijá-lo.
Chegou a vez de confessar uma coisa: Às vezes, sinto o coração coçando. E já disse isto a muitos especialistas do coração, que só fizeram sorrir. Um deles foi o jovem Fernando Lianza Dias, filho do meu grande amigo, também cardiologista, Antônio Dias, com quem muito conversei, no meu tempo de secretário da Faculdade de Medicina.
Antônio Dias era um homem simples, sempre vestido de linho branco e, sobretudo, muito educado. E seu filho, o jovem Fernando Lianza, que além de médico cardiologista, escreve neste jornal e é cronista da conceituada revista A Semana, muito me comoveu, quando o vi numa foto, aqui no Correio, ao lado do filho, que acaba de passar no vestibular de Medicina. Segundo diz a nota do jornal, o menino, Otácio Lianza, tem apenas 18 anos! E vá ver que o jovem vai seguir a especialidade do pai e do avô, Antônio Dias. E pus-me a imaginar como seu avô, que já não está mais neste mundo, deve estar vibrando de emoção com a vitória do neto.
São essas alegrias que dão sentido à vida. Sou pai de um arquiteto, Germano, e de um Físico, que tem meu nome, ambos realizados na profissão que escolheram.
Termino a crônica parabenizando Fernando Lianza por essa vitória de Otácio, certo de que quem também não cabe em si de contente é o velho Dias, meu mestre e amigo.
E as minhas coceiras do coração, vez por outra? Esqueça. Antes coceiras do que dores... Continuarei gostando muito do coração. Amando-o como ninguém. Pena que não possa ajudá-lo...
janeiro 17, 2015
janeiro 10, 2015
T udo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos. A mente, como se sabe, fica l...
Tudo eu esperava, menos que alguém comparasse a nossa mente a um escritório, com todos os seus departamentos.
A mente, como se sabe, fica lá no alto de nosso corpo, numa posição privilegiada. É lá que estão nossos pensamentos. O pensador Emmanuel assim a definiu. Mais ainda. Disse que a mente é como um diamante. Se coberto de terra, não brilha. Só depois de limpo é que ele se ilumina. Disse mais, o evangelizador: que a mente também pode ser comparada a um espelho. Espelho sujo nada reflete. Mente suja de maus pensamentos é um desastre.
Portanto, muito cuidado com o que pensamos e com o que sentimos. Estamos a todo momento em contato com o outro. Isto é sintonia. Nós nos afeiçoamos com aqueles com quem sintonizamos. E muito bem diz o provérbio: junta-te aos bons e serás um deles.
Mas, a mente, além de espelho, além de diamante, pode ser comparada a um escritório. Aí a coisa se complicou. Por que a um escritório? Ora, porque um escritório compreende vários departamentos, cada qual com sua função específica. Vejamos essas seções específicas: departamento da inteligência, departamento da memória, departamento do desejo, da imaginação e, por fim o departamento da vontade, que funciona como uma espécie de gerente. Sim, é a vontade que faz todos os departamentos funcionarem. E, aqui para nós, o que seria de nós sem a vontade? É ela quem movimenta, que faz o escritório funcionar. Somos a nossa vontade. Somos o que queremos, o que desejamos. Ser sem vontade, é ser morto.
Vamos, ligeiramente, aos outros departamentos. Está aqui o Departamento do Desejo. Quem não deseja na vida? Quem não sonha em obter as coisas deste mundo. Riqueza, dinheiro, poder? Outro departamento: o da memória. É nela que mora a saudade. Toda a nossa vida, a de hoje, como a de ontem, estão registradas nas lembranças. Somos o que fomos.
E o departamento da inteligência? Temos inteligência, e temos instinto, que predomina nos animais. A inteligência implica em reflexão, o que não ocorre com o instinto, segundo leciona o Codificador da Doutrina Espirita, na obra “A Gênese”. No nascimento, o instinto predomina no homem. Acentua Kardec um fato interessante: o instinto nunca se engana, o que não ocorre com a inteligência. Dir-se-ia, e aqui vai uma intromissão do cronista, que o instinto foi a inteligência que Deus deu aos animais.
Continuemos nas nossas digressões. Falemos da Imaginação. A ela devemos as obras-primas da Literatura, da Música, da Arte. O homem é um ser que imagina, que sonha, que idealiza. O que não ocorre com nossos irmãos irracionais, embora dissesse um escritor francês que o seu cachorro, às vezes, parecia sonhar e pensar.
A verdade é que nada seríamos sem a vontade, que é o gerente do “escritório mental”. A vontade é o impacto determinante. Pessoa sem vontade, pessoa morta, passiva, nada consegue na vida. E a vontade está aliada à fé. A fé, prelecionou Jesus, mesmo que seja do tamanho do grão de mostarda, pode mover uma montanha.
Viram como a mente é importante em nossa vida? Portanto, cuidado com os pensamentos, com os sentimentos. Você é o que pensa. E pensamento é força, força elétrica e magnética. O pensamento é tão importante que o mestre Descartes lecionou: “Penso, logo existo”. E não devemos esquecer que dos pensamentos, surgem os sentimentos e os atos.
janeiro 10, 2015
janeiro 10, 2015
M al comecei a ouvir o Concerto nº 1 de Tchaikovsky, para piano e orquestra, e os bem-te-vis começaram a cantar, lá fora, na rua, indiferent...
Mal comecei a ouvir o Concerto nº 1 de Tchaikovsky, para piano e orquestra, e os bem-te-vis começaram a cantar, lá fora, na rua, indiferentes ao trânsito. Será que eles desejavam competir com o pianista do concerto, o talentoso chinês, Lang Lang?
Bem te vi! Eis aí uma ave alegre e otimista. Mas o sol também está otimista com o seu canto de luz. E estamos dando os primeiros passos, no ano que acabou de nascer. Afinal, adeus ao que era doce, a festa, as compras, as bebidas, as comidas, as gargalhadas, a confraternização, os abraços, as fofocas, as exibições.
Misturaram Jesus com Papai Noel, e restou a ressaca. Restou o amargo da vida... Mas, como diz o poema de Drummond, depois da festa, a pergunta é: “E agora, José?” Sim, a vida é uma festa. E na festa, a gente esquece muita coisa. Ah, o uísque escorrendo pela goela, o champagne trazendo euforia, tentando afogar mágoas e recalques. Não esquecer que na distração a gente esquece também a reflexão. E a reflexão é tudo na vida.
O concerto de Tchaikovsky está terminando e os bem-te-vis agora parecem calados. Apenas saudaram a manhã. Mas, o que você quer mais, cronista?
Um ano envelheceu e outro morreu. É a dança da vida. Outros dias virão – disse o poeta. Outras festas virão, a começar pelo Carnaval. Depois do Carnaval, a Semana Santa, que os peixes detestam, tanto quanto os perus odeiam o Natal. Eis a razão por que eles não são católicos.
Mas a vida é assim, cheia de altos e baixos. Lembrar que o Ano Novo começou tornando Paris amedrontada, traumatizada com o terrorismo dos fanáticos. E tudo por causa de Alá. Agora, por enquanto, não se pode dizer que Paris é uma festa, como definiu Hemingway. Paris, por enquanto, é uma guerra. A cidade virou um campo de tensões.
Acontece que a vida é mesmo uma incógnita. Ninguém sabe o que pode vem por aí. Mas não percamos a fé. A fé é tudo. Foi pela fé que Jesus levantou paralíticos, deu vista aos cegos, limpou leprosos, expulsou maus, espíritos, multiplicou peixes e pães, conversou com os chamados mortos, aplacou tempestades, transformou água em vinho e, descendo da cruz, conversou com uma ex-pecadora.
Que os passarinhos continuem saudando as manhãs, que Paris volte a ser a Cidade Luz, e que a Vida, todos os dias, morra nos crepúsculos e renasça nas alvoradas e no canto dos bem-te-vis.
janeiro 10, 2015
janeiro 03, 2015
A gora que a Federação Espírita Paraibana completa 100 anos de existência, que tal lembrar José Augusto Romero, seu presidente, que dirigiu ...
Agora que a Federação Espírita Paraibana completa 100 anos de existência, que tal lembrar José Augusto Romero, seu presidente, que dirigiu aquela casa por mais de 44 anos?
Quando completei 4 anos, meu pai, José Augusto Romero, a quem tanto amei, admirei e a quem muito devo, já era espírita. Agricultor, plantador de café, casou-se com uma viúva bonita, de chamar a atenção, Pia de Luna Freire, na intimidade Piinha. Adolescente, seu pai Agostinho, tratou logo de cuidar de sua educação religiosa, internando-o no Seminário desta Capital, que ficava ao lado da Igreja de São Francisco. Mas o menino não manifestava nenhuma inclinação para a religião católica. Diante disso, o pai tratou logo de tirá-lo do Seminário, e ele, que era bom no Português e no Latim, preferiu ser professor em Alagoa Nova, onde abriu um curso destinado aos jovens que desejavam ingressar no tradicional Lyceu Paraibano.
E eis que se deu o que ele não esperava: tornar-se espírita. Tudo por conta de uma reunião mediúnica a que assistiu e onde conversou com uma prima muito querida, falecida há tempo. Diante do fato, José Augusto Romero tornou-se espírita, cuja crença foi reforçada com a leitura do livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis, lido com muito entusiasmo. E não ficou nisso. Tratou logo de fundar um Centro Espírita em Alagoa Nova, para desespero do padre daquela localidade.
Depois, chegou a vez de se mudar para a Capital, onde comprou um sítio, na Lagoa, hoje Parque Sólon de Lucena. Seus moradores o chamavam de Zé. Até o padre Zé Coutinho, o extraordinário missionário, foi seu colega de Seminário. Certa vez, encontrando-se com o seu colega, e sabedor de sua nova crença, indagou, sorrindo: “Zé, como vai teu Espiritismo?”
O tempo foi passando, e José Augusto terminou burocrata, exercendo a função de Secretário do Departamento Nacional de Obras contra a Seca. E começou a frequentar a Federação Espirita Paraibana, então localizada na Rua Treze de Maio e cujo prédio foi ampliado depois. Da rua Treze de Maio, a Federação foi parar no Parque Sólon Lucena.
Espírita até os ossos, dedicou grande parte de sua vida à Federação. Sereno, responsável, boníssimo, o ex-plantador de café não quis mais outra coisa na vida. Lembro-me que ele me levava, todos os domingos, à Federação, para o catecismo, e o livro adotado era o de autoria de Léon Denis.
Na primeira vez que Divaldo Franco veio a João Pessoa, hospedou-se em nossa casa. E papai o tratou como filho. Dedicou-se ao Espiritismo de corpo e alma. Fazia palestras, dava passes, conversava com os espíritos, nas reuniões mediúnicas e ainda mantinha coluna espírita no jornal A União e um programa, na Rádio Tabajara, sob o título “Neblina Espiritual”
Quem o sucedeu foi Laurindo Cavalcanti, grande amigo e admirador. Quem também testemunhou o trabalho de Zé Augusto foi outro Zé, José Raimundo de Lima, também presidente da Federação e a quem tive a honra de ser seu professor, na UFPB.
Em homenagem a José Augusto Romero foi publicado, depois de seu desencarne, o livro “Lições da Vida Maior”, uma coletânea de crônicas.
E não esquecer seus abnegados e primeiros auxiliares: Jandira Matos Vieira, secretária e seu Zuza, José Pereira da Silva, administrador da homeopatia.
E quem muito admirou, e admira José Augusto Romero é o atual presidente da Federação, o jovem Marcos Lima.
janeiro 03, 2015
janeiro 03, 2015
E eis que atingimos o topo da montanha. Agora é contemplar o que está pela frente e o que ficou para trás. É um momento de reflexão sobre o...
E eis que atingimos o topo da montanha. Agora é contemplar o que está pela frente e o que ficou para trás. É um momento de reflexão sobre o que fizemos, sobre o que passou. Mas será que o passado passou? Não. Ele continua na nossa memória como uma constante advertência. O futuro é a incógnita. Mas a vida segue. “Nascer, viver, morrer, renascer ainda, progredir sempre”, disse o mestre Kardec.
Chegamos ao mundo sem nada e dele sairemos de mãos vazias. Diz o ditado popular: “Da vida nada se leva”. Mas, discordo, pois levaremos a nossa consciência. É ela que vai nos dar o céu ou o inferno.
E como devemos viver? Um grande iluminado deu a seguinte receita: vivamos no mundo, tudo possuindo e nada tendo, com todos e sem ninguém. E qual seria a senha para uma vida de muita paz? Não vejo outra, seão o amor.
Disse outro iluminado que “O amor é Deus dentro de nós”. Completaríamos dizendo: ”O próximo dentro de nós”. Difícil, hein? Mas você queria que um lugar no Paraíso fosse fácil?
Voltando à montanha, infelizmente temos que descer. E muito cuidado nessa descida. A vida nos espera lá embaixo. A montanha é símbolo de transcendência. Foi por essa razão que Jesus escolheu uma elevação de terra para tribuna, pronunciando o sermão mais belo do mundo, o Sermão da Montanha.
E vivamos a vida com muito amor, com mais sorriso, mais amigos, mais fé, sem esquecer de olhar com mais compreensão. Lembrar que tudo é a maneira de olhar. Somos o nosso olhar. Jesus convidou-nos a olhar os lírios, as criançinhas, a olhar os enfermos, a olhar com amor. Na cruz, com o sangue escorrendo pelo rosto , ainda perdoou os desvairados….
Novo ano de vida. Novo ano de oportunidades. Será que você fez um balanço do que passou? Fez novos amigos? Esqueceu as inimizades? Cultivar inimizades é uma droga. Cultivar ressentimentos é cultivar espinhos na alma.
E ao descer a montanha, contemplemos a paisagem ao redor. Não sejamos indiferente às belezas da vida. Vez por outra, façamos o exercício da transcendência. Jamais olhemos o firmamento de relance, e sim, contemplando-o. De relance, você não verá as estrelas, como disse meu mestre Emmanuel.
Lembremo-nos de Drummond. “Um ano se foi, mas outros anos virão”.
janeiro 03, 2015
dezembro 31, 2014
Desculpem o clichê típico dessa época de final de ano, mas vou registrar, aqui, 5 metas a serem cumpridas ao longo de 2015, na tentativa d...
Desculpem o clichê típico dessa época de final de ano, mas vou registrar, aqui, 5 metas a serem cumpridas ao longo de 2015, na tentativa de subir alguns degraus no aprimoramento físico, mental e espiritual.
dezembro 31, 2014
dezembro 28, 2014
O tempo... A gente só ouve as pessoas dizendo: “vou ver se tenho tempo”; “no meu tempo era assim...”; “não tenho tempo para nada”; “o tempo...
O tempo... A gente só ouve as pessoas dizendo: “vou ver se tenho tempo”; “no meu tempo era assim...”; “não tenho tempo para nada”; “o tempo urge”; “quanto tempo leva isso?”. O tempo é a nossa grande preocupação na vida. O meu filho cosmólogo, PhD em Física, me disse que só há tempo, por que há movimento. Portanto, na imobilidade não há tempo. O tempo é invisível, assim como o espírito (a não ser para os médiuns videntes), assim como nosso pensamento.
Os passadistas se comprazem em monologar: “No meu tempo não era assim”. Evidente que tudo passa, mas o tempo para semear é este que estamos vivendo. E muito cuidado com o tempo vazio. Já disse alguém que tempo é como solo. Nada de deixá-lo vazio. Quem nada planta, nada colhe. Quando a gente morrer, sabe a interrogação que vamos encontrar à nossa frente? Esta: “Que fizeste de tua vida?” Mas, dizia o poeta pernambucano Ascenso Ferreira: “Hora de dormir, dormir, hora de comer, comer, hora de trabalhar, pernas pro ar, que ninguém é de ferro”. O poema é mais ou menos assim... Mas, cuidado pra não segui-lo.
Jesus advertiu que devemos nos conciliar com o adversário enquanto estivermos a caminho com ele. Portanto, nada de perdermos a oportunidade de fazer o bem.
Ensinou-nos Paulo de Tarso que aquele que faz caso do tempo, para o Senhor o faz.
Carlos Drummond de Andrade disse num poema, a propósito da passagem de mais um ano, que o tempo passa, mas outros dias virão.
Jesus só dispôs de três anos para implantar a sua Doutrina neste mundo. A Doutrina consoladora, cuja maior mensagem é esta: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. Sim, ele amou e deu o exemplo. Veio trazer a luz, e os homens lhe deram a cruz. E esta cruz continua em muitas paredes e em muitos pescoços...
Nunca procure matar o tempo. Não cometa um “tempocídio”, que é pior do que o homicídio. É horrível este lamento: “Eu não tenho mais tempo...” Já se disse que tempo é ouro. Quem na vida empregou bem o tempo, morre e parte com a consciência tranqüila.
Conselho do cronista: olhe mais para o relógio do que para o seu celular. E cuidado com o esbanjamento e desperdício do tempo. Aproveite bem a sua vida, valorizando as oportunidades do tempo. Não se esqueça de uma coisa: abundância de tempo significa mais responsabilidade, e “a quem muito foi dado, muito será pedido”...
Tenho muita pena daquelas pessoas angustiadas, suadas, inquietas, e que a todo momento estão estressadas, sem tempo, e que assim se expressam no rosto, no andar, no falar...
Mas entoemos, aqui, um hino em louvor ao tempo, que é silencioso, que é invisível, e finalizemos lembrando que o momento propício para analisarmos o tempo em nós, é só fazer um balanço do que fizemos durante o dia. Quando foi que o dispersamos. Tempo de sono, tempo de refeição, tempo de distração, tempo de estudo, tempo de meditação, tempo de conversa, tempo dedicado ao outro, tempo de amor, tempo de exercício físico, tempo de leitura...
Ah, as horas gastas na futilidade!...
dezembro 28, 2014
dezembro 26, 2014
S e eu passei bem o Natal? Muito bem, obrigado. E não foi apenas com os familiares, mas, sobretudo com aqueles que não são amigos do sangue,...
Se eu passei bem o Natal? Muito bem, obrigado. E não foi apenas com os familiares, mas, sobretudo com aqueles que não são amigos do sangue, mas são do coração, que é o que importa.
E haja abraços, beijos, sorrisos, gracejos, e muito carinho, que a vida não é um cemitério, e, sim, um jardim de muito amor e de muita paz. O negócio é saber ver e saber viver. Mais ainda: o negócio é saber conviver!
Passamos o Natal na casa de Maria Antério, mãe do nosso Davi, a mulher do sorriso mais bonito do mundo, de um coração imenso, que já não está mais neste mundo. Não está, cronista? E o seu espírito? Sai pra lá, com teu materialismo, pois ela estava lá, sim, abençoando a todos e vendo as filhas prepararem a gostosa comida, hoje, sob o comando da caçula, Djane, que administra o agradável espaço gastronômico, já chamado de “Carinho de Mãe”.
E o gostoso eram os abraços. Todos de sorriso aberto, que a festa era em homenagem a Jesus, que mandou que amássemos ao próximo como a nós mesmos. Que lição difícil, meu Deus do céu... Mas, tem que ser. O que é bom, é caro, já dizia o arquiteto Amaro Muniz de Castro, o braço que encaminhou meu filho Germano à prática da Arquitetura.
Voltemos ao Natal em família, na casa de Maria Antério, onde nos reunimos há mais de uma década. Jesus, na parede, parecia sorrir de alegria. Só faltou o violino da minha Alaurinda. O discurso em homenagem à significativa data coube a mim. E lembrei, na ocasião, que a grande lição da manjedoura era a da humildade. A humildade daquele menino que uma estrela iluminou e que, mais adiante, haveria de iluminar o nosso mundo.
E, lá na parede, quem sorria era Maria. A ex-proprietária daquela casa, que continua bem cuidada com o mesmo zelo e carinho cujos filhos estavam, ali, felizes da vida.
É preciso nunca esquecer que o que une mesmo o mundo, é o amor, que começa na família. A família é a primeira escola de convivência com o próximo, a nossa primeira prova de tolerância, compreensão, de amor e paz, haverá coisa mais bela na vida? E foi esta, justamente, a mensagem do Arcebispo Dom Aldo, que leio no jornal, desejando paz e amor a todos os homens de boa vontade.
Natal! Festa dos amigos do sangue e do coração!
dezembro 26, 2014
dezembro 20, 2014
A h, se eu pudesse me confraternizar, neste clima natalino, com aqueles que cuidaram de minha saúde, desde aquela trombose na perna à tal da...
Ah, se eu pudesse me confraternizar, neste clima natalino, com aqueles que cuidaram de minha saúde, desde aquela trombose na perna à tal da estenose lombar. Quanto nome difícil, meu Deus! E como o cronista sofreu…. Tiraram o trombo da perna e tudo voltou ao normal. E isto graças ao primeiro diagnóstico de Dr. Rodolfo Athayde, que tanto sabe detectar os trombos como as varizes, que diga minha Alaurinda. E antes de ter o trombo, fiz uma viagem de avião até o Havaí que levou um tempão. Minha sobrinha Lúcia, que é médica, lá de São Paulo, gritou ao telefone: use meias e caminhe no avião!
Fiz a melhor viagem de minha vida. Aì veio o trombo. Tive de me hospitalizar e quem cuidou de mim foi o Dr. Otacílio Figueiredo, um amor de pessoa. Mais, ele fez uma bela exposição sobre a trombose, que me deixou encantado. E o certo é tudo correu certo.
E a estenose? Fiquei sem movimentar as pernas em Jerusalém e terminei sendo examinado num Hospital de Tel-Aviv. Depois continuei a viagem, fui bater em Londres onde tive que terminar meus passeios numa cadeira de rodas, empurrada pelo meu “filho-pai”, Germano.
Na volta tive fui cuidar da estenose. E quem tratou de mim foi o Dr. Ronald Farias, que terminou me operando. Homem simples, sereno e competente, que me tirou da cadeira de rodas. Mas a escolha de toda essa competente junta médica devo às indicações do Dr. Marco Aurelio, excelente cardiologista e clínico geral. Só não gosto quando ele, na sua sinceridade de médico, sempre me adverte: “Cuidado com queda”! E fico, vez por outra, olhando pra baixo , atento a buracos e topadas. Dr. Marco não quer que eu veja as estrelas, no meu caminhar…
Nesse Natal, que esses admiráveis médicos continuem honrando a bata branca. Na minha imaginação estou, agora, os reunindo numa festa de confraternização. E não esquecer que o hospital, às vezes, é uma benção, conquanto ainda não se coloque, à sua saída, como nos supermercados, uma placa dizendo “volte sempre”.
Nunca esqueço o carinho da insubstituível Alaurinda, a minha dedicada esposa e enfermeira. Estou quase dizendo que é bom adoecer com ela ao meu lado.
Assim, viva a confraternização, seja em família, seja com os outros, que não podemos passar sem eles.
dezembro 20, 2014
dezembro 14, 2014
Q uando soube, não quis acreditar. Não quis acreditar que aquele homem cheio de energia, todo vibração, todo inquietação, estivesse agora na...
Quando soube, não quis acreditar. Não quis acreditar que aquele homem cheio de energia, todo vibração, todo inquietação, estivesse agora naquele corpo inerte, em posição horizontal, calado e de olhos fechados.
Sim, repito, eu não consegui ver Wellington morto. O que veio logo à minha imaginação foi o historiador, respeitado por todos, temido por muitos, admirado pela maioria daqueles que tiveram oportunidade de ler suas preciosas obras de História, inclusive sobre a nossa cidade.
Wellington era um homem autêntico, que não sabia mentir, embromar. Wellington era de uma sinceridade que muitas vezes incomodava. Nunca um homem foi tão ele mesmo. Não tinha, ao que se costuma dizer, papa na língua. Era a franqueza encarnada.
Falava pelos cotovelos. Faz muito tempo, se não estou enganado, e que me corrija sua filha, a jornalista Rosa Aguiar, com quem ele se dava muito bem, o nosso historiador chegou a ser diretor da Loteria do nosso Estado, cargo em que exerceu com muita eficiência e honestidade.
Graças ao amigo, ex-reitor e professor José Jackson de Carvalho, também imortal da nossa Academia, Wellington terminou levando seus olhos a Paris. E ficou encantado com a Torre Eiffel, o Sena, a Notre Dame, o Quartier Latin, e outras maravilhas da cultura e da história da Cidade-Luz.
Falar de Wellington e não falar do presidente João Pessoa, que ele não apenas admirava, mas respeitava e reverenciava, incorre-se em imperdoável omissão. Ele tornou-se orador oficial nas comemorações em homenagem ao extraordinário Presidente.
Wellington Aguiar, ao lado de José Otávio, foi um apaixonado pela nossa História. Sua saída deste mundo casou a todos nós uma dolorosa surpresa.
Mas quem sou eu para julgar os acontecimentos? Wellington continuará muito vivo na nossa saudade, na sua obra, na nossa admiração, e no exemplo que deixou. Nos nossos encontros na Academia Paraibana de Letras ele era uma atração, com sua cultura, seu sarcasmo e sua inteligência.
Foi-se, deixando a gente com muita saudade...
dezembro 14, 2014
dezembro 13, 2014
Q uando Jesus abriu os olhos para este mundo de trevas, a humilde manjedoura se iluminou, graças a uma estrela, que, como uma seta, anunciav...
Quando Jesus abriu os olhos para este mundo de trevas, a humilde manjedoura se iluminou, graças a uma estrela, que, como uma seta, anunciava a vinda daquele que viria trazer a paz e o amor aos homens de boa vontade.
Por que o menino escolhera uma manjedoura ao invés de um palácio, como o de Herodes ou outro grande da Terra? Porque a humildade seria sua primeira lição. A humildade tão desdenhada pelos poderosos, os orgulhosos.
Nasceu de pais pobres: uma mulher do povo, Maria, e um carpinteiro, José. Não sabemos se o menino ajudou o pai, na carpintaria. Achamos que Jesus não fez nem um simples banco...
Com 12 anos, na visita que fez a Jerusalém em festa, ele desapareceu da vista da mãe e foi conversar com os doutores das Escrituras. Surpreendeu a todos com os seus argumentos. Falou como gente grande. Os doutores não quiseram acreditar no que escutavam. E eis que chega a mãe, assustada, procurando o filho, chegando até a admoestá-lo. O menino, sereno, respondeu: “Não sabias que vim tratar dos negócios do meu Pai?” Sim, o pai era Deus, e não José, cujos negócios eram os da carpintaria.
O menino foi crescendo, até iniciar a sua missão, aqui na Terra. A lição da luz contra as trevas, do amor contra o ódio, da paz contra a guerra. Começou com aquela transformação da água em vinho, a pedido da mãe, numa festa de casamento. Foi seu primeiro milagre. O vinho representava a fé. Aquela fé que, mesmo do tamanho de um grão de mostarda, transportaria uma montanha….
Depois desse fato, ele começou a preparar o seu apostolado para a evangelização. Os primeiros convidados para a importante missão não seriam doutores, mas simples pescadores, que, chamados para a grande missão, largaram, sem pestanejar, seus instrumentos de trabalho: as redes.
E antes de empreender a missão do apostolado, Jesus profere o seu mais belo sermão, cognominado o Sermão da Montanha, também chamado o Sermão das Bem-aventuranças, no qual se resume a sua consoladora Doutrina. Gandhi chegou a dizer que se destruíssem todos os livros do mundo e só restasse o Sermão da Montanha, nada teria sido perdido. E eu tenho uma pena danada dos que desconhecem o grande sermão.
Mas o Jesus-luz chegou a dizer que todos nós temos uma luz interior. Daí a sua recomendação: “Brilhe a vossa luz” E a ciência já provou que essa luz está numa glândula chamada epífise, que foi constatada, mais adiante, pelo filósofo Descartes.
O Jesus-luz, todavia, não foi compreendido pelos homens. A luz chamava a atenção para as nossas trevas interiores: o egoísmo, o ódio, o orgulho. E não suportando o Jesus-luz, a luz da verdade, os homens trataram de crucificá-lo, em companhia de dois ladrões. Com o rosto banhado de sangue devido à coroa de espinhos que colocaram na sua cabeça, Jesus ainda teve ânimo de pedir um pouco d'água para matar a sede. Deram-lhe vinagre. Seus olhos eram de uma melancolia comovente. Os olhos que abriram tantos olhos, as mãos ensanguentadas que limparam leprosos, os pés que caminharam, ao sol ardente, no serviço do amor fraternal.
Mas o Jesus-cruz na Ressurreição voltaria a ser luz, fato testemunhado por Madalena, a linda pecadora, com quem conversou, provando que a morte não existe.
Esqueçamos o Jesus-Cruz, abolindo crucifixos em paredes e pescoços. E louvemos o Jesus-Luz, jamais esquecendo a sua recomendação: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”. E mais: “meus discípulos se conhecem por muito se amarem”.
dezembro 13, 2014
dezembro 07, 2014
A vida é cheia de usos e abusos. E sobre esse tema o iluminado Emmanuel, guia do grande médium Chico Xavier, relata muitos exemplos, que nos...
Avida é cheia de usos e abusos. E sobre esse tema o iluminado Emmanuel, guia do grande médium Chico Xavier, relata muitos exemplos, que nos induzem a muita precaução.
Afinal devemos estar vigilantes. Vigilantes com o que falamos, com o que pensamos, com o que agimos. Não esqueçamos da receita de Jesus para estarmos vigilantes, pois a todo momento estamos errando, comprometendo a nossa vida. Disse um ditado que a virtude está no meio. Sim, estamos sempre errando devido aos nossos excessos e aos nossos esquecimentos. E viva o bom senso, o equilíbrio. O uso, e não o abuso. O uso nos dá paz, o abuso nos leva ao remorso, ao arrependimento. Vida sem excessos, paz na consciência.
Chegamos a este mundo sem nada. Chegamos nus, famintos e chorando. E ainda nos dão uma hospedaria aconchegante sem esquecer o leite para matar a fome. Sem esquecer o corpo, este maravilhoso santuário. Mas sempre lembrando de que tudo que nos foi dado será cobrado mais tarde. Daí a nossa responsabilidade com os talentos que nos foram conferidos. Nada, portanto, de abuso.
Saibamos usar as coisas. E vem a indagação: Será que estamos usando ou abusando do nosso corpo? Abusando com o fumo, com o álcool. E vejamos alguns outros abusos: A maledicência, isto é, viver falando mal dos outros, é um abuso da palavra. O egoísmo é um abuso do Direito. A doença é um abuso da saúde, o supérfluo é o abuso do necessário. Quanta gente traz o guarda-roupa cheio de vestidos, enquanto outros… E que dizer da ociosidade? Um abuso do repouso.
Estejamos atentos aos nossos abusos. Viva o uso, o bom senso. Saibamos usar bem o nosso corpo, nosso dinheiro, nossa inteligência, as nossas tendências, nossos dons, a nossa oportunidade, os nossos talentos, enfim. O bom uso das coisas nos dá paz interior. E haverá coisa melhor no mundo do que paz interior?
Emmanuel disse que progredir, isto é, evoluir é usar bem os empréstimos de Deus. Usar, não usar, eis a questão. E a grande indagação que nos espera, depois que saímos deste mundo, é: Que fizeste de tua vida?
Nada de abusar do olhar, da palavra, da inteligência, do corpo, do pensamento, da alimentação. Viver é responsabilizar-se. Ou será que fomos jogados neste mundo para nada?
Falei em abuso e me esqueci de um muito importante: o abuso da fé, que é o fanatismo. E foi o fanatismo que jogou muita gente na fogueira. O fanatismo religioso.
Mas muita gente não reflete, vive como se não precisasse prestar conta dos seus atos.
Pensando bem, tudo na vida tem o seu lado didático, vejamos outro abuso, o abuso da Natureza. Quando o vento abusa, temos o furacão. E qual o lado positivo do furacão? Ele limpa a atmosfera. A dor, por exemplo, é um alerta, um protesto do nosso corpo contra o nosso desregramento.
Conclusão: repitamos a receita de Jesus. Estejamos atentos. Nada de cochilo. A sabedoria popular já advertia que “cochilou, o cachimbo cai”.
Muita gente quando comete um erro costuma dizer: “Errar é humano”. Mas, persistir no erro é burrice. Então, viva a eterna vigilância. Vigilância de nós mesmos e nada de andar fiscalizando o comportamento dos outros.
E fico por aqui. Perdoem-me pelo abuso de sua paciência.
dezembro 07, 2014
dezembro 06, 2014
Q uando estava à beira da morte, certamente vendo tudo escuro, bradou o grande Goethe: “Luz, mais luz!” Luz é vida. Daí minha grande compaix...
Quando estava à beira da morte, certamente vendo tudo escuro, bradou o grande Goethe: “Luz, mais luz!” Luz é vida. Daí minha grande compaixão para os que não vêem.
Exalto a luz, mas reconheço que a escuridão, às vezes, é necessária. Dir-se-ia que a escuridão é a moldura da luz. Mas o que Goethe desejava era luz, coisa que não falta, aqui no nosso Nordeste. E ele era de uma terra de muita neve e pouco sol.
Mas continuemos com a crônica. Quando Jesus nasceu, numa manjedoura, uma luz veio iluminar o seu berço. Berço de palha, berço de pobre. Naquele tempo não havia ainda Papai Noel.
Em suma, a luz é Deus. E quando a gente ama, o amor é Deus dentro de nós. Se a nossa mente está escura, não brilha. É por isso que o iluminado Emmanuel, guia de Chico Xavier, comparou a nossa mente a um diamante. Mas para que ele brilhe, há necessidade retirar-lhe a terra que o encobre. Há necessidade de uma lapidação. Sujo, o diamante não brilha. Sua luz está oculta pela sujeira. Ora, ora, é isto mesmo que acontece conosco. Pensamentos negativos, medo, ódio, mágoas, maledicência, ressentimento, inveja, egoísmo, tudo isso faz com que nossa mente não brilhe, não projete luz.
Jesus sempre advertia: “Brilhe a vossa luz”. A luz, repito, é Deus dentro de nós. Também aconselhava que não deveríamos esconder a luz debaixo do alqueire, mas no velador, para clarear a todos.
E viva a luz. Que seria de nós sem ela? Seja a luz do vagalume, seja a luz do sol. Não esquecer que um bom sorriso é luz. Não deixe o seu rosto apagado. Acenda-o sempre com a luz da bondade.
Como é que chamamos um espírito elevado, um espírito superior? Evidente que de um espírito iluminado. Jesus apresentou-se a Paulo, na Estrada de Damasco, vestido de luz. E Paulo ficou cego com tanta claridade.
Lembremos que o iluminado Einstein ganhou o Prêmio Nobel pelo estudo que fez da luz. Não foi pela Teoria da Relatividade - que não me deixe mentir meu filho, PhD em Física, Carlos - e sim pela explicação do efeito fotoelétrico. Demonstrou o genial físico que a luz se constitui num feixe de partículas, chamadas fótons. Foi meu Tuca que me disse isso…
Vamos iluminar o nosso espírito com atos de amor. Amor a Deus, amor à Natureza, amor ao próximo. E nada de escurecer a alma.
dezembro 06, 2014
dezembro 02, 2014
E le era um adolescente quando o pai, num tom seco e imperioso, lhe disse: “Você vai ser padre. A família precisa de uma batina. “O menino, ...
Ele era um adolescente quando o pai, num tom seco e imperioso, lhe disse: “Você vai ser padre. A família precisa de uma batina. “O menino, que vivia solto no sítio onde se cultivava o café, só fez dizer um simples e humilde: “Sim, papai”.
A vida rígida do Seminário foi uma mudança da água para o vinho, Exagerada disciplina, muito silêncio, muitos estudos, inclusive do Latim, que era uma espécie de idioma de batina. A saudade de casa era profunda e lhe trouxe muitas lágrimas nos olhos. Saudade do sítio, saudade da vida livre, saudade da família.
E aconteceu que o menino voltou para a casa, para o sítio, para a natureza, para a liberdade, conquanto tivesse contrariado a pretensão “religiosa” do pai. Este, diante do comportamento do filho, apenas lhe disse, secamente: “Já que você não deseja vestir a batina, que escolha por si só sua profissão na vida. O agora rapaz foi trabalhar no plantio do café, um trabalho duro, mas que ele executou com muito empenho, até que veio um bichinho lá do sul do país e contaminou o cafezal, para desespero dos plantadores. A praga arrasou tudo. Uma calamidade que teve repercussão nacional.
E o jovem, agora um homem, por sinal um atleta, resolveu ser professor, profissão com a qual se deu muito bem. Preparava a rapaziada para os exames do Liceu Paraibano, na Capital.
Deu-se bem na nova profissão. Ensinava Português, Matemática, Física e Astronomia. Ele sempre teve os olhos para cima, maravilhado com a beleza muda e mística do Universo. E cuidava do corpo, seguindo as prescrições da ginástica sueca de um tal de Muller. Era um atleta. Bonitão que só ele. Não demorou muito, ficou encantado com a beleza de uma viúva, minha mãe, com quem casou-se e teve seis filhos.
Como disse, ele, José Augusto Romero, era, sobretudo, um apaixonado pela Astronomia. Até que, um dia, convidado, foi assistir a uma sessão mediúnica, onde se manifestara o espírito de uma prima muito querida. Ficou maravilhado com o fato. Houve revelações que só ele sabia. Não teve dúvida. Tornou-se espírita convicto, a ponto de, mais tarde, fundar um centro espírita em Alagoa Nova, para desespero do padre local. E soube-se que até pedra jogaram pela janela do centro, por ocasião de suas reuniões.
Mas não foi somente pela constatação da manifestação mediúnica, que ele se tornou adepto da doutrina codificada por Allan Kardec. O que o levou ao Espiritismo foi a leitura do livro de Leon Denis, ”O problema do ser, do destino e da dor”. Contou ele que ficou maravilhado com a obra do filósofo francês. E teve vontade de sair correndo pela rua, a dizer como Arquimedes, na descoberta da lei da hidrostática: “Achei, achei, achei!” Sim, ele achara a verdade que procurava. Depois, teve de vir morar aqui na capital, onde comprou um sítio lá na Lagoa. Fez concurso e entrou para o serviço público como funcionário do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. O resto, conto mais adiante...
dezembro 02, 2014
novembro 29, 2014
Muitas famílias estão percebendo que a correria de fim de ano pode ser evitada, sem problemas, da forma mais simples que pode existir: dei...
Muitas famílias estão percebendo que a correria de fim de ano pode ser evitada, sem problemas, da forma mais simples que pode existir: deixando de lado a velha tradição da troca de presentes.
novembro 29, 2014
novembro 29, 2014
E is a Santíssima Trindade da vida, segundo o meu curto entendimento, e que tem como sigla: VBB: Verdade, beleza e bondade. A vida se expres...
Eis a Santíssima Trindade da vida, segundo o meu curto entendimento, e que tem como sigla: VBB: Verdade, beleza e bondade. A vida se expressa através delas.
Comecemos pela verdade, a verdade que Pilatos queria mesmo saber, mas que Jesus deu o silêncio como resposta. A vida está cheia de verdades e mentiras. A lei feita por Deus é uma verdade, já o dogma feito pelos homens é uma mentira, uma falsidade. A verdade é a lei. Está evidente na expressão: “Dura lex, sed lex”, a lei é dura, mas é lei.
Machado de Assis dizia que a verdade embriaga como o vinho. Não haveria aí um equívoco? Quem se embriaga está fora de si. A verdade elucida, a verdade não mente, a verdade não engana, a verdade é dura. E muita gente foge dela, procura esquecê-la. Quer ver um fato em que a verdade apareceu vestida de mentira? Foi quando se acreditou que a nossa Terra girava em torno do Sol, e não o contrário. Sim, minha gente, a Igreja com toda a sua sabedoria cometeu este triste equívoco. E chegou a condenar o físico Galileu por não concordar com a Madre. Nunca uma mentira foi tão prestigiada...
Vamos adiante. Desde que o mundo é mundo, que os corpos são atraídos para o centro da Terra. Ninguém indagou sobre esse fenômeno. Mas um cientista chamado Newton, viu uma maçã caindo da macieira e descobriu a Lei da Gravidade... Há muito tempo que caem maçãs e outras frutas e ninguém indagou sobre esse natural fenômeno.
Viva, portanto, a verdade, e morra a mentira. Morra o preconceito, que, segundo Einstein, é mais difícil de se desintegrar do que um átomo. Acontece que a maioria das pessoas adora a mentira, a ilusão. Quer ver uma verdade que faz muita gente correr? A chamada lei da reencarnação, a única que explica as desigualdades do mundo. Quer ver outra verdade? Jesus. E quer ver um mentira? Papai Noel. O nosso mundo adora a mentira e tem medo da verdade. Mas Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. E o Procurador Pilatos nem sabia disso...
Viva a Ciência que revelou muitas verdades. Uma delas é que nosso sangue não está parado, como pensava-se, antigamente.
Quem está esperando sua vez na crônica é a beleza. Que seria do mundo sem ela? Viva a mulher, símbolo de beleza, a Natureza, a Arte, e uma vida bem vivida. A vida de um Chico Xavier, a vida de uma Teresa de Calcutá...
E terminemos a crônica falando de bondade. Bondade lembra amor, amor lembra luz, luz lembra Deus. Disse um grande missionário que o amor é Deus dentro de nós. Sim, descubramos o nosso Deus interno.
“Brilhe a vossa luz” - sentenciou o Mestre dos Mestres. A luz divina está escondida dentro de nós. Não esqueçam que, desde Descartes, confirmada por André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, foi descoberta dentro do nosso corpo uma glândula minúscula, chamada Epífise, glândula da vida mental, por sinal luminosa.
Muito cuidado, então, com os nossos pensamentos, as nossas palavras, os nossos atos. E viva o amor, que é Deus dentro de nós!
novembro 29, 2014