Quando eu soube que a polícia do Estado do Espírito Santo apreendera 31 frascos da droga fentanil, com traficantes, comecei a pesquisar o assunto. Três meses depois cheguei à conclusão que se trata do começo de um inferno que mata nos E.U.A. mais gente do que acidentes de automóveis ou armas de fogo. Informaram-me que lá já morreram mais americanos vítimas de opioides do que todos os mortos em todas as guerras que o país lutou desde a II guerra mundial.
IDe+
Tudo isso começou quando Arthur Sackler foi trabalhar no Creedmoor Psychiatric Center em 1944. Naquela época utilizava-se o choque elétrico para tratar dos milhares de deficientes mentais internados, mais tarde “evoluindo” para a lobotomia, que transformava seres humanos em zumbis.
Sackler intuiu que deveria haver outra forma de tratamento e partiu para a pesquisa de um remédio. Daí a construir a indústria farmacêutica tal como ela é hoje foi um pulo. A história é longa, porém resumidamente através da Purdue Pharma em 1996 foi lançado o OxyContin, um potente analgésico opioide que trataria de dores crônicas. Faturaram 35 bilhões de dólares.
Painkiller Netflix
Descobriu-se que o fentanil, outro opioide, poderia ser criado em laboratórios clandestinos e aí o diabo chegou via traficantes. Do que me disseram, a cada ano 70 mil pessoas morrem de overdose de opioides e 15 milhões passam a ser dependentes.
Tenho um farto material sobre o tema, porém pouco espaço para expô-lo. Aos interessados, recomendo lerem “O império da dor” e para os mais apressados que assistam “Painkiller”, na Netflix.
Te cuida, Brasil!